Guardas municipais e professores de Curitiba aprendem como proteger a saúde vocal
COM ASSESSORIAS – Servidores que se inscreveram para o Programa Saúde Vocal da Prefeitura de Curitiba reuniram-se nesta segunda-feira (18/11), no Salão do Atos do Complexo Imap Barigui, no Parque Barigui, em mais uma atividade do programa do Departamento de Saúde Ocupacional da Secretaria de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia da Informação (Smap). Os participantes, a maioria professores, puderam conhecer melhor o assunto e saber como proteger a sua voz.
Servidora da Prefeitura há 11 anos e professora da rede municipal há cerca de um ano e meio, Cassiana Ramos quis participar porque já sente necessidade de ter cuidados com a voz. “É melhor cuidar bem”, avalia ela, que leciona Ensino Religioso para todas as turmas da Escola Professora Augusta Glück Ribas, no Sítio Cercado.
A professora Luana Miranda integra o quadro de professores da rede municipal há menos de um ano e aprovou a iniciativa. Assim como Cassiana, ela já sente necessidade de ter mais cuidado com sua saúde vocal.
“Mesmo em dias que parecem tranquilos, percebo que termino a tarde com minha voz diferente. Geralmente, às sextas-feiras percebo que forcei. Como professores, estamos sempre interagindo com as crianças. A gente acha que não vai precisar cuidar, mas acaba sentindo no curto e no médio prazo”, comentou ela, que leciona Artes na Escola Professor Osvaldo Arns, no Tatuquara.
A guarda municipal Karina Cardoso Leite integra o grupo de servidores da corporação que apresenta teatro de fantoches nas unidades educacionais da cidade. Ela participou do Programa Saúde Vocal pelo segundo ano.
“Desde a primeira vez, no ano passado, incorporei alguns exercícios vocais que fazemos antes das apresentações de teatro. É válido participar dessa atividade do programa. No teatro, por exemplo, a gente modifica a voz conforme o personagem e às vezes forçamos”, contou.
Nesta terça-feira (19/11), na Capela Santa Maria (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro), às 14h, haverá mais um treinamento do Programa Saúde Vocal.
O que fazer para prevenir
Durante a palestra, a fonoaudióloga Milena Siqueira convidou os participantes à reflexão. “Cada um conhece as suas dores, as suas dificuldades. Nossa voz é única e ela mostra como está a nossa saúde”, disse a especialista. “E não naturalizem os problemas com a voz, como se não fossem importantes. A voz precisa de cuidados. Quando cuidamos da voz, cuidamos da relação professor-aluno”, acentuou.
A especialista destacou a disfonia, sintoma relacionado à rouquidão que pode indicar a necessidade de alguma investigação na saúde geral. “Sintomas como dor ou ardor na garganta, mudanças da voz, cansaço ou esforço ao falar devem ser observados.” E enumerou algumas causas que podem trazer complicações na saúde vocal, como processos alérgicos, quadro de gripe, alterações hormonais, processos inflamatórios, refluxo, dentre outros.
Milena abordou ainda algumas doenças que podem ocorrer quando há o mal uso ou abuso da voz (quando a pessoa usa além do que aguenta) e falou dos cuidados que cada um deve ter para manter-se saudável.
Entre os hábitos que ela incentiva estão a ingestão de bastante água ao longo do dia, o consumo de alimentos saudáveis, com destaque para a maçã, e a mastigação adequada dos alimentos. “Nem sempre tomar remédios será a solução para os problemas que temos relacionados à voz. É preciso incorporar alguns hábitos”, alertou. Ela também apresentou aos servidores exercícios que podem ser feitos para trazer mais qualidade de vida.
Outras etapas
Na abertura da atividade, nesta segunda-feira (18/11), Beatriz Andreguetto Orasmo, da coordenação de programas em saúde ocupacional da Smap, destacou que o treinamento é uma das três etapas do programa, que prevê também a realização de exames e o acompanhamento daqueles profissionais que tenham alguma doença da voz.
“Nosso objetivo é informar e orientar os servidores que usam a voz de forma habitual no seu trabalho. Queremos preservar a qualidade da voz para que eles possam prestar um serviço de qualidade às nossas crianças”, declarou.
Segundo ela, o Programa Saúde Vocal teve início em 1997, com a participação de mais de 20 mil servidores, ao longo do tempo.