SIF, SIE e SIM: o que significam selos certificação em bandejas de carnes e em outros produtos de origem animal
Para serem consideradas seguras para consumo, carnes e outros produtos de origem animal devem possuir selos de certificação específicos, concedidos entidades reguladoras.
Alguns destes selos são obrigatórios, emitidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ou por órgãos estaduais e municipais. Entre eles estão o SIF, o SIE e SIM. Confira abaixo o que cada um significa.
Conforme explica o médico veterinário especializado na produção de origem animal e professor do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage), Antônio Carlos Prestes Pereira, a recomendação é adquirir produtos que tenham algum destes selos.
No caso das carnes, o especialista explica que os selos atestam que não houve falha de manejo, por exemplo, e por isso o produto não tem problemas de qualidade muitas vezes manifestados na coloração, maciez, sabor e odor.
SIF, SIE e SIM
Em resumo, o que muda de um selo para o outro é a área de abrangência do produto.
O SIF, por exemplo, é destinado a produtos nacionais e para exportação. O SIE é válido para a comercialização no próprio estado. Já o SIM contempla produtos comercializados dentro do município.
Além destas três, existem certificações voluntárias que podem aparecer em alguns produtos e funcionam como elementos extras para conhecimento dos consumidores.
SIF
De acordo com o Mapa, o SIF significa Serviço de Inspeção Federal e é vinculado ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA). O departamento, vinculado ao ministério, é responsável por assegurar a qualidade de produtos de origem animal comestíveis e não comestíveis destinados ao mercado interno e externo, bem como de produtos importados.
Segundo o Mapa, o SIF tem atuação em mais de cinco mil estabelecimentos brasileiros.
Até receber o carimbo do SIF, o produto atravessa diversas etapas de fiscalização e inspeção. Ao receberem o selo, o Mapa atesta a garantia dos produtos com certificação sanitária e tecnológica para o consumidor, respeitando as legislações nacionais e internacionais vigentes.
SIE
SIE é o Serviço de Inspeção Estadual, executado pelos órgãos reguladores estaduais. A depender do estado, entretanto, o nome pode ser diferente.
No Paraná, a sigla deu lugar para SIP/POA, que significa Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal, de acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Executado pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), este selo é conferido de forma individual a produtos de origem animal, comestíveis ou não, que atendem aos critérios estabelecidos por legislações e que foram avaliados pelo serviço de inspeção industrial e sanitária do Paraná.
Com este selo, os produtos possuem permissão de comercialização nos limites estaduais em que foram beneficiados e/ou processados.
SIM
O selo SIM significa Serviço de Inspeção Municipal e é conferido por órgãos reguladores das cidades, como as secretarias municipais de agricultura.
Estes selos atestam aos produtos de origem animal, comestíveis ou não, que eles atendem aos critérios estabelecidos por legislações e que foram avaliados pelo serviço de inspeção industrial e sanitária do município, com permissão de comercialização nos limites municipais.
Cuidados ao comprar, armazenar e preparar carnes
Entre os produtos de origem animal, as carnes exigem cuidados específicos dos consumidores desde a compra até o preparo.
Na compra, a professora do curso de Nutrição da PUC-PR, Magda Rosa Ramos da Cruz, alerta que bandejas com sangue ou excesso de água devem ser evitadas.
Confira mais orientações abaixo:
Observe a qualidade da embalagem, se está bem fechada e não há entrada de ar, além da data de validade;
Ainda sobre a embalagem, evite aquelas com excesso de água ou sangue;
Atenção à aparência e textura: carnes bovinas devem ter um tom vermelho-cereja com gordura de coloração amarelo-clara. Já a cor da carne de frango deve variar entre o branco e o amarelo. Em ambos os casos, as carnes devem ter a superfície brilhante e firme ao toque;
Carnes bovinas com a coloração amarronzada e opaca podem indicar problemas de refrigeração ou tempo prolongado de exposição. Lembrando que isso vale para as carnes vendidas em bandejas: as embaladas a vácuo têm uma cor mais escura e isso é normal, devido à ausência de oxigênio;
Embutidos como linguiças não devem ter bolhas de ar ou líquidos na embalagem. Já os salames não podem estar muito escuros nem endurecidos.
Cuidados em casa
A professora Magda explica que em casa, para manter a qualidade do produto, há simples que podem ser tomadas no armazenamento:
Na geladeira, as carnes duram até três dias. Se não souber ao certo quando irá usar o ingrediente, prefira congelar;
Carnes embaladas a vácuo podem ser armazenadas na embalagem original, mas as vendidas em bandejas devem ser guardadas em recipientes adequados para refrigeração, como sacos plásticos;
No congelador, não empilhe as embalagens e use etiquetas para identificar o corte e a data de validade;
Para descongelar a carne, jamais faça isso em temperatura ambiente, deixando-a sob a pia ao longo do dia, pois há o risco da proliferação de bactérias. O método de descongelamento mais seguro é dentro da geladeira;
Se estiver com muita pressa, o micro-ondas pode ser utilizado, mas é preciso interromper o processo a cada 3 ou 4 minutos para conferir o descongelamento e evitar que a carne fique com uma consistência borrachuda;
Carnes descongeladas não podem ser congeladas novamente;
Por fim, chega o momento do preparo. Aqui vão mais algumas dicas para que a carne não corra o risco de contaminação:
Tenha facas e tábuas específicas para carnes cruas, evitando a contaminação cruzada;
Lavar o frango ou a carne vermelha antes do preparo é perigoso, pois esse processo pode acabar contaminando a louça que está no escorredor, por exemplo. Além disso, a pia pode estar suja. O que garante a eliminação de bactérias é o aquecimento, não a água.
Fonte: G1