Grande Curitiba

Projeto Secretaria 100% Reciclável retira mais de 8 mil kg de orgânicos de aterro

Além da economia por reduzir carga de rejeitos, Prefeitura de Pinhais faz compostagem que gera biofertilizantes usados no paisagismo da cidade
16 de maio de 2025 às 11:33
(Foto: Divulgação/PMP)

COM ASSESSORIAS – Após um ano do lançamento, o Projeto Secretaria 100% Reciclável já proporcionou uma série de avanços no gerenciamento ambiental de resíduos produzidos pela Prefeitura de Pinhais. A iniciativa, que prevê a separação correta entre matéria orgânica, rejeitos e recicláveis, reduziu a carga enviada ao aterro sanitário e permitiu a compostagem de material que gera biofertilizantes que são usados nas áreas verdes do município.

O projeto é conduzido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma). Em cerca de um ano, 8,3 mil kg de matéria orgânica que seriam transportados ao aterro sanitário foram destinados à compostagem, feita pelos próprios técnicos da Semma no Horto Municipal de Pinhais.

Os rejeitos recolhidos em Pinhais são transportados até o aterro sanitário de Fazenda Rio Grande, que atende vários municípios da Região Metropolitana de Curitiba. “O orgânico é um material que pesa muito, e como a gente paga por peso, quanto mais a gente compostar, melhor. Nesse contrato com o aterro, a gente paga para enterrar o nosso lixo, literalmente. Se a gente puder organizar aquilo que a gente não quer mais e reaproveitar, é um caminho muito melhor”, afirma Liliane Azeredo Dias, coordenadora de Educação Ambiental da Semma.

Este projeto teve como inspiração o Escola 100% Reciclável, lançado em 2014 pelo município com o objetivo de sensibilizar e conscientizar alunos e funcionários das instituições de ensino para disseminar novos hábitos no manejo de resíduos, centrado na metodologia dos 5Rs: Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recusar.

Segundo a secretária municipal do Meio Ambiente, Rosana Boeira Ilhéu, o Projeto Secretaria 100% Reciclável amplia as ações que envolvem o tratamento dos resíduos do município. “O foco principal é despertar e sensibilizar as pessoas para a mudança de hábitos, separando os resíduos de forma correta, principalmente dentro dos espaços públicos, dando o exemplo positivo. Este é um trabalho importantíssimo para a preservação e cuidado com o meio ambiente”, explica.

Sinalização sobre a coleta

A Secretaria 100% Reciclável ainda está em fase de implantação nos diversos prédios que abrigam os órgãos municipais. O projeto prevê palestras de orientação aos servidores e sinalização com material gráfico nos locais de coleta. São dezenas de vasilhas identificadas para separação de material reciclável, material orgânico e rejeitos. Apenas estes últimos são destinados ao aterro.

“Na implantação a gente faz uma conversa com todos os colaboradores para esclarecer dúvidas. Depois a gente faz a organização: coloca as etiquetas, os adesivos, os cartazes e depois a gente coleta semanalmente os orgânicos para fazer a compostagem”, relata Liliane. Além dos servidores das secretarias envolvidas no projeto, essa etapa conta com a colaboração das equipes de limpeza e zeladoria da Prefeitura de Pinhais, que recolhem o lixo orgânico das várias salas e depositam em bombonas de 50 litros. Esses recipientes são recolhidos por Liliane e pela chefe da Seção de Educação Ambiental, Micheli Miranda da Silva, uma vez por semana, e levados ao Horto Municipal.

Compostagem

A técnica de compostagem usada no projeto é a termofílica: caixas d’água, com capacidade para mil litros, recebem os orgânicos coletados nas secretarias nas bombonas de 50 litros, que são cobertos com material seco como folhas, galhos ou triturado verde. Nesta etapa entram em cena outros servidores da Semmas, como Pedro Justino da Veiga.

Com o calor interno, ocorre a proliferação de bactérias, e início da ação de decomposição, com liberação de calor, fazendo com que a temperatura supere os 45 ºC e ocorra uma espécie de “queima” da matéria orgânica. O processo, totalmente natural, leva cerca de três meses. Ao longo do tempo, é recolhido um líquido, que vira biofertilizante e é colocado em caminhões pipas para nutrir as plantas quando são regadas pelas equipes de paisagismo. Quando os resíduos completam a capacidade da caixa d’água, equivalente a 220 quilos de composto, o material é colocado em um depósito fechado, onde a secagem é finalizada.

Com uma peneira produzida por outros técnicos da Semma, Pedro da Veiga faz a separação do material: o adubo para uso nas áreas verdes; o material seco, que não passa na peneira, é reaproveitado em uma nova compostagem. Assim, todos os resíduos vão ter uma utilidade.

“É uma tecnologia barata, prática, para fazer um produto de qualidade. De custo a gente vai ter a questão das caixas d’água, de resto é a nossa mão de obra. É a natureza trabalhando por si só. É a mágica acontecendo”, enaltece Liliane.