Fórum de Lideranças Comude apresenta projetos para 2025 e convida comunidade a participar
COM ASSESSORIAS – Na semana passada aconteceu o Fórum de Lideranças do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico (Comude), na manhã do dia 28/11, na sede da Associação Comercial e Industrial de Campo Largo (Acicla). O evento celebrou os 15 anos de criação do Conselho, completados em outubro deste ano, e apresentou uma discussão estratégica para o desenvolvimento econômico de Campo Largo, com destaque para a revisão do planejamento do Programa Campo Largo 2030.
O prefeito Mauricio Rivabem, presidente de honra do Comude, abriu o evento e comentou que a atuação e as contribuições do Conselho Municipal têm papel importante nas decisões do Executivo Municipal. “Hoje sou eu o prefeito, amanhã será outro, e as previsões que temos são grandes para cidade, ela vai ter que se adaptar para receber o progresso. Então é um planejamento para o futuro e trabalho de gestão. Tem que ter o Comude para ajudar a conquistar avanços e tudo aquilo que a sociedade reivindica e precisa”. O prefeito também aproveitou a presença dos vereadores atuais e dos recém-eleitos para frisar a importância do poder Legislativo na aprovação de leis que auxiliem a viabilização do avanço econômico.
Estavam presentes diversas autoridades, além do prefeito de Campo Largo e dos vereadores, como a vice-prefeita Chrystiane Chemin, secretários municipais, empresários e membros de diferentes instituições. O momento foi para apresentar e contextualizar a Lei Municipal nº 3.802, de 10 de outubro de 2024, que regulamenta o Conselho e a abertura de um Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico voltado para investimentos e execução de projetos. Com tal estruturação o Comude poderá retomar o projeto Campo Largo 2030, que havia sido criado em 2009.
“Nosso território é vasto, temos riquezas naturais em abundância, muitas potencialidades ainda a serem exploradas. Campo Largo é o 14º município mais populoso do Paraná, com um PIB de 6 milhões de reais, que cresceu 158% nos últimos 10 anos. Somos destaque na educação com o 3º melhor lugar pelo Ideb. Conhecemos hoje nossa cidade, e sabemos que para seguir rumo à direção do desenvolvimento precisamos da união do poder público, sociedade e iniciativas privadas. Temos muitas oportunidades chegando e precisamos nos preparar para recebê-las da forma devida. O Comude é a convergência”, disse o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Juarez Butture de Oliveira, que também é o atual presidente do Comude e que está se despedindo da posição.
Transformação histórica – Depois de sancionada, uma das principais mudanças que a lei trouxe é que, a partir de agora, pessoas físicas também podem fazer parte do Comude, participando das câmaras temáticas que serão criadas a partir de 2025. O Conselho Municipal também passou a ser deliberativo, ou seja, de caráter decisório sobre as suas funções, e também consultiva, com a responsabilidade de julgar determinado assunto que lhe for apresentado.
“A importância de ser deliberativo é enorme, significa poder decidir e não apenas opinar sobre um tema. O Conselho nada mais é do que um grupo de pessoas representando a sociedade e que assumem compromissos, dividem responsabilidades com quem passou, com quem está no momento e com quem virá ao poder público municipal. O Comude serve como caminho para direcionamento de recursos públicos oriundos de outras esferas, sem distinção de partidos, sem foco em lados e parcerias, e sim focado no interesse e nos problemas sociais. Sendo assim, o novo presidente que chegará, bem como os novos membros, encontram agora um Conselho em funcionamento, atuante com respaldo da lei”, salientou Luciano Morais e Silva, advogado membro do Comude.
Estrutura do Conselho Municipal e ações previstas – Durante o evento foi apresentada a organização e o futuro funcionamento do Comude, bem como os próximos passos para 2025. Primeiro terá a eleição do presidente e a formação de uma Diretoria Executiva. Depois seguem o envio do ofício às instituições que farão parte do Comitê Gestor, a definição das Câmaras Técnicas Prioritárias, a elaboração de um planejamento estratégico, a apresentação de um regimento interno e a reconstrução da marca.
Os projetos que chegarem do Comude devem passar, primeiramente, pelas mãos da diretoria que irá avaliar a relevância e decidir se seguem, ou não, para o Comitê Gestor, composto por algumas secretarias municipais, sindicatos e outras entidades relevantes que têm poder de voto na deliberação.
É neste Comitê que estão as instituições ligadas à movimentação econômica da cidade. E haverá também as Câmaras Técnicas Setoriais, essas com a participação também da sociedade civil para discussões prioritárias para suas comunidades, em determinadas ocasiões. A previsão é de que tais Câmaras tragam uma aproximação maior da população, tornando-se espaço para ouvir a sociedade campo-larguense e abraçar os projetos que façam sentido para ela. Os assuntos das Câmaras ainda serão sugeridos, a partir das prioridades do município.
“Haverá anualmente uma Assembleia Geral, onde todos se reúnem para discutir o que foi feito e os projetos futuros. As burocracias que existiam foram ajustadas e estamos mudando a mentalidade. Não deve ser um grupo fechado, nem de difícil acesso”, disse o diretor geral da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, José Renato Oliveira.
Campo Largo 2030 – Um dos pontos altos da reunião foi a retomada do projeto Campo Largo 2030, apresentado para os campo-larguenses em 2009 e que havia sido construído durante meses por mais de 400 envolvidos. O Comude pretende dar continuidade ao projeto e, um dos nomes que encabeçou a ideia à época, Eloir Leal, trouxe um pouco dos desafios que marcaram o projeto durante o Fórum. “Apesar do empenho dos envolvidos, o projeto 2030 acabou sendo engavetado após uma troca de gestão municipal. Ainda assim, pela atuação do Conselho conseguimos grandes feitos como a vinda do câmpus do Instituto Federal do Paraná (IFPR) para Campo Largo. Agora estamos felizes em ver o projeto 2030 sendo retomado. Perdemos tempo, mas não perdemos o trabalho”, pontuou.
Neste ano foram criados grupos de trabalho que revisitaram todos os itens do documento 2030. Foram mais de 800 tópicos, revistos em 11 reuniões. Originalmente eram muitos eixos considerados de grande necessidade, e muita coisa ainda é atual, porém os grupos adequaram à realidade de Campo Largo para o próximo ano, definindo menos eixos a serem priorizados, até porque faltam apenas 5 anos para o prazo final.
Os eixos escolhidos para focar as potencialidades do município são Cidade Atrativa e Acolhedora, Educação para Inovação e Governança. E o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico possibilitará que a participação do cidadão efetivamente se converta na formulação, implementação e avaliação das políticas públicas municipais.
Vinicius Spack, presidente da Acicla, destacou o trabalho de cada um dos envolvidos, agradecendo pelo trabalho feito. “Temos indústrias fortes no município, um comércio pujante e o setor de serviços que cresce a cada dia. Acreditamos no potencial de Campo Largo, temos trabalho pela frente, então contem com a Acicla para levar adiante a cadeia formada pelo Conselho”.
Força do Conselho Municipal – Fernanda Lopata, consultora do Sebrae em Campo Largo, lembrou do poder de mobilização da sociedade civil, da união de esforços que torna mais fácil colocar ações em prática, e ainda da necessidade de embasamento das leis para implementações, mesmo com as mudanças de gestão a cada quatro anos. “O Comude recebe projetos que, às vezes, não estão no radar do poder público, mas fazem sentido para o município. Ele é um braço da administração pública para projetos estruturantes de desenvolvimento como, por exemplo, uma incubadora, um parque tecnológico. Trata de mudanças que serão vistas ao longo dos anos e não coisas do dia a dia”.
Troca de experiências – Durante o Diálogo de Lideranças, o Sebrae-PR convidou a advogada Vera Szadkoski, atual presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Fazenda Rio Grande, denominado Profaz.
“Não podemos pensar só na gestão, mas no contexto a longo prazo. Em Fazenda Rio Grande temos ainda muitos desafios, principalmente de mobilidade urbana, mas também sabemos que é uma das cidades que mais crescem no Paraná. Temos que valorizar o que já foi feito e não desistir, porque sempre há muito trabalho para ser desempenhado à frente. Cada um tem algo importante para contribuir. Uma cidade próspera consegue proporcionar qualidade de vida para aqueles que não a tem, vai além da questão econômica, é bem-estar”, disse ela que também é vice-presidente da Associação Comercial da cidade vizinha.
Vera apresentou um pouco do trabalho desenvolvido, das boas práticas e das dificuldades encontradas pelo Profaz, salientando que fazer parte de um Conselho Municipal é ter o privilégio de ter voz.