Grande Curitiba

O que você deve saber sobre osteoporose e implantes dentários

1 de maio de 2022 às 10:00

COM ASSESSORIAS – A maior parte dos pacientes que sofrem com a perda progressiva de massa óssea pode recorrer à cirurgia para instalação dos implantes, sem qualquer contraindicação. Porém, em alguns casos, é preciso um nível maior de atenção para conquistar pleno sucesso no tratamento

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 10 milhões de brasileiros são afetados pela osteoporose, condição de saúde que enfraquece os ossos, tornando-os mais frágeis e propensos a fraturas. Uma dúvida comum é: portadores da doença podem se submeter a implantes dentários?

A especialista Bruna Ghiraldini, doutora em Implantodontia e coordenadora do departamento de Pesquisa & Desenvolvimento da S.I.N Implant System, afirma que a grande maioria dos pacientes pode realizar o procedimento sem medo. “Isso acontece porque, em geral, a osteoporose não causa alterações nos ossos da face e, sendo assim, a taxa de sucesso, após a instalação dos implantes, é praticamente a mesma dos indivíduos não afetados pela condição”, explica.

A Dra. Bruna alerta, porém, que o tratamento pode ser contraindicado ou, ainda, exigir maior cautela, quando o paciente faz uso de uma medicação conhecida como bisfosfonato. O composto é amplamente utilizado no tratamento de doenças ósseas, como osteopenia e câncer nos ossos, entre outras. “Nestes casos, é preciso que a pessoa informe ao cirurgião dentista o máximo de detalhes sobre o remédio, como dose, forma de administração (se é oral ou venosa) e o tempo de tratamento. Estas são informações preciosas”, destaca Bruna. “Além disso, na fase que antecede a cirurgia, é imprescindível que o paciente procure também um endocrinologista, para que o profissional auxilie no controle da doença e, ainda, faça uma avaliação criteriosa, alertando sobre as condições que poderiam oferecer risco ao procedimento”, diz.

Ainda segundo a especialista, o dentista pode solicitar, sempre que achar necessário, exames de sangue. “Por exemplo, o chamado CTX demonstra a degradação do colágeno tipo 1 e é um dos exames que ajuda na tomada de decisão para a intervenção cirúrgica”, diz Bruna. “O exame permite avaliar o nível de atividade metabólica do osso e oferece uma boa previsibilidade, em relação ao risco e sucesso no tratamento”.

Em síntese, conforme a especialista, estas medidas servem para afastar os riscos de má cicatrização e necroses, nos pacientes com osteoporose. E, também, previnem infecções ósseas, ou até mesmo que os pontos da cirurgia se rompam. “Mas a boa notícia é que o acompanhamento multidisciplinar e o controle sobre o uso das medicações tornam o implante dentário uma opção para os portadores da osteoporose”, diz Bruna.