Grande Curitiba

Preocupação com avanço da vacinação marca discurso dos vereadores em Curitiba

Nesta quarta, também foi discutida a reabertura de unidades de saúde e a visitação ao Zoológico, onde trabalham 30 famílias de vendedores ambulantes.
16 de junho de 2021 às 18:57
(Foto: CMC)

“Assim que as vacinas forem chegando, Curitiba vai vacinar. A nossa guerra maior é contra o vírus, que é inimigo de todo mundo”, reagiu Pier Petruzziello (PTB), líder do governo na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na sessão desta quarta-feira (16). Pelo terceiro dia consecutivo, a preocupação sobre o andamento da vacinação foi a tônica, no plenário virtual, quando o debate tangenciou a pandemia e as vítimas da covid-19. “Vamos continuar nos prevenindo”, pediu Petruzziello.

Representante do Executivo na CMC, Petruzziello agradeceu a movimentação do Legislativo junto ao governo do Paraná, fiscalizando a distribuição das vacinas para Curitiba. Hoje à tarde, uma comitiva da CMC, coordenada por Alexandre Leprevost (SD), e com a presidente da Comissão de Saúde, Noemia Rocha (MDB), e outros parlamentares, agendou reunião com o diretor-geral da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Nelson Werner Júnior. A Sesa foi oficiada pela CMC em maio, com questionamentos sobre a distribuição das vacinas (leia mais).

Indiara Barbosa (Novo) pediu que, na reunião, os vereadores questionem a Sesa o porquê da última remessa, entre o recebimento das doses pelo governo estadual e a entrega para Curitiba, ter demorado uma semana para estar à disposição da prefeitura. “É preciso que estejam preparadas para a logística da distribuição das vacinas”, pediu a parlamentar. Nesta semana, após cobrança da CMC e da sociedade, foi divulgado um calendário de vacinação prevendo a aplicação da primeira dose, nos maiores de 18 anos, até o fim de setembro.

Adolescentes com comorbidades

Com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizando a aplicação da vacina da Pfizer em maiores de 12 anos de idade, Denian Couto (Pode) apresentou indicação de sugestão ao Executivo para que reserve doses do imunizante para adolescentes de 12 a 17 anos de idade com comorbidades (203.00315.2021). “Recebi inúmeros pedidos de pais angustiados, cujos filhos têm comorbidades graves, como doença renal e câncer”, alertou o vereador, lembrando que, em 73% dos óbitos, as vítimas tinham doenças preexistentes.

Para Denian Couto, ao adotar esse protocolo, Curitiba recuperaria o papel de “vanguarda” que é esperado da cidade, após, segundo o parlamentar, não ter dado exemplo até agora na imunização. “Que Curitiba seja a primeira a antecipar a vacinação para adolescentes com comorbidades”, insistiu. No país, ganhou o noticiário a cidade de Betim, em Minas Gerais, que nesta semana incluiu os jovens no cronograma de vacinação apesar de não haver essa previsão por parte do Ministério da Saúde.

Unidades de saúde

Marcos Vieira (PDT) e Mauro Bobato (Pode) falaram em plenário da demanda da população pela reabertura de unidades de saúde fechadas no início da pandemia, quando o sistema foi reorganizado para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. “Havia necessidade de reorganização para atender a população, mas agora estamos há meses com as unidades de saúde fechadas. O coronavírus não anulou os outros problemas que as pessoas tinham, e eles surgem e a população precisa de atendimento”, alertou Vieira.

“As pessoas estão se aglomerando nas unidades abertas, pois são poucas, e há a dificuldade dos doentes em se deslocarem até elas. São pessoas com mobilidade reduzida, mães com crianças e idosos, [que sofrem] ainda mais agora com a chegada do inverno. É um problema sério. Precisamos que todas sejam reabertas”, continuou Marcos Vieira, enfatizando a situação da população antes atendida pelas USs Xapinhal e Nossa Senhora Aparecida. “Há um problema seríssimo na US Umbará, e eu já conversei diversas vezes com a Saúde, para reabrir, mas há um problema de logística para isto”, emendou Bobato.

Zoológico de Curitiba

A aprovação, em votação simbólica, de uma indicação do Pastor Marciano Alves (Republicanos) sugerindo a reabertura do Zoológico de Curitiba (203.00314.2021), reavivou em plenário os pedidos ao Executivo para que dê amparo aos vendedores ambulantes que ali trabalhavam antes da pandemia. “São 30 famílias [de vendedores ambulantes] em extrema dificuldade, algumas passando fome”, repetiu Alexandre Leprevost.

O anúncio que o Zoológico seria reaberto em formato drive-thru, com passeios agendados de carro por dentro das instalações, na opinião de João da 5 Irmãos (PSL), “permitirá alguma atividade dos ambulantes”, mas ele concorda que o ideal seria a reabertura do espaço à população. Professora Josete (PT) cobrou mais políticas sociais da Prefeitura de Curitiba, ponderando que “se é possível destinar recursos para as empresas do transporte coletivo, é necessário ajudar também as pessoas mais vulneráveis”.

Foi aprovada sugestão ao Executivo do vereador Mauro Ignácio (DEM), protocolada na véspera, pedindo a inclusão dos parques temáticos nas exceções abertas pelos decretos do Executivo de regulação das atividades na pandemia (203.00316.2021). “Ontem à tarde, o pedido foi contemplado e eles já podem reabrir [seguindo protocolos sanitários”, comemorou o parlamentar.

Nori Seto (PP) e Tico Kuzma (Pros) comentaram, informando ações dos seus mandatos a favor dessa mesma demanda, ao que Ignácio explicou haver “20 estabelecimentos na cidade”, antes de elogiar a representação parlamentar da categoria na CMC. “É um sinal que a cidade está reabrindo”, indicou o vereador, reforçando o pedido por cuidado redobrado, “pois o vírus continua e as UTIs estão sobrecarregadas”. Na esteira, João da 5 Irmãos defendeu ser urgente “repensarmos a retomada”, sem novas restrições, “pois do jeito que aconteceu [a bandeira vermelha] não funciona, [se fosse para ter lockdown] devia ter sido mais rígido e feito antes”.

Fonte: Câmara Municipal de Curitiba