Grande Curitiba

Guardas do Cajuru relembram regaste de pessoas ilhadas e mais ações marcantes

23 de julho de 2021 às 11:53
(Foto: Ricardo Deverson/GM)

COM ASSESSORIAS – O resgate de mais de 100 pessoas ilhadas no ano de 1993 continua marcante na memória do inspetor Emerson Marcelo de Freitas. Atual responsável pelo núcleo regional da Guarda Municipal no Cajuru, ele estava no seu primeiro ano como supervisor, aos 23 anos de idade, quando houve acionamento para atender moradores às margens dos rios Pequeno I e II, no limite com o município de São José dos Pinhais.

O nível da água se aproximava dos três metros de altura, conta o inspetor Marcelo, que acumula quase 30 anos de serviços prestados à corporação. Segundo ele, naquela época os bombeiros não tinham barco para atender a ocorrência na região e pediram auxílio.

“Tínhamos uma caminhonete e um barco de sete pés de alumínio e, como eu tinha curso de salvamento e de mergulhador, comandei uma equipe de atendimento à ocorrência”, relembra ele neste mês em que a Guarda Municipal completa 35 anos de existência.

“A Guarda Municipal tem um papel significativo para nós na implementação de políticas públicas de segurança e zelo da nossa cidade. Penso que sem o trabalho da Guarda Municipal seria difícil manter a ordem social e a parabenizo por seus 35 anos de serviços prestados com dedicação à cidade”, congratula o administrador regional do Cajuru, Narciso Doro Junior, por intermédio de quem a GM desenvolve ações e apoios periódicos.

Memória

A interação entre os guardas no núcleo é destacada por Erivaldo Romão Correia. Dos 15 anos em que está na GM, trabalha há 14 no Cajuru.

“Eu considero o grupo como uma família. Além do profissionalismo, há companheirismo no trabalho. A gente adquire confiança no ritmo de trabalho dos supervisores e colegas, crescendo e procurando aprender cada vez mais, porque todos nós temos limitações”, diz o GM Romão.

Ele relembra com carinho do trabalho prestado à Guarda Municipal Mirim, programa desenvolvido com estudantes nas escolas municipais, para promover a cidadania e o respeito. “Trabalhávamos conceitos diversos como os problemas de se jogar lixo nos rios e principalmente os estímulos familiares e responsabilidades por seus atos.”

Reencontrar pelos bairros aqueles alunos na fase adulta o enobrece. “Hoje me deparo com aquelas crianças agora crescidas que já são mães, estão barbados, e ouvir que para eles a experiência também foi importante é muito gratificante”, reflete o profissional.

A experiência na Guarda Mirim o fez lembrar de uma ocorrência atendida tempos depois, na qual um jovem foi preso por cometer vandalismo dentro do ônibus, no dia em que o suspeito completava 18 anos.

“No final, ele me agradeceu porque esperava ser tratado com truculência ou até violência física, e é claro que fizemos uma condução com firmeza e acima de tudo com muito respeito, explicando o motivo do encaminhamento à autoridade policial”, conta o GM Romão.

“Naquele momento, não tive como não lembrar da Guarda Mirim. Você precisa viver aquilo que ensina. Todo mundo pode cometer um erro, mas de repente vi que despertei um senso de realidade nele”, complementa.

Entre outras ocorrências representativas no Cajuru está o socorro de um bebê de cinco meses engasgado com leite, atendida em 2020. Já em meio ao patrulhamento pelo Parque dos Pedaleiros, uma das situações inusitadas foi o resgate de uma ave carcará com a asa machucada, também em 2020.

Raio-x do Cajuru

De janeiro a junho, as equipes do núcleo Cajuru – que atendem seis bairros da região – fizeram 63 flagrantes com encaminhamento de suspeitos à autoridade policial. Dez deles por violação de medida protetiva concedida pelo Poder Judiciário. Outras nove ocorrências foram por furto, dos quais cinco em equipamentos públicos, além de um roubo.

Este último caso, atendido no fim de junho, resultou na recuperação de uma bicicleta roubada por um homem que pedalava pela BR-277, vindo de São José dos Pinhais. “Senti muita gratidão, eles têm o brilho no olhar”, compartilha Fernando Rafael da Silva Gonçalves, atendido pela equipe.

Um problema recorrente na região do Cajuru, aponta o inspetor Marcelo, é a imprudência no trânsito, área em que os guardas têm atuado desde 2018. “Motoristas sem cinto e com abuso de velocidade, o que contribui para atropelamentos”, destaca. Além dessa preocupação, os guardas do núcleo têm trabalhado na repressão a furtos e receptação de materiais de ferro, como grades, bueiros e portas, em conjunto com o 6º Distrito Policial (DP).