Campo Largo participa do 1º Encontro de Municípios para atendimento de animais silvestres

COM ASSESSORIAS – O atendimento, o resgate e a destinação adequada da fauna silvestre em áreas urbanas e periurbanas (localidade de transição entre as áreas urbanas e rurais) ganharam novas diretrizes no Paraná com a Resolução Sedest/IAT nº 013/2022, publicada no mês passado. O Instituto Água e Terra (IAT) padronizou ações para resgate e atendimento nos municípios, e as normativas foram estabelecidas com validação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Sendo assim, aconteceu entre os dias 21 e 23 de novembro o EMAAS – 1º encontro de municípios para atendimento de animais silvestres -, no Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI) que fica em Piraquara. Abriram o evento o presidente do IAT, José Volnei, e Rubens Luiz Ferreira Gusso, diretor da Secretaria de Estado da Saúde – SESA. O encontro contou com palestras teóricas e também aulas práticas de manejo de fauna silvestre. Foram apresentadas as legislações pertinentes ao tema, bem como estatísticas de números de demandas atendidas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Além da teoria, foram feitas aulas práticas para passar noções de como se aproximar, como manejar e transportar os animais. Foram manejadas serpentes peçonhentas, ouriço, gambá e aves.
As orientações foram destinadas aos municípios, uma vez que se tornam os responsáveis pelo atendimento e resgate de animais vitimados que circulam nas cidades e nas áreas periurbanas. Prefeituras terão suporte de outros órgãos envolvidos e o IAT passou a ter uma função de articulador para a gestão da fauna, além de promover a fiscalização, licenciamento e destinação de fauna.
Representando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agropecuária de Campo Largo, compareceram a bióloga Walquiria Menna Brusamolin, a médica veterinária Fátima Aparecida de Lara, os fiscais ambientais Carolina Maria de Abreu Nicolaio e Gabriel Carlesso Kampa, e a estagiária de Medicina Veterinária Laís Karoline Vaz. Também estiveram presentes veterinários, biólogos, estagiários, guardas municipais e outros servidores das prefeituras da RMC.
Campo Largo está em 5º lugar no número de demandas atendidas na RMC, logo atrás de Curitiba, de “municípios não identificados” (demandas para as quais o requerente não identifica a cidade sede), São José dos Pinhais e Colombo. Na lista de animais mais resgatados estão aves, gambás, corujas, capivaras, cobras, ouriços, carcarás e gaviões. Destaque para as linhas de cerol que mutilam muitas aves. Já na lista de atendimento à fauna exótica invasora (a qual causa inúmeros problemas, dentre os quais, a perda de biodiversidade) as espécies mais comuns são lebre, sagui, piton, tartaruga da orelha vermelha, tartaruga-tigre-d’água, ouriço pigmeu africano.
O encontro abordou ainda o resgate de répteis e anfíbios e a importância dos equipamentos e EPIs certos para essa finalidade. No Brasil, em 2018, existiam 795 espécies conhecidas de tartarugas, jacarés, lagartos, serpentes e anfísbenas. No Paraná há 120 espécies. Nesse grupo estão as rãs, sapos, pererecas, cobra cegas, salamandras, tartarugas, jacarés e serpentes. E, na ocasião, também houve uma capacitação com a Vigilância em Saúde, pois o trabalho é muito próximo. Pela Portaria 1172/2004, é a Saúde a porta de entrada e que atende os casos de abelhas, águas vivas, mariposas, aranhas, serpentes, escorpiões, lagartas, peixes, primatas, morcegos, mamíferos silvestres (suspeita de raiva) e epizotia (ex.: macaco morto, morcego morto). Dos 29 municípios da RMC, Campo Largo está em 8º lugar no número de registros. de animais que apresentam risco, como animais peçonhentos.
Segundo a bióloga do município, Walquiria Menna Brusamolin, “a nova resolução estabelece critérios, definições e como o Estado e os municípios irão se articular. Então pudemos ficar bem inteirados das nossas responsabilidades e bastante esclarecidos sobre protocolo de resgate, o passo a passo, bem como o fluxo de atendimento. Essa capacitação foi muito rica tanto na parte teórica quanto na prática, e muito esperada pela nossa equipe, tendo em vista que desde outubro do ano passado o IAT compartilhou conosco a responsabilidade de resgatar e transportar a fauna silvestre. Campo Largo está em fase de estruturação desse setor, então essa oportunidade foi um marco para estruturação de uma política pública local que se consolida daqui em diante, trazendo respaldo para o atendimento correto aos munícipes”.