Grande Curitiba

Queijarias artesanais de Araucária ganham força com pasteurizadores fornecidos pela Prefeitura

O acompanhamento técnico e apoio à regularização de pequenas queijarias de Araucária conta com respaldo legal na lei nº 4.267/2023. Queijos de pequenas queijarias regularizadas já conquistaram premiação estadual
19 de abril de 2024 às 17:18
(foto: Carlos Poly)

COM ASSESSORIAS – O trabalho de apoio da Prefeitura a pequenas queijarias de Araucária ganhou um importante reforço com a entrega e instalação gratuita de tanques pasteurizadores aos estabelecimentos que já passaram pelo processo de regularização. Esses equipamentos oferecem maior segurança, praticidade, qualidade e rentabilidade na produção de queijos e outros derivados de leite. O acompanhamento técnico e apoio à regularização de pequenas queijarias de Araucária, realizado pela Secretaria de Agricultura (SMAG), conta com respaldo legal na lei nº 4.267/2023. Queijos de pequenas queijarias regularizadas do município já conquistaram premiação em concurso estadual.

Janete do Rocio Fila Gadonski, da localidade de Lagoa Suja, é uma dessas empreendedoras rurais que já finalizaram o processo de regularização da queijaria artesanal e que receberam o pasteurizador. Ela produz, entre outros produtos, requeijão, doce de leite e queijo frescal. O queijo é o seu produto principal e, além de melhorar a renda, já rendeu a ela um selo OURO e um selo BRONZE no Prêmio Queijos do Paraná (da FAEP/SENAR-PR, IDR-PR, Sebrae-PR e Sindileite-PR).

Com o tanque de pasteurização do leite (50 litros), a produtora conta que deixou de precisar carregar panelas e o trabalho se tornou mais leve. “Hoje, eu não preciso ficar erguendo nada. Pra mim, melhorou bastante”, avaliou. O investimento financeiro para a aquisição desse tipo de equipamento não é muito acessível a quem está começando, ainda mais quando se trata quem não chega a ter 10 vacas leiteiras em produção. Por isso é fundamental o apoio da Prefeitura/SMAG.

PASTEURIZAÇÃO – O processo de pasteurização é importante para eliminar os micro-organismos que podem representar risco à saúde. No equipamento, o leite é aquecido a cerca de 65 graus (por aproximadamente 30 minutos) e resfriado para 40 graus na sequência. Só então inicia-se o processo para coalhar e, se for o caso, a inclusão de condimentos (temperos) para dar o sabor específico ao queijo. O tempo da pasteurização ao momento de colocar os queijos na geladeira dura cerca de três horas e as produtoras rurais agora podem aproveitar melhor quase todo esse tempo para outras atividades na propriedade. Outra vantagem, que Janete já percebeu, é que o uso do pasteurizador rende maior quantidade de queijos, em comparação a quando fazia em panelas.

De acordo com a veterinária Renata Kubaski de Araújo, uma das profissionais da Prefeitura responsáveis pelo programa das queijarias, o processo de pasteurização em panelas, por exemplo, além de ser bem mais cansativo, ainda tem o risco maior de que não seja realizado corretamente, o que compromete a segurança do produto. “Com o pasteurizador, o processo é simples, mas garante o fazer do queijo seguro, rápido e com rendimento”, explicou a veterinária. Ao receber o equipamento pela Prefeitura, com cessão prevista na lei nº 4.267/2023, as produtoras rurais também recebem todas as instruções para uso correto. A lei que instituiu o Programa Agroindústria Queijeira Legal, também prevê o apoio do município na realização de “exames laboratoriais e a assistência técnica necessária para agroindústrias de pequeno porte de agricultores familiares ou de produtores rurais que produzam queijos artesanais”.

NOVAS OPORTUNIDADES – O trabalho de regularização dessas pequenas queijarias, uma realização da Prefeitura em parceria com Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), deu oportunidade para que mulheres que vivem no campo possam vender queijo e outros derivados de leite no município atendendo às normas legais de produção e de rotulagem. A regularização desses pequenos negócios permite novas oportunidades a quem, antes, tinha como renda apenas a venda de leite para laticínios. Janete é uma das participantes do projeto das queijarias que, em breve, poderão vender a produção para a alimentação escolar (merenda) do município. A venda de ricota para a merenda escolar, por exemplo, pode gerar lucro três vezes maior em relação a outros tipos de venda.

As oportunidades também ocorrem quando a busca por capacitação técnica é constante. Nesta sexta-feira (19), um grupo de mulheres queijeiras participou de um evento sobre técnicas de maturação do queijo, uma realização do IDR-PR. Foi uma oportunidade de conversar com especialistas e esclarecer dúvidas para saber como oferecer um produto de melhor qualidade e, por consequência, de melhor valorização no mercado.

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