Grande Curitiba

Vigilância em Saúde de Campo Largo alerta sobre cuidados com a raiva

A doença é uma zoonose que acomete mamíferos, por isso não deixe de vacinar anualmente seus animais
19 de agosto de 2022 às 12:48

COM ASSESSORIAS – A Prefeitura de Campo Largo, por meio do departamento de Vigilância da Secretaria Municipal de Saúde, traz orientações para a população sobre uma zoonose que acomete mamíferos: a raiva. Isso se deve a um caso positivo de morcego encontrado na cidade com a doença. O órgão está monitorando e tomando medidas na região aonde foi recolhido o animal infectado.

“Esta é a mais grave zoonose que afeta os mamíferos, pois é letal para todos os animais que ela infecta. O vírus rábico fica na saliva de animais infectados e pode ser transmitido no contato direto com secreções deste animal”, explica a bióloga da Secretaria Municipal de Saúde, Virgínia Prado.

A culpa não é do animal – Todos os mamíferos que podem transmitir a raiva também sofrem e morrem por ela. Sendo assim, é importante prevenir a doença e verificar como proceder em casos de acidentes com animais, em que possa haver risco de transmissão. Confira as orientações da Vigilância em Saúde de Campo Largo:

– Caso você seja mordido ou arranhado por um animal, lave o ferimento com água e sabão e procure imediatamente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Campo Largo;

– Cães e gatos devem ser observados por 10 dias, independente de ter tutor ou ser um animal de rua. Durante esse período, se o animal apresentar comportamentos anormais, ou morrer, a Vigilância em Saúde deve ser avisada para que os técnicos realizem os procedimentos necessários e orientem sobre a aplicação do protocolo de soro e vacina antirrábicos para quem sofreu a agressão.

– Em caso de contato com morcegos, sem uso de luvas, procure a UPA de Campo Largo.

Prevenção – Há algumas medidas importantes que a população deve se atentar, segundo a bióloga, para evitar que a doença se espalhe. Para prevenir a raiva ela indica:

1) Vacinar anualmente cães, gatos, bovinos, equínos, suínos e caprinos, entre outros animais;

2) Evitar o contato direto com animais silvestres, especialmente morcegos;

3) Em caso de aparecimento de morcegos (mortos ou vivos) em condições anormais, caídos no chão durante o dia, ou com dificuldade de voar, não toque e não permita que animais da casa se aproximem. Se possível, coloque um balde sobre o morcego e entre em contato com a Vigilância em Saúde do município. Mantenha o local fechado, até que a equipe realize o recolhimento.

Morcegos – Os morcegos são animais muito importantes para o equilíbrio ambiental, são excelentes controladores de insetos, polinizadores e disseminadores de sementes. Existem também espécies que se alimentam de sangue e que dificilmente são encontradas na área urbana, já que gostam de viver bem escondidas.

Mas independente do hábito alimentar, todos eles podem transmitir a raiva, caso estejam infectados. Por isso, evite contato direto com qualquer morcego, vivo ou morto, e fique atento, pois são animais de hábitos noturnos. Encontrá-los durante o dia, caídos ou voando, é portanto um indício de que não estão saudáveis. Há muitas doenças que podem acometer os morcegos, não só a raiva.

Caso verifique a presença de morcegos alojados no forro de edificações, é necessário proceder com a vedação das possíveis entradas, de forma progressiva, seguindo este passo a passo:

1) Verifique ao entardecer os espaços abertos por onde eles entram e saem;
2) Vede definitivamente as frestas, deixando aberta apenas aquela utilizada para a saída dos morcegos.
3) Aguarde a saída dos animais ao entardecer e vede essa abertura com material provisório (jornais, espumas ou panos). Com esse procedimento os animais que saíram estarão impedidos de retornar ao abrigo;
4) Na tarde do dia seguinte, retire o material provisório, para permitir a saída de outros que haviam permanecido no abrigo. Repita até verificar que não tenham mais animais no forro;
5) Vede definitivamente a abertura de entrada e saída dos morcegos;
6) Após a vedação, as fezes devem ser umedecidas com água e recolhidas. Durante esse procedimento é necessário utilizar uma máscara que proteja o nariz e a boca, bem como usar óculos e roupas compridas.

Importante – Entre setembro e abril é o período reprodutivo dos morcegos. Por isso, tentar retirá-los do forro nessa época não é eficiente, uma vez que os filhotes (que ainda não voam) podem permanecer no local e vir a óbito.

Virgínia Prado lembra que os morcegos são animais protegidos por lei (Lei 9605/98), então matá-los é um crime ambiental passível de penalidades. “Além disso, eles são extremamente importantes para o equilíbrio da natureza. Aliás, são excelentes predadores do mosquito Aedes aegypti. Por isso, preservá-los é essencial”, finaliza.

Mais informações fale diretamente com a Vigilância em Saúde em (41) 3291-5116.