Grande Curitiba

Programa da prefeitura de Campo Largo para portadores de Fibromialgia completa 6 anos e meio

25 de janeiro de 2024 às 16:18
(Foto: Divulgação / SMS)

COM ASSESSORIAS – Considerada a principal causa de dores crônicas no Brasil, a Fibromialgia é uma síndrome que, segundo um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, acomete quatro milhões de pessoas no país. Desses pacientes, entre 75% e 90% são mulheres que sofrem com dores musculares generalizadas e nas articulações.

Contudo, as fortes dores não são o único empecilho para as pessoas diagnosticas com Fibromialgia. Fadiga, não descansar devidamente durante o sono, problemas de memórias, ansiedade, formigamento, tontura e dores de cabeça costumam acompanhar esses pacientes.

Suporte mental – Como a depressão está presente em 50% dos portadores da doença, o acompanhamento psicológico é fundamental no tratamento. Por isso a importância do programa de apoio às pessoas diagnosticadas com Fibromialgia, criado pela prefeitura de Campo Largo por meio da Secretaria de Saúde.

A iniciativa da médica reumatologista do município, Patrícia Martin, foi criada em agosto de 2017 e conta com uma equipe formada por psicóloga, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista e reumatologista. Juntas, as profissionais criaram um protocolo de intervenção baseado em evidências clínicas relevantes para cada área. E passaram a realizar encontros semanais, com 10 a 12 participantes, geralmente nas segundas ou quintas-feiras. Além disso, a equipe criou uma cartilha informativa para auxiliar no tratamento.

A partir do próximo mês (fevereiro/2024), o grupo se encontrará na UBS Amadeu Mazzo – que fica localizada no bairro Botiatuva – e é aberto a moradores de todas as regiões da cidade. O próximo encontro será no dia 16 de fevereiro, às 14h.

A maioria das participantes são mulheres e, até hoje, já passaram mais de 160 pessoas pelo programa. Entre elas está a artesã Zilda Chyczy, de 43 anos, que trata a Fibromialgia faz sete anos. Embora admita que no início estava um pouco relutante em participar dos encontros, hoje ela agradece pelo acolhimento feito pelas profissionais da saúde.

“A equipe de profissionais que nos assiste no grupo é muito competente, demonstrando respeito e empatia sempre,” diz a artesã. “Os exercícios e a didática também facilitam o entendimento e a participação. Além disso, trocar experiências com pessoas que vivenciam as mesmas situações no dia a dia, fazer novas amizades, criar vínculos e ter essa noção de pertencimento influencia muito no nosso bem-estar”, complementa.

Segundo Zilda, o simples fato de incluir atividades na semana e sair da rotina tem lhe incentivado a buscar maneiras de melhorar a relação com o ambiente, com a família, outras pessoas e consigo mesma. Os encontros têm ajudado ela a entender o próprio corpo, suas limitações e que, acima de tudo, há esperança para prosseguir.

Mariane Louise Bonato, psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS II, explica que “este programa é uma ação que envolve profissionais de diversos setores da saúde e que tem um objetivo em comum: auxiliar os pacientes que sofrem com dores crônicas a resgatar sua qualidade de vida e se envolver em atividades significativas, numa vida mais valorosa”. Ela também revela “o intuito de ampliar essa proposta para a população de Campo Largo, realizando o grupo também em algumas Unidades Básicas de Saúde para facilitar a adesão”.

Novas perspectivas – Outra participante do programa é Emília da Silva, de 58 anos. Após vários anos dedicados aos serviços domésticos, ela se viu obrigada a parar devido às fortes dores que sentia por ser portadora de uma doença degenerativa na coluna vertebral. Hoje Emília se dedica ao artesanato e também à produção de plantas em vasos, atividades motivadas pelo projeto Mulheres Transformadoras, também criado pela médica Patrícia Martin, em que as pacientes são incentivadas a participar de feiras para vender seus produtos e, assim, ter uma fonte de renda.

“Sou muito grata pela oportunidade de participar dos encontros de gerenciamento da dor porque aprendi como facilitar meus afazeres do dia a dia”, conta Emília. “Também aprendi a cuidar da alimentação, praticar exercícios e atividades para melhorar a dor e cuidar do meu psicológico que também estava bem abalado devido aos sintomas da Fibromialgia. Cada encontro nos fortalece porque somos acolhidas com muito carinho. Que esse programa possa se expandir para que muitas pessoas tenham essa oportunidade de melhorar a dor e se descobrir”, finaliza.

Além dos encontros, a Prefeitura de Campo Largo fornece gratuitamente a Carteira de Prioridade para Portador de Fibromialgia. A solicitação pode ser feita através deste portal, acessando a página neste link.

Compartilhe essa notícia e convide amigos e familiares que podem se beneficiar do programa.

SERVIÇO:

Encontros de gerenciamento da dor – Fibromialgia

Local: UBS Amadeu Mazzo

Endereço: Rua João Stukas, 3237, bairro Botiatuva

Próximo encontro: 16/02/204

Horário: 14h

Mais informações: (41) 3291-5203 (WhatsApp) ou (41) 3291-5209 (Secretaria de Saúde)