Superior Tribunal de Justiça anula júri que absolveu 13 PMs acusados de matar cinco suspeitos de roubar carro em Curitiba
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou o júri que absolveu, em outubro de 2017, 13 policiais militares acusados pelo assassinato de cinco suspeitos de furtar um carro, em Curitiba.
A decisão atendeu um recurso do Ministério Público do Paraná (MPPR) pedido naquele ano, após a absolvição. O caso aconteceu em setembro de 2009. Relembre abaixo.
De acordo com o Ministério Público, o STJ acolheu a tese de que não houve “respeito à apresentação de quesitos definidos na legislação como obrigatórios para a votação dos jurados”.
Por meio de nota, o advogado Claudio Dalledone Junior, responsável pela defesa dos policiais, afirmou que pretende recorrer da decisão.
Segundo ele, a decisão contraria a jurisprudência do STJ, porque os quesitos questionados pelo ministro “foram discutidos e aprovados por três promotores de justiça que participaram do julgamento”.
A Polícia Militar foi procurada e até a última atualização desta reportagem não havia retornado.
Entenda o caso
Em setembro de 2009, os policiais envolvidos afirmaram que viram um carro furtado e iniciaram uma perseguição. De acordo com eles, o veículo furou um bloqueio e acabou batendo no muro de uma trincheira, no bairro Alto da Glória, em Curitiba.
Os policiais contaram que, após o acidente, cinco jovens desceram do veículo e começaram a atirar. No confronto, os jovens teriam sido atingidos. Eles foram levados ao hospital pelos policiais, mas já chegaram mortos.
Cerca de 40 dias depois, um inquérito feito pela própria Polícia Militar apurou que a versão dos policiais era mentirosa. A investigação apontou que os jovens se renderam depois de baterem o carro e não atiraram.
O grupo foi algemado e levado para as viaturas.
O aparelho rastreador instalado nos carros da PM apontou que, antes de irem ao hospital, os policiais pararam em um terreno baldio, no bairro Atuba, também em Curitiba.
Nesse local, eles teriam matado os jovens. Dois deles eram menores de idade.
A acusação envolveu 14 policiais. No entanto, um deles morreu. Os outros 13 eram réus no processo.
Fonte: g1