Grande Curitiba

Com miniatura de carro, estudantes de Curitiba formam equipe de Fórmula 1 e vão disputar mundial

21 de maio de 2025 às 10:37
(Foto: Valquir Kiu Aureliano)

COM ASSESSORIAS – A equipe Sirius, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR) – Campus Curitiba, é a campeã nacional do F1 in Schools/Stem Racing, programa educacional promovido pela principal categoria do automobilismo mundial. Com a conquista, o time curitibano garantiu vaga para disputar a final mundial da competição, que acontece de 25 de setembro a 2 de outubro, em Singapura.

Criado há 20 anos, o F1 in Schools estimula estudantes de escolas públicas e privadas a montar uma escuderia de Fórmula 1. O desafio inclui desenvolver e fabricar o protótipo miniatura de um carro para corridas em uma pista de 20 metros. Além de engenharia e mecânica, o trabalho envolve áreas como marketing, design, gestão e também a participação em projetos sociais.

“É um programa completo, que exige uma série de habilidades. Como se fosse, de fato, uma equipe de Fórmula 1, com todas as preocupações necessárias para disputar corridas de verdade, desde a elaboração do projeto até a construção do carro”, resume Gabriel Dalke, 16 anos, aluno do IFPR e líder da Sirius Scuderia.

No fim de março, a Sirius conquistou o título nacional na competição realizada em Bauru, interior de São Paulo. A equipe ficou entre as três melhores nas categorias Empreendimento, Engenharia e Carro mais Veloz. Também levou os prêmios de Melhor Escrutínio (carro com maior precisão de construção) e Melhor Apresentação Verbal.

Agora, o desafio é ainda maior: representar Curitiba e o Brasil no World Finals Stem Racing, em Singapura. Será a segunda vez que o time do IFPR participa da etapa mundial, mas a primeira como campeão nacional. Para tornar a viagem até a ilha do Sudeste Asiático possível, os sete alunos e três professores da Sirius buscam apoio financeiro.

“É uma viagem extremamente cara e temos feito todos os esforços possíveis para viabilizar o que é, ao mesmo tempo, um sonho e uma chance de aprendizado incrível. Uma participação que também representa um prêmio para uma equipe tão dedicada”, comenta Wagner Uhlmann, professor de mecânica e integrante do grupo.

No último dia 15, a equipe marcou presença no aniversário da Rua da Cidadania Matriz, na Praça Rui Barbosa, com um estande com apresentações do projeto. Na oportunidade, recebeu os cumprimentos do prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, que se interessou pelo trabalho desenvolvido pelos alunos do IFPR.

A Sirius é formada também pelos alunos Anthony Giacomozzi, Arthur Takaki, Fernanda Glouber, Gabriela Pagnoncelli, Nicolas Bezerra e Tiago Fagundes — todos entre 16 e 17 anos —, estudantes dos cursos técnicos do IFPR, que são integrados ao ensino médio. Completam o time os professores Danniella Rosa e Rafael Voltolini.

A temporada da F1 in Schools começa no ano anterior às disputas, e, até a grande decisão, desta vez em Singapura, ainda há muito trabalho pela frente. Cada detalhe faz diferença: milésimos de segundo podem determinar o campeão nas corridas com os carrinhos movidos por cápsulas de CO², disputas que duram pouco mais de 1 segundo.

“Nós aplicamos no protótipo uma superfície que simula o relevo de uma bolinha de golfe. São alternativas para buscar as melhores soluções em aerodinâmica e design, e conseguir se sobressair numa corrida tão equilibrada. Por isso, precisamos estudar e projetar ainda mais, já pensando em Singapura”, explica Anthony Giacomozzi, engenheiro da Sirius.

A colocação nas pistas é apenas um dos pontos para determinar qual equipe será a vencedora do mundial do F1 in Schools/STEM Racing (Stem é a sigla em inglês para science, technology, engineering e mathematics, na tradução para o português ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Todo o projeto é avaliado.

“São áreas técnicas, mas que precisam ser desenvolvidas com muito conhecimento humano. Somos todos jovens e vamos aprendendo também a nos relacionar, a conviver com uma equipe, a desenvolver um trabalho que se espelha no profissionalismo da Fórmula 1”, declara Fernanda Glouber, aluna e gestora de projetos da Sirius.