Nota de pesar pela morte do trombonista Raul de Souza
COM ASSESSORIAS – A Fundação Cultural de Curitiba e Instituto Curitiba de Arte e Cultura lamentam a morte de Raul de Souza, vítima de um câncer, aos 86 anos, na França. O trombonista, reconhecido internacionalmente como um dos melhores do mundo, tinha forte ligação com Curitiba. Participou ativamente da cena jazzística, sendo que suas grandes apresentações foram na Oficina de Música, na qual também foi professor em diversas edições.
No fim dos anos 50, Raul se casou e teve três filhos na cidade, hoje deixa netos e bisnetos por aqui. Essa passagem resultou em um álbum com nome Curitiba 58, que remete ao tempo que viveu na capital paranaense.
A Oficina de Música de Curitiba, na edição de 2020, foi também o palco da última apresentação do trombonista para um grande público. O show que lotou o Teatro da Reitoria contou com a banda formada por Mário Conde (guitarra), Glauco Solter (baixo), Fábio Torres (piano) e Sérgio Machado (bateria) e com a participação do percussionista Airto Moreira.
O começo desse envolvimento com a Oficina foi em 2004, a convite do baixista Glauco Solter, quando veio para ministrar aulas de composição para sax e trombone. Entre suas apresentações, teve destaque o encerramento do evento em 2015, que comemorou ao lado do cantor Ed Motta, seus 80 anos.
Amigo de Souza, Glauco o conhecia desde 1995 e o acompanhou em inúmeras turnês, entre elas na China, Romênia, África e Tunísia. “É imensurável o tamanho do Raul. Em todos os lugares que íamos aparecia alguém com seus cds. Além de ser uma grande mestre e gênio da música, Raul era muito humano e generoso. Deixou uma lição de vida e um registro musical irretocável, com gravações épicas”, comentou Glauco.
Batizado artisticamente por Ari Barroso, o músico é reconhecido pelo improviso suingado, pelo samba-jazz e por ser o inventor do “souzabone”, um trombone com quatro válvulas, uma a mais do que no instrumento tradicional.
Raul trabalhou com Sérgio Mendes, Flora Purim, Airto Moreira, Milton Nascimento, Sonny Rollins, Cal Tjader e a banda de jazz fusion Caldera. Também dividiu o palco com Pixinguinha, Baden Powell, Tom Jobim, Zimbo Trio, Paulo Moura, Milton Nascimento, Djavan, Maria Bethania, Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti.