Grande Curitiba

Maio amarelo: Crea-PR reforça mensagem de conscientização no trânsito

No Paraná, houve queda no número de ocorrências no trânsito, mas o principal motivo não foi a mudança de conduta dos motoristas, e sim o reflexo da pandemia
6 de maio de 2021 às 11:27
Campanha é voltada à segurança no trânsito: (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

COM ASSESSORIAS – Durante todos os meses, as cores do calendário variam em nome das campanhas de conscientização ao redor do mundo. Entre outubro rosa, novembro azul e dezembro laranja, por exemplo, há também o maio amarelo, um movimento que surgiu em 2014 e tem como objetivo conscientizar a população mundial sobre a necessidade de mais cuidados e responsabilidade no trânsito.

Pela definição, trânsito é a palavra que define o conjunto de deslocamentos diários de pessoas, animais e veículos por calçadas e vias. Anualmente, com o aumento da população mundial, da frota de veículos e dos meios alternativos de transporte, o trânsito tem se tornado o foco de muitas mobilizações, principalmente pela sua letalidade: no Paraná, segundo dados da Polícia Militar, somente no primeiro semestre de 2020, houve registro de 13.176 feridos e 454 óbitos em decorrência de acidentes de trânsito. O balanço indicou, ainda, que nas vias urbanas ocorreram 30.878 acidentes, com 10.501 feridos e 158 mortes, de janeiro a junho do ano passado.

No geral, comparando esses números com os registrados em 2019, houve queda no número de acidentes, com redução de 23,8% nas rodovias e 26,4% nas vias urbanas. Mesmo assim, segundo o conselheiro do Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná), Engenheiro Civil Charlles Urbano Hostins Junior, ainda é preciso “colocar o pé no freio” e repensar a situação do trânsito no Estado.

“No ano passado, diante da pandemia e das recomendações para que as pessoas ficassem mais em casa, a redução de acidentes já era esperada. Mas a partir do momento em que houve a retomada de boa parte dos setores, já houve aumento exponencial no número de ocorrências. Acredito que, além dos fatores já comuns como pressa e descuido, agora temos motoristas que querem compensar o tempo perdido, como se isso fosse possível. Nas estradas, isso é ainda mais notório, pois com o dólar em alta, há grande demanda de exportação, o que aumenta o fluxo nas vias”, destaca Charlles.

Ainda de acordo com ele, de uns dez anos para cá, houve redução significativa no número de acidentes graves nas rodovias. Por outro lado, os acidentes provocados por falhas que poderiam ser evitadas estão cada vez mais comuns.

“Percebemos que as principais causas são uso do celular na direção, distração, cansaço, estresse… Por isso sempre recomendamos que é preciso dirigir conforme as normas de trânsito, pois elas não foram criadas à toa. Os motoristas precisam obedecer a sinalização e se preparar para uma viagem com antecedência, verificando as condições do veículo e do próprio motorista”, aconselha o Engenheiro.

Conforme o coordenador regional dos Inspetores do Crea-PR, Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, José Aparecido Leal, 90% dos acidentes com veículos são causados por imprudência dos motoristas. Outros 10% são atribuídos às condições dos veículos, das vias de circulação e ao meio ambiente.

Para ele, o que distingue os motoristas cuidadosos dos outros é a capacidade de manter o nível de concentração exigido e antecipar, avaliar e reagir adequadamente aos perigos em potencial. “Quem possui técnica de direção defensiva, por exemplo, está sempre considerando a falta de perícia, de conhecimento ou conduta incorreta por parte de outros motoristas; a vulnerabilidade e comportamento dos pedestres e motocicletas; o comportamento dos animais e condições climáticas”, pontua.

O Engenheiro reforça ainda a importância do uso do cinto de segurança, que ajuda a absorver o impacto de uma batida, evita que os ocupantes do veículo sejam ejetados, distribui o impacto pelos pontos mais forte do corpo humano, protege contra impactos no interior do veículo e diminui a possibilidade de perda de consciência com a batida. “ O cinto de segurança reduz pela metade os riscos de morte e lesões graves. No entanto, quando não utilizado de maneira correta, sua eficácia pode ser eliminada ou mesmo anulada”, alerta. A dica é não passar o cinto de segurança por debaixo do braço e não deixar folga maior que a de punho (5 centímetros) entre o corpo e o cinto.

Nesse sentido, o movimento Maio Amarelo recebe apoio de entidades, empresas, conselhos de classe, governos e autarquias em prol da conscientização – sensibilizando pedestres, motoristas, ciclistas, motociclistas, caminhoneiros e todos os demais personagens que fazem parte do cenário. Neste ano, mais uma vez, o Crea-PR apoia essa iniciativa e, por isso, durante todo o mês, serão divulgados materiais de conscientização nas redes sociais e, também, no site do Conselho. Nos últimos quatro anos, segundo dados do próprio movimento, 27 países abraçaram a causa, mobilizando mais de 1,4 mil empresas. Para também aderir ao movimento, basta acessar o site www.maioamarelo.com .