Grande Curitiba

Moradores aprendem como agir em caso de acidente com oleoduto

21 de outubro de 2021 às 11:26
(Foto: Ricardo Deverson/GM)

COM ASSESSORIAS – Moradores da Rua Maria Luiza Bertoldi, no bairro Campo Santana, tiveram uma experiência diferente nesta quarta-feira (20/10). Eles participaram de uma simulação de vazamento de óleo na região, tendo como consequência direta o abandono das residências em condições de segurança.

O evento teve a participação da Defesa Civil de Curitiba e acontece durante esta Semana Nacional de Redução de Desastres. A coordenação foi feita pela Transpetro, empresa que opera o oleoduto que passa pela Rua Maria Luiza Bertoldi e transporta combustíveis até o estado de Santa Catarina.

Simulação de vazamento

Às 14h, equipes da Transpetro, Regional Tatuquara, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Superintendência de Trânsito (Setran), Guarda Municipal, Secretaria da Saúde, Distrito de Manutenção Urbana, Defesa Civil do Estado, Defesa Civil de Araucária e Distrito Sanitário do Tatuquara iniciaram o treinamento.

O cenário de situação de risco foi montado nas imediações das ruas Maria Luzardi Bertoldi e General Luiz Carlos Pereira Tourinho, próximas ao Parque Yberê.

Na ação hipotética, uma retroescavadeira próxima à tubulação teria causado o acidente. Uma fumaça amarela subiu e imediatamente as sirenes das viaturas do Samu e da Guarda Municipal são acionadas e os moradores começam a ser retirados das casas pelas equipes identificadas com coletes da cor laranja da Defesa Civil.

Retirada e orientações

“O tempo de resposta foi excelente. As pessoas saíram de suas casas de forma rápida e ordenada demonstrando que entenderam o sentido do que estamos tratando aqui”, disse Rafael Rodrigo Silveira, gerente da faixa de dutos da Transpetro.

Cerca de 40 pessoas foram retiradas de suas casas por alguns minutos e concentradas numa tenda montada distante 300 metros do local do suposto acidente.

Ali, recebiam folhetos orientando sobre como proceder em caso de acidente: acionar o telefone 168, o canal de emergência da Transpetro, deixar imediatamente o local levando apenas os pets, ficar contra o vento e não acionar interruptores ou qualquer tipo de motores, já que se trata de substância volátil e inflamável.

Engajamento positivo

Para o secretário municipal de Defesa Social e Trânsito, Péricles de Matos, a adesão dos moradores foi muito positiva. “A população de Curitiba está dando o exemplo de cidadania e engajamento nas ações de prevenção de tragédias e proteção ambiental”, disse o secretário.

A realização de simulados como forma de preparar na prática a comunidade para o enfrentamento a situações de emergência, de preferência uma vez ao ano, é uma recomendação prevista na Norma de Procedimento Técnico (NPT) 17 do Corpo de Bombeiros do Paraná.

“Com essas práticas nós estamos quebrando paradigmas, deixando de ser reativos a catástrofes, nos tornando proativos na prevenção e no planejamento da mitigação de acidentes”, avaliou o secretário.

Moradores aprovaram

Quem mora na Rua Maria Luíza Bertoldi achou a experiência positiva. “Foi a primeira vez que participei de um simulado de retirada. Eu sabia da existência do oleduto na nossa rua e isso é muito importante porque agora já sabemos o que fazer em caso de um acidente”, explicou Douglas Ferreira, que mora há 17 anos no local com a esposa e dois filhos.

A moradora Sandra Mara Beca, que reside há 16 anos na região, também participou pela primeira vez desse tipo de treinamento. “Hoje eu deixei alguns afazeres em casa para estar aqui porque é preciso saber o que deve ser feito em caso de emergência”, explicou.

Treino para incêndio na Câmara

Na terça-feira (19/10), a preparação para o enfrentamento de situações adversas foi realizada na Câmara de Vereadores. Com o apoio da Defesa Civil foi simulado um incêndio no local, com abandono dos dois prédios por todos os servidores e vereadores.

“Foi uma iniciativa inédita no Legislativo municipal com o objetivo de que todos saibam o que fazer numa situação como a treinada, buscando reduzir transtornos e, principalmente, o número de vítimas”, afirma o coordenador da Defesa Civil da capital, Nelson Ribeiro.

De acordo com ele, o treinamento também é essencial para avaliar a operacionalização da brigada de incêndio do local, com pontos a serem melhorados e conhecimentos específicos que podem buscar para chegar à perfeição em caso de necessidade diante de uma situação adversa.

A realização de simulados como forma de preparar na prática a comunidade para o enfrentamento a situações de emergência, de preferência uma vez ao ano, é uma recomendação prevista na Norma de Procedimento Técnico (NPT) 17 do Corpo de Bombeiros do Paraná.