Grande Curitiba

Trabalhador que morreu soterrado deixa quatro filhos: “ele não queria ir trabalhar”

Filha da vítima revelou que o pai não costumava trabalhar nos finais de semana, porém, foi chamado no último sábado (25) para ajudar
28 de junho de 2022 às 10:06
(Foto: Reprodução/ Redes Sociais/ Defesa Civil)

O trabalhador que morreu soterrado no aterro sanitário em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, era funcionário terceirizado da empresa Estre, uma das maiores empresas de serviços ambientais do Brasil .João Luis Cubis Sobrinho, de 42 anos, não costumava trabalhar nos finais de semana, entretanto, foi convocado no último sábado (25) para ajudar em um descolamento de terra.

Enquanto trabalhava com uma máquina retroescavadeira houve um deslizamento de terra e João Cubis acabou soterrado. As equipes de resgate atuaram nas buscas durante sábado, domingo e segunda-feira. Quando o trabalho já se aproximava de 50 horas, o corpo da vítima foi encontrado, já sem vida.

“Mais de 40 horas de trabalho, lembrando que é um trabalho em equipe. Hoje obtivemos o objetivo que é encontrar a vítima”, contou o tenente Maurício Dubas, do Corpo de Bombeiros.

O corpo de João Cubis foi encontrado a cerca de 50 metros de onde estava o maquinário, em uma profundidade de aproximadamente 4 metros. Em nota, a empresa destacou que um laudo preliminar aponta três prováveis fatores que podem ter gerado o acidente.

“Um laudo preliminar elaborado pela perícia externa, contendo um primeiro diagnóstico geotécnico do ocorrido, indicou como provável causa a conjunção de três fatores: (1) chuvas intensas e acima do padrão observadas em junho; (2) o acúmulo de gases pela contração e umidificação das coberturas das camadas superiores; e (3) recalque diferencial (afundamento) por aumento de peso dos resíduos devido ao fluxo de água no interior do maciço (lixiviação), potencializado no centro desse flanco. Segundo o mesmo laudo, os dispositivos de registro, medição, monitoramento, alerta e reporte sobre a estrutura do aterro estavam funcionando dentro dos parâmetros recomendados pelos órgãos competentes. O laudo também confirma a condição de segurança da face leste do aterro, no lado oposto ao sinistro, onde encontra-se a atual frente de operações”, informou a empresa Estre.

Família de luto

João Cubis trabalhava como motorista e deixa quatro filhos. Uma das filhas esteve no aterro sanitário na tarde desta segunda-feira (28) e conversou com a equipe da RICtv. De acordo com a jovem, o pai não costuma trabalhar nos finais de semana e não queria ir no sábado (25).

“Parece que estava pressentindo, ele não queria vir trabalhar […] Ele falou que estava vindo para puxar esse negócio, para não ter o risco de cair. Na verdade ele só tem carteira de caminhão, ele foi trabalhar com a máquina para ajudar”, declarou a jovem.

O sepultamento de João Cubis está marcado para esta terça-feira (28), no Cemitério Municipal de Mandirituba.

Fonte: RIC Mais

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