Grande Curitiba

Agroindústria campo-larguense recebe selo do COMESP e ampliará vendas para região metropolitana e litoral

Novidade foi possível com orientações do Serviço de Inspeção Municipal e respaldo de recente lei municipal; Secretaria de Agricultura e Pecuária tem departamento que acompanha e orienta trâmites para produtos de origem animal
10 de janeiro de 2024 às 18:24
(Foto: Thatiana Bueno / SMCSeTI e Divulgação / SMAP)

COM ASSESSORIAS – Campo Largo, que faz parte do Consórcio Metropolitano de Serviços do Paraná (COMESP), está vendo acontecerem novas oportunidades às agroindústrias locais. A partir de uma oportunidade aberta pelo COMESP e pelo Programa CONSIM 2 (Projeto de Ampliação de Mercados de Produtos de Origem Animal para os Consórcios Públicos), do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), foram escolhidas quatro pequenas empresas para participarem de um processo de adequação com duração de dois anos. E uma delas foi uma tradicional salumeria do município.

O objetivo foi prepará-las para estarem aptas a vender seus produtos de origem animal – carnes, leite, ovos, mel, pescados e seus derivados – paraos 31 municípios que fazem parte do COMESP, tanto da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) quanto do litoral. O processo todo de desenvolvimento completou dois anos em novembro do ano passado, lembrando que a salumeria local já tem o selo SIM/POA desde 2011, ou seja, está regulamentada faz tempo pelo Serviço de Inspeção Municipal de Produtos de Origem Animal (SIM/POA) com relação aos procedimentos de inspeção e fiscalização sanitária. E agora recebeu mais um selo que amplia seu alcance.

Todos os municípios que fazem parte do COMESP devem ter, nas suas legislações municipais, a mesma regulamentação, e nisso Campo Largo já saiu na frente, pois tem a Lei nº 3.613, do Serviço de Inspeção Municipal, aprovada em junho de 2023 (saiba mais aqui).

A empresa – Além da formalização como agroindústria e da lei municipal, com a obtenção do selo a salumeria, a partir de agora, tem acesso ao mercado formal e agrega valor ao produto, aumentando sua lucratividade, além de garantir uma oferta maior de alimentos seguros ao consumidor. “Vendemos na loja que fica na fábrica e em feiras e estabelecimentos de diversos portes, mas agora ampliando para restaurantes, açougues, mercados. Já temos uma clientela estabelecida em Campo Largo, e agora estamos visando o litoral: Guaratuba, Paranaguá, Morretes, e outras cidades da Região Metropolitana”, conta Vanderlea Bianco Marcon, proprietária da salumeria.

Localizada no bairro Salgadinho, a salumeria tem 17 funcionários e está, neste momento, em fase de ampliação da sua sede, reforma que deve ir até abril de 2024. “Foi mais de um ano mudando a planta, lidando com arquiteto. Unimos o perfil de empreender e expandir com a preparação da empresa para as adequações necessárias, e tem que se preparar porque surgem surpresas no caminho. Você prevê gastar um valor e gasta três vezes mais. Mas olha, nem terminou essa reforma e já penso para frente, no alcance nacional. Estamos entusiasmados com as muitas possibilidades que se abrem e celebramos porque o trabalho tem sido árduo”, revela o esposo de Vanderlea e também proprietário, Juliano Marcon.

Após a reforma, eles devem pleitear para o próximo ano a auditoria do MAPA para poder comercializar seus produtos em todo o Brasil, pelo Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI).

Na prática – Vale lembrar que os agroindustriários SIM só podem comercializar seus produtos dentro do município. A nova legislação consolida a oportunidade para os que desejarem – e que sejam registrados no SIM de Campo Largo -, ampliem o comércio para os municípios de abrangência do Consórcio. Esses interessados poderão receber auditoria de técnicos do MAPA e, após aprovação, poderão comercializar seus produtos em todo o Brasil, pelo SISBI, situação que será avaliada por um representante de um dos municípios que faz parte do Consórcio, a cada ano.

O caminho para o selo – A médica veterinária da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária (SMAP), Amanda de Jesus Hervis, acompanhou todo o processo da salumeria local.

Ela também é fiscal do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Campo Largo e explica que “os produtores campo-larguenses já podem aproveitar a expertise do processo pelo qual passou a salumeria para aplicarem nos seus negócios também. Essa é a primeira empresa de Campo Largo a ter o selo do COMESP para comercializar seus produtos em todas as cidades da RMC. Ou seja, está partindo de 140 mil habitantes para toda a RMC, algo em torno de três milhões e meio de habitantes. E o mais legal é que amadurecemos durante todo o processo com eles, estando aptos a bem orientar também os demais interessados. As agroindústrias registradas no SIM/POA de Campo Largo têm mais possibilidades de vendas e de levar os produtos daqui para diversos outros lugares do estado”.

Esta organização entre Municípios, por meio do Consórcio, gera uma série de benefícios como segurança sanitária dos alimentos comercializados, a ampliação da capacidade fiscal, redução de custos, integração regional, além da abertura de mercado.

Mudanças na rotina da empresa – Novas etiquetas para os produtos da salumeria já chegaram e, mais do que um mero detalhe, elas são a comprovação da origem e da qualidade do produto de origem animal – padronizadas dentro do selo SIM/POA. E a empresa também aplicou programas de controle de formulação dos produtos, bem como da rastreabilidade. Cruzando a origem de toda a matéria-prima e de tudo que é usado, ambos os controles se complementam. Mas a principal mudança foi na estrutura que passa de 640 m² para 998 m².