Grande Curitiba

COM ASSESSORIAS – O programa habitacional de Curitiba dá prioridade para as mulheres. Elas são as titulares dos cadastros de projetos da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), pois são muito mais zelosas com o patrimônio que querem deixar para a família.

“Desde 1993 nós titulamos as moradias da Cohab preferencialmente às mulheres, pois elas jamais perdem a casa”, disse o prefeito Rafael Greca, em contraponto a atendimentos habitacionais em que o homem é beneficiado e acaba vendendo ou trocando a moradia, o que leva sofrimento para as famílias e prejuízo para o município.

Em dois recentes reassentamentos promovidos pela Cohab em Curitiba, duas histórias de mulheres que não se conhecem apresentam semelhanças. Em locais diferentes, ambas conviveram com alagamentos, insegurança e medo.

Magna dos Santos, 42 anos, e Geralda Mariano, 52, são os pilares de suas famílias. Hoje elas vivem em casas de alvenaria construídas pela Cohab e demonstram a tranquilidade que somente uma moradia segura pode garantir.

A primeira sofreu por 15 anos na Vila Ulisses Guimarães, no Pinheirinho, enquanto a segunda passou por muitas dificuldades na Vila Leão, no Novo Mundo.

Moradias Castanheira

A dona de casa Magna dos Santos foi transferida para o Moradias Castanheira, na CIC, em outubro de 2022. Mora em um sobrado novo com dois filhos adultos e a filha Mirela, de 10 anos.

Nascida no pequeno município de Barbosa Ferraz, no Noroeste do Paraná, Magna veio para capital com 19 anos, grávida e com o primeiro marido que decidiu buscar trabalho na capital.

Após nove anos e dois filhos, o marido foi embora. Ela passou a viver na ocupação irregular Ulisses Guimarães, no Pinheirinho, onde permaneceu por 15 anos. Nesse período nasceu a terceira filha, que ela criou sozinha. Moravam Magna e os três filhos em uma precária casa de duas peças. “Além de pequena, a casa estava rachando. A cada chuva vinha aquela preocupação”, relembra.

Estabelecida em seu novo sobrado, ela vive hoje uma fase até então desconhecida. “Essa casa representa uma mudança completa, uma vida com dignidade, com segurança. Quando chove a cabeça está acostumada a se preocupar, mas logo lembro que agora eu e meus filhos vivemos em um local seguro”, diz.

A família faz planos para o futuro, pensam em construir mais um cômodo. “Aqui por ser meu e regularizado, posso construir sem medo de perder tudo. Parece que estou vivendo um sonho e sou muito grata por essa conquista abençoada”, enfatiza.

Moradias Arroio

Nascida e criada em Curitiba, a vendedora Geralda Mariano foi beneficiada com uma casa de esquina no Moradias Arroio, na Cidade Industrial, há pouco mais de um mês. No imóvel de três quartos, ela vive com o marido e três filhos. Nas duas casas ao lado moram outras duas filhas, com netos e netas de Geralda.

“Aqui é um lugar muito bom, a vizinhança é ótima, a rua é tranquila. Estamos muito felizes, é até difícil de acreditar. Já estamos construindo muro e queremos ampliar, construir mais uma ou duas peças”, conta, animada.

Mas nem sempre essa animação se fez presente. Por 20 anos ela viveu em área de risco na Vila Leão, no Novo Mundo. “Era beira de valeta, as madeiras da casa estavam podres. Não tinha como construir porque além de faltar espaço, a área era irregular e não podia continuar lá”, conta.

Projetos

Para continuar assegurando moradia digna para famílias curitibanas, o município tem outros projetos habitacionais em andamento, nos quais também será priorizado o nome da mulher como titular do cadastro. Estão em obras 752 casas do Bairro Novo do Caximba e outros 450 apartamentos divididos em seis empreendimentos que serão destinados para inscritos na fila da Cohab.

Na quarta-feira (8/3), o prefeito Rafael Greca e o presidente a Cohab, José Lupion Neto autorizaram a construção de mais 108 moradias na Vila Divino, no Atuba. As obras devem iniciar nas próximas semanas.