Curso ensina trabalhadores a manipularem corretamente os alimentos
COM ASSESSORIAS – O bolor que se desenvolve em alimentos que demoram muito para ser consumidos pode desencadear alergias e até ocorrência de câncer a longo prazo.
O tema é parte do conteúdo do curso Boas Práticas na Manipulação de Alimentos, que começou a ser ministrado na segunda-feira (12/9), na Escola de Segurança Alimentar Dom Bosco, no bairro Campo de Santana.
O curso é gratuito, tem 15 horas de duração e está sendo realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Segurança Alimentar (SMSAN) e o Serviço Nacional do Comércio (Senac-PR). Estão participando 31 pessoas que trabalham nas áreas de panificação, açougues e lanchonetes.
As próximas aulas vão acontecer nos dias 14, 16 e 19, das 13h às 17h. Ao final, os integrantes que cumprirem o cronograma receberão um certificado que os torna aptos a produzir alimentos de forma segura.
Contaminação se alastra
“Quando o bolor já está formado não adianta cortar aquela parte do alimento em que ele visível porque todo ele já está comprometido”, explicou a nutricionista Vaneise Bueno.
Ela também citou que os esporos do bolor, que não são visíveis a olho nu, se espalham para os alimentos que estiverem no mesmo recipiente.
“Não adianta lavar, assar ou cozinhar os alimentos porque os esporos já se espalharam e a toxina já está formada. O melhor caminho é não consumir”, aconselhou.
Boas práticas
A meta do curso é mostrar que o cuidado com os alimentos vai desde o plantio até a colocação na mesa. As aulas ensinam como preparar e manusear, com cuidado e higiene, frutas, verduras, legumes, carnes e alimentos perecíveis em geral.
O objetivo é diminuir a incidência de contaminações cruzadas e doenças, além de buscar a conscientização dos trabalhadores do setor para produzir alimentos seguros, que não provoquem danos à saúde.
Higiene é fundamental
A nutricionista explicou que adotar as boas práticas na manipulação de alimentos independem de ter uma grande estrutura.
“A manipulação envolve tudo. Se as etapas sequenciais de boas práticas não forem seguidas, todo o processo pode ser comprometido. Isso começa pela escolha da matéria-prima que deve ser adquirida em local seguro, seguir as normas de higiene para o preparo correto até a distribuição final desse alimento”, explicou Vaneise.
Para os casos de clientes que têm algum tipo de intolerância, o manipulador deve ler rótulos para se certificar que o insumo que usado está livre do componente que pode afetar a saúde de quem vai consumir o alimento.
“Por exemplo, se temos um cliente que tem alergia a frutos do mar, não dá para fritar coxinha para esta pessoa no mesmo óleo em que foi preparado o camarão porque a pessoa vai sofrer a reação”, alertou.
Informações úteis
As orientações são absorvidas atentamente pelos participantes. Camila Mendes dos Santos, trabalha como gerente de uma panificadora e disse que é a primeira vez que faz o curso. “Estou aprendendo muita coisa útil que vou usar no meu dia a dia”, garantiu.
Outra participante, Leiliane Mautomoto também trabalha em uma panificadora dentro do Supermercado Cead, no Tatuquara, e já tinha feito o curso, mas decidiu fazer novamente para reavivar os ensinamentos.
“É bom se atualizar. Trabalhar com alimentos é uma grande responsabilidade, já que pode afetar a saúde das pessoas”, avaliou.