Acumuladores compulsivos são tema de projeto de lei na Câmara de Curitiba

Na tentativa de evitar que novos casos envolvendo acumuladores aconteçam, um projeto de lei do vereador Marcelo Fachinello (PSC) começou a ser debatido na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) no dia 8 de março. Nesta data, o parlamentar apresentou uma proposição legislativa sugerindo a criação de uma Política Municipal de Atenção a Pessoas com Transtorno de Acumulação, que ofereça cuidados médicos às pessoas que enfrentam essa doença (005.00047.2023).
“O transtorno de acumulação é uma patologia documentada pela medicina. O indivíduo acometido por esta doença mental acumula itens que acabam por obstruir e congestionar o local onde vive, além de prejudicar a realização de atividades básicas, refletindo na sua qualidade de vida e nas relações familiares e no seu convívio social”, afirma Marcelo Fachinello, na justificativa da proposta.
O assunto já foi objeto de discussão dos vereadores de Curitiba em 2023, em fevereiro, quando o delegado Guilherme Luiz Dias, da Delegacia de Proteção e Meio Ambiente (DPMA), da Polícia Civil do Paraná, detalhou aos parlamentares a operação que resgatou mais de 200 cães que se encontravam em condições insalubres (leia aqui). Os animais eram mantidos cativos por uma pessoa supostamente acometida por acumulação compulsiva.
A Política Municipal de Atenção a Pessoas com Transtorno de Acumulação estabelece diretrizes para o socorro a essas pessoas, exigindo que elas tenham garantidos os cuidados necessários à saúde física e emocional, redução dos riscos sanitários e ambientais de transmissão de zoonoses, promoção do bem-estar animal e engajamento da família e da comunidade próxima na superação da situação de acúmulo.
A proposta estabelece que os casos suspeitos de transtorno de acumulação devem ser identificados pelos serviços de fiscalização da Prefeitura de Curitiba. “Os casos de acumulação têm sido recorrentes em Curitiba e exigem rápida intervenção de diversas autoridades. Tivemos recentemente casos envolvendo animais, que além de caracterizar maus tratos podem trazer diversos riscos sanitários aos que vivem próximos a esses locais”, justifica o parlamentar.
Tramitação
Protocolado no dia 8 de março, o projeto aguarda instrução da Procuradoria Jurídica (Projuris) da CMC, para então seguir para a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso acatada, a proposição será encaminhada para os outros colegiados permanentes, indicados pela CCJ de acordo com o tema da matéria.
As comissões podem solicitar estudos adicionais, a anexação de documentos, revisões no texto e o posicionamento de órgãos públicos. Concluída tal etapa, o projeto estará apto para a votação em plenário, mas não há um prazo regimental para a tramitação completa. Se aprovada, a iniciativa será enviada para a sanção do prefeito. Se vetada, caberá à Câmara a palavra final – ou seja, se mantém o veto ou promulga a lei.
O teor dos projetos de lei é de responsabilidade dos mandatos parlamentares. A divulgação deles pela CMC faz parte da política de transparência do Legislativo, pautada pela promoção do debate público e aberto sobre o trabalho dos vereadores. Atenta ao princípio constitucional da publicidade, a Diretoria de Comunicação Social segue a instrução normativa 3/2022 da CMC.
Fonte: Câmara Municipal de Curitiba