Grande Curitiba

Casa da Cultura recebeu profissionais para falar sobre prevenção e ações da campanha Setembro Amarelo em Campo Largo

14 de setembro de 2022 às 16:10
(Foto: Thatiana Bueno / SMCSeTI)

COM ASSESSORIAS – A Prefeitura de Campo Largo, por meio das Secretarias Municipais de Desenvolvimento Social, Saúde e Educação, promoveu um evento na Casa da Cultura com palestras para falar sobre prevenção e a campanha Setembro Amarelo.

O prefeito de Campo Largo, Maurício Rivabem, esteve na abertura dos trabalhos destacando a integração das secretarias municipais nesta campanha de 2022. “Este tema é muito importante nesse momento pós pandemia, infelizmente tivemos mais duas famílias enlutadas pela perda de pessoas queridas no último fim de semana, então é um tema caro a todos nós. Pedimos aos profissionais que tragam ideias e contamos com a parceria das Secretarias Municipais de Desenvolvimento Social, Saúde e Educação para fomentarem movimentos de prevenção que salvam vidas. Podemos ajudar e queremos que os campo-larguenses saibam que não estão sozinhos”, afirmou.

As palestras foram abertas também para entidades e comunidade, onde especialistas da área da Saúde, do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e da Educação conversaram com cerca de 50 profissionais, especialmente aqueles que atuam nas escolas do município, com o objetivo de esclarecer abordagens e treinar a atenção e empatia para agir de forma preventiva.

“O trabalho de prevenção costuma estar mais atrelado à Saúde, porém ele é importante para todas as pessoas que estão na ponta”, disse Márcia Fabiani Botelho, secretária municipal de Desenvolvimento Social. Tanto que a palestra magna foi sobre aspectos de prevenção com maior foco na Educação, pois eles também têm contato direto com a comunidade. A palestrante foi Tatiane Delurdes de Lima Berton, doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná e coordenadora do curso de Pedagogia da Faculdade Unise de Campo Largo.

Mariane Bonato, psicóloga do CAPS, destacou alguns pontos cruciais no atendimento das pessoas dependentes e que apresentam quadro depressivo e pensamentos suicidas: “O acolhimento é a base do trabalho. É preciso reconhecer as expressões legítimas do indivíduo. Existe um mito de que conversar sobre suicídio pode incentivar o ato, mas na verdade sabe-se que não, é justamente o contrário. É importante falar sobre, isso é uma medida preventiva. A pessoa que pensa nisso vai longe nos pensamentos, eles são constantes, então falar ajuda. Mas esse falar exige empatia, exige cuidado, levar a sério os sentimentos do outro. Lembrando que prevenção é um trabalho diário, de formiguinha, e que deve acontecer em todas as etapas do ciclo de vida”.

Acolhimento – Campo Largo oferece acolhimento para serviços de Saúde Mental nos seguintes locais:

– Unidade da Mulher e da Criança – Ambulatório de Saúde Mental Infanto-Juvenil (com encaminhamento médico),

– Ambulatório de Saúde Mental Adulto (atendimento no NIS),

– CAPS II,

– CAPS AD.

O primeiro contato em um destes locais é o início da relação da pessoa com um tratamento, e em todos eles há equipes multidisciplinares compostas por Psicólogo, Assistente Social, Médico Psiquiatra, Terapeuta Ocupacional e Enfermeiro, todos capacitados para fazer o acolhimento inicial.

Há um grupo de acolhimento que acontece toda semana. Cada pessoa atendida tem um técnico de referência que articula com o paciente e a família o passo a passo do seu tratamento e objetivos de vida. E esse plano terapêutico é revisado trimestralmente, ele é bem dinâmico, até chegar na alta. Em casos de internamento, há vagas regulamentadas pelo Estado para esses tratamentos.

Mais uma opção – A Associação Reviver, que existe desde 1995 e está inscrita no Conselho Municipal da Assistência Social, também participou com a palestrante Raquel Albuquerque. Foi apresentada a experiência de caso de uma jovem acolhida que se recuperou e mantém contato até hoje, somando 23 anos de sobriedade. “Ficam sequelas de saúde, mas tem salvação. Cientificamente, dependência e depressão não têm cura, mas acreditar é fundamental. Dizemos isso porque acompanhamos muitos jovens que superaram e estão bem. É possível sair disso”, contou Raquel. A entidade faz atendimentos individuais, inclusive atendendo pessoas de outras cidades, e promove grupos online e grupo de apoio aos dependentes e familiares. O trabalho gratuito conta com apoio do governo federal.

O evento fez parte do plano de ação vinculado à Deliberação nº 109/2017 – CEDCA/PR, do governo do Estado, que estabelece os procedimentos do repasse de recursos no formato fundo a fundo para a implantação e fortalecimento de ações/estratégias de prevenção ao uso, abuso e transição à dependência de álcool e outras drogas, destinadas às crianças, adolescentes e suas famílias, no Estado do Paraná.