Grande Curitiba

Irmãos são espancados em colégio cívico-militar de Curitiba e pai denuncia

30 de junho de 2025 às 18:27
(Foto: Reprodução/internet)

Dois estudantes, irmãos de 13 e 15 anos, foram espancados dentro do Colégio Estadual Professora Luiza Ross, no bairro Boqueirão, em Curitiba. A situação ocorreu dentro da unidade cívico-militar e terminou com os adolescentes feridos. O pai dos jovens relatou que os filhos já vinham sendo ameaçados anteriormente por colegas, especialmente por mensagens nas redes sociais.

A informação foi confirmada pelo pai dos adolescentes, Paulo Marcelo, durante entrevista concedida ao repórter Leonardo Gomes, da RICtv. Segundo ele, os filhos eram alvos constantes de intimidações.

“Uma das agressões aconteceu durante uma partida de futebol na quadra poliesportiva. Começou com chutes nas pernas do meu filho. Ele foi reclamar para o sargento e ouviu que era lance de futebol, que era para continuar o jogo. Mas as agressões continuaram. Meu filho voltou a reclamar, e ninguém fez nada. Um dos agressores chutou a costela dele, ele caiu, foi puxado para uma poça de água e, aí, começaram a bater no meu filho mais novo também. Ele teve que se defender”, relatou.

Irmãos ficaram feridos após serem espancados em colégio cívico-militar

O pai afirmou que os filhos foram levados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) após o ocorrido. O mais novo sofreu cortes na mão e no dedo, causados por um vidro quebrado da secretaria da escola. O irmão mais velho apresentava dores na costela e nas pernas, devido aos chutes que recebeu.

Paulo ainda informou que as agressões teriam começado após a circulação de uma mentira. Segundo ele, um boato afirmava que um dos filhos estaria colocando apelidos nos colegas de classe. A história, mais tarde, foi desmentida por outros estudantes.

Imagens e mensagens com ameaças enviadas a um dos irmãos foram exibidas pela reportagem da RICtv. Em uma delas, um aluno escreveu: “Segunda vou fazer a cara dele de pastel de tanto que vou amassar”. Em outra, a mensagem dizia: “Quero que vocês esfreguem a cara daquele desgraçado no asfalto”.

Além das agressões físicas, Paulo denunciou que os agressores foram até a residência da família.

“Estávamos na UPA com os meninos quando minha cunhada me ligou dizendo que eles estavam na frente da minha casa. Diziam que iam invadir, mandando os meus filhos saírem lá fora para ‘ensinar como homem bate’”, afirmou.

A direção da escola, segundo o pai, orientou que a família procurasse a Polícia Militar e a Polícia Civil, alegando que não poderia interferir diretamente no caso.

“Meus filhos não querem mais vir para a escola. E eu não sei mais o que fazer”, disse.

A família registrou boletim de ocorrência e o caso será investigado pela Polícia Civil do Paraná (PCPR). Em nota, a corporação disse que “foi notificada dos ocorridos e instaurou um procedimento para a apuração dos atos infracionais envolvendo os adolescentes”.

Nota da Seed-PR sobre o caso

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) informou que o caso dos irmãos espancados no colégio cívico-militar está sendo apurado com o apoio do Núcleo Regional de Educação de Curitiba. Veja o comunicado na íntegra abaixo:

“Em relação à situação reportada no Colégio Estadual Cívico-militar Luiza Ross, a direção informa que acompanha com a devida seriedade todos os casos que envolvem qualquer tipo de ameaça ou risco à integridade dos estudantes.

Esclarece-se que a escola vem atuando de forma preventiva e educativa, promovendo palestras com a participação da Patrulha Escolar, abordando temas como segurança, prevenção à violência e cultura da paz. Além disso, conta com o apoio da equipe multidisciplinar do Núcleo Regional de Educação, com a qual mantem constante diálogo e articulação para o encaminhamento adequado de situações que envolvam risco social ou psicológico.

Também foi implantado, no presente ano letivo, um projeto voltado à promoção da cultura da paz, que envolve diretamente professores, estudantes e a comunidade escolar, com escuta ativa, mediação de conflitos e valorização do diálogo.

Ressalte-se que a segurança e o bem-estar dos alunos são prioridades para a instituição. Todas as medidas cabíveis, pedagógicas e administrativas, estão sendo adotadas“.

Fonte: RIC Mais

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