Segunda Guerra Mundial teve a participação de cerca de 100 são-joseenses

COM ASSESSORIAS – Embora não haja um número exato, o Museu Municipal Atílio Rocco estima que aproximadamente 100 moradores de São José dos Pinhais tenham integrado a Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial. Esses combatentes atravessaram o Oceano Atlântico para se unir às forças aliadas, compostas por Estados Unidos, União Soviética, França e Reino Unido, atuando principalmente em território italiano.
De acordo com a historiadora Damiana Pereira, a entrada do Brasil no conflito foi motivada por uma série de fatores históricos e pressões internacionais. “Em especial a influência dos Estados Unidos e os ataques de submarinos alemães a embarcações brasileiras. Esses episódios culminaram na declaração de guerra ao Eixo em 22 de agosto de 1942”, conta.
Ao longo da campanha, a FEB mobilizou um contingente de 25.334 militares, que enfrentaram nove divisões alemãs e três italianas. As tropas brasileiras registraram 457 mortos e 2.064 feridos, além de importantes conquistas, como a tomada de três cidades italianas e a captura de mais de 20 mil soldados inimigos.
Um dos símbolos da FEB foi o lema “a cobra está fumando”, uma resposta irônica a um dito popular da época, que afirmava ser “mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”, explica a historiadora.
Entre os expedicionários são-joseenses que se destacaram está Antônio Dombroski, natural do bairro Santo Antônio. Por sua bravura, foi condecorado com a Medalha Cruz de Combate de 1ª Classe, honraria destinada a soldados que demonstram coragem e dedicação excepcionais ao cumprimento do dever.
Durante a Batalha de Montese, um dos principais redutos das forças do Eixo, Dombroski percorreu um trecho sob intenso ataque inimigo para restabelecer a comunicação do Posto de Comando Capitão Faria. Com o sistema de comunicações reativado, foi possível acionar o pelotão de artilharia comandado pelo Tenente Seixas, o que permitiu o resgate de um sargento ferido e a organização de um contra-ataque brasileiro.
Segundo os registros analisados por Damiana Pereira, a maioria dos expedicionários são-joseenses retornou com vida. “No entanto, entre as baixas está o Cabo João Fagundes Machado, que morreu em combate no dia 17 de novembro de 1944. Em reconhecimento à sua atuação, o militar foi condecorado com a Medalha de Campanha, a Medalha Sangue do Brasil e a Medalha Cruz de Combate de 1ª Classe”, acrescenta a historiadora.
Exposição “Força Expedicionária Brasileira (FEB)”
Ficou curioso para saber mais? Você pode conhecer mais sobre a trajetória dos combatentes são-joseenses na exposição “Força Expedicionária Brasileira (FEB)”, em cartaz no Museu Municipal Atílio Rocco.
O espaço reúne artefatos originais utilizados pelos expedicionários, como uniformes, capacetes e insígnias, além de uma lista com os nomes dos participantes da guerra. O museu está localizado na Rua XV de Novembro, nº 1.660 – Centro.