Projeto que institui cordão AVC Estrela tramita com substitutivo geral
Curitiba poderá adotar um instrumento para identificar quem já sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Desde junho, tramita na Câmara de Vereadores um projeto de lei que institui o uso do cordão “AVC Estrela” para facilitar este reconhecimento. A matéria já recebeu dois pareceres da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, e após um substitutivo geral, aguarda uma instrução da Procuradoria Jurídica (ProJuris).
Conforme a redação, o uso do cordão visa sinalizar, de forma discreta aos colaboradores de estabelecimentos públicos e privados, a condição de uma possível paralisação de um lado do corpo, prejuízo da audição ou até mesmo da visão – condições que podem acometer uma pessoa que sofreu o AVC. Outros objetivos são evitar constrangimentos, garantir atendimento preferencial, receber ajuda para locomoção e favorecer o resgate da autoestima, dignidade e autonomia de quem foi acometido com o acidente vascular cerebral.
O cordão deverá ser uma faixa estreita de tecido ou material equivalente, na cor azul, estampada com desenhos de estrelas, podendo ter um crachá com informações úteis, a critério do portador ou de seus responsáveis (005.00083.2024, com substitutivo geral 031.00076.2024). Supermercados, bancos, bares e restaurantes, lojas e shoppings centers ficarão obrigados a prestar atendimento prioritário, diferente e imediato às pessoas que se identificarem com o instrumento.
A regulamentação, no entanto, deixa claro que o uso do cordão AVC Estrela é facultativo e não dispensa a apresentação de documento comprobatório da deficiência. Também prevê que o Poder Executivo promova uma campanha municipal para conscientizar a população sobre o símbolo de identificação das pessoas com AVC. As ações devem ser realizadas, prioritariamente em outubro, quando no dia 29 se celebra o Dia Mundial do AVC. Se a lei for sancionada, as regras entram em vigor 60 dias após a publicação no Diário Oficial do Município.
AVC deixa sequelas e acometidos precisam de suporte
Autor do projeto de lei, Pier Petruzziello (PP) explica, na justificativa, que o acidente vascular cerebral é uma das principais causas de morte no Brasil. “De acordo com o Ministério da Saúde, a cada cinco minutos, uma pessoa morre em decorrência de um AVC. Em 2021, 105.755 pessoas perderam a vida devido ao problema, e em 2023, o AVC vitimou mais de 77 mil pessoas, segundo o Portal da Transparência do Registro Civil, mantido pela Arpen Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais).”
O AVC pode deixar sequelas, como a paralisação de um lado do corpo, dificuldades na fala ou comprometimento da visão. As consequências podem ser temporárias ou permanentes, dependendo da recuperação. A implementação do cordão trará diversos benefícios, pois facilitará a identificação das pessoas que sofreram AVC, permitindo que as equipes dos estabelecimentos ofereçam o suporte adequado. Algumas dessas pessoas podem ter limitações ou necessitar de informações mais detalhadas, ajuda para ler ou se locomover no ambiente, entre outros cuidados”, finaliza o vereador.
O que é um substitutivo geral?
Os substitutivos gerais são emendas ao projeto de lei original. Nesse caso, em vez de serem feitas correções pontuais, a proposta é atualizada completamente. Por isso, quando são levados ao plenário, os substitutivos gerais têm prioridade na votação e, se forem aprovados, passam a ser lei, prejudicando a votação do texto original. Atualmente, o projeto consta para nova avaliação da Procuradoria Jurídica da Câmara de Curitiba.
Fonte: Câmara Municipal de Curitiba