Com a continuidade do frio intenso, Curitiba estende reforço no atendimento à população de rua
COM ASSESSORIAS – Com a previsão de continuidade das baixas temperaturas, a Fundação de Ação Social (FAS) vai estender as ações intensificadas para abordagem e acolhimento de pessoas em situação de rua. O reforço no atendimento seria realizado até este fim de semana, mas será mantido, inicialmente, até a noite de segunda-feira (19/6). O trabalho faz parte da Operação Inverno, que teve início em 15 de maio.
O serviço de abordagem social e acolhimento da população em situação de rua é oferecido 24h por dia, ininterruptamente, mas é ampliado sempre em que há previsão de temperaturas iguais ou abaixo de 8ºC.
De acordo com Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), entre este sábado (17/6) e segunda-feira, as temperaturas mínimas em Curitiba irão variar de 7ºC a 9ºC, mas com sensação térmica que pode chegar a 3ºC, no domingo (18/6).
“Vamos intensificar o trabalho de abordagem para garantir que todas as pessoas que estão nas ruas e desabrigadas possam ser acolhidas e dormir protegidas nos abrigos do município”, explica a presidente da FAS, Maria Alice Erthal.
A medida visa, principalmente, evitar o risco de hipotermia, que pode ocorrer quando as temperaturas estão muito baixas.
Mais equipes nas ruas
O reforço do atendimento da FAS será feito todos os dias, das 18h às 23h, quando dez equipes de educadores sociais estarão nas ruas de toda a cidade em busca de pessoas desabrigadas. O atendimento será feito com base nas solicitações que chegarem à Central 156 e também por busca ativa.
A partir das 23h, o atendimento segue sendo feito pelas equipes da Central de Encaminhamento Social 24h.
Durante o dia, nas regionais, a abordagem a pessoas em situação de rua é feita pelos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas).
Pessoas em situação de rua com problemas de saúde terão atendimento especial. Além de serem monitoradas constantemente pelas equipes, que já conhecem cada caso, elas poderão ser encaminhadas para unidades de saúde do município.
Vagas
Atualmente, a FAS conta com 1.561 vagas de acolhimento, em 32 unidades oficiais e parceiras, quantidade que pode ser ampliada de acordo com a demanda, segundo a diretora de Atenção à População em Situação de Rua da FAS, Grace Kelly Puchetti.
Nos abrigos, as pessoas em situação de rua podem dormir protegidas, além de receber alimentação e ter acesso a local para higiene, com fornecimento de kits contendo shampoo, sabonete, toalha de banho, escova e creme dental.
Natural de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, Everton Correia, 42 anos é um dos acolhidos da Casa de Passagem Padre Pio, instalada na Praça Solidariedade, Jardim Botânico.
“Aqui a gente tem uma cama e cobertor limpos, café da manhã, almoço e janta. Por isso aconselho as pessoas que estão na rua, no frio e na chuva, que liguem no 156 e peçam para ser acolhidas”, diz.
Everton está acolhido pela FAS há um mês, desde que teve o Bolsa Família suspenso pelo governo federal. Depois de ter o Cadastro Único atualizado pela equipe da fundação, ele aguarda o retorno do benefício para alugar novamente uma quitinete. Ele conta que, enquanto isso, vende balas nas ruas do Alto da XV para ter uma renda.
Animais de estimação
Como acontece desde 2019, os animais de estimação também serão transportados com seus tutores. Para isso, a FAS mantém em suas kombis caixas para transportar animais de até médio porte. Para esses casos, o acolhimento será feito em unidades que possuem canis.
Central 156
A Prefeitura pede a ajuda da população para proteger as pessoas em situação de rua. A orientação é para que entrem em contato com a Central 156, por telefone, site ou pelo aplicativo Curitiba 156, sempre que avistarem alguém nessa condição.
A população pode contribuir também com a Campanha do Agasalho – Doou Esquentou, desenvolvida pela FAS, e que pede a doação de agasalhos e calçados, principalmente masculinos, cobertores e toalhas de banho, que serão distribuídos a pessoas em situação de vulnerabilidade social e risco social, principalmente aquelas que vivem nas ruas.