Grande Curitiba

Caps AD promove oficinas e dá apoio aos usuários no processo de tratamento

Localizada no bairro Maria Antonieta, unidade conta com uma equipe multifuncional e desenvolve diferentes oficinas aos usuários do serviço
24 de junho de 2021 às 16:23
(Foto: Divulgação)

COM ASSESSORIAS – Acontece neste mês a campanha “Junho Paraná sem Drogas”, com ações e atividades de conscientização, prevenção e tratamento ao uso de substâncias químicas e drogas. Promovida pelo Governo do Estado, o objetivo principal é prevenir e combater o uso de drogas, principalmente, pelos jovens e no âmbito da família.

Em Pinhais, o Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e outras Drogas (Caps AD), integrado à Secretaria Municipal de Saúde, é a unidade que atende adultos e adolescentes a partir de 12 anos, que apresentam transtornos decorrentes do uso/abuso e dependência de substâncias psicoativas, álcool e outras drogas. Localizado no bairro Maria Antonieta, o equipamento público atende mais de 300 usuários atualmente.

O Caps AD possui uma equipe multifuncional, composta por enfermeiro, terapeuta ocupacional, médico clínico, psicólogo, assistente social, entre outros profissionais que trabalham com o paciente em diferentes áreas (parte clínica, medicamentos, entre outras). Além disso, desenvolve e oferece oficinas aos pacientes, como artesanato, comunicação e expressão, horta, música e de Tai Chi Chuan.

A enfermeira Ida Vaz Machado diz que a unidade atua no tratamento de jovens e adultos buscando fazer com que o indivíduo desenvolva sua autonomia para gerir sua própria vida, não tendo mais como ponto central a sua dependência. Ela comenta que os pacientes chegam ao Caps por meio de encaminhamentos dos serviços de saúde do município e alguns de forma espontânea, logo, é preciso ter conhecimento sobre o trabalho realizado e quebrar os preconceitos. “A população precisa saber o que é o Caps – AD e qual o seu trabalho, pois infelizmente existe um estigma. É interessante todos conhecerem, afinal é um serviço que está de portas abertas para ajudar as pessoas que enfrentam esses problemas com álcool e drogas”, disse a enfermeira.

Para entendermos sobre este trabalho que ajuda as pessoas a superar seus vícios, ouvimos relatos de alguns usuários que utilizam este serviço público de saúde do município.

Roseli Matoso participou do movimento que incentivou a criação do Caps há alguns anos. Hoje, faz tratamento para combater seus problemas com bebida e droga. Ela fala que gosta de participar das atividades, em especial, da oficina de música e faz questão de frisar que ganha todo o apoio necessário. “Quando estou bem, saio daqui e fico um período sem beber e usar drogas. Procuro ocupar minha cabeça com outras coisas e atividades. Mas quem é viciado acaba tendo recaídas. Quando isso acontece, retorno para cá, porque me ajudam bastante, tenho o apoio que necessito e a certeza que aqui é meu porto seguro”, disse.

Além da questão da necessidade de tratamento, para alguns estar no Caps é porque também se sentem apoiados. Este é o exemplo de Edson Cristo, que devido ao vício com álcool perdeu o emprego e a família. Na opinião dele, o local deu todo o apoio que precisava, além das orientações e medicamentos para o seu tratamento, gerando uma mudança que o fez se reaproximar da família. “Tenho um agradecimento muito grande e verdadeiro por todos os profissionais. Eu gosto de cuidar da horta, e quando quero conversar com alguém, venho até aqui para bater um papo com os profissionais, porque fico muito sozinho em casa. Hoje tomo meus remédios, estou bem orientado e sinto melhorar minha saúde”, destacou.

Seja pelo serviço prestado, participação das oficinas ou o apoio recebido, para o usuário há um antes e um depois de ser atendido. Luiz Roberto veio em busca de atendimento em duas ocasiões. Em uma delas estava muito mal, só que como ele mesmo relata, acabou ganhando uma nova vida, por esse motivo, faz questão de propor uma reflexão para combater o preconceito que existe. “O Caps é um lugar normal que tem pessoas doentes. Como existe alguém que tem hipertensão ou diabete, eu tenho o alcoolismo. A diferença é que quem tem hipertensão não pode consumir sal, o diabético, o açúcar, e eu, o álcool. Essas são as nossas diferenças, mas somos todos doentes, em tratamento. É preciso não estigmatizar esse lugar e muito menos as pessoas”, afirmou.

Serviço

O Caps AD está localizado na Rua Antônio Andrade nº153, no bairro Maria Antonieta. O atendimento é de segunda a sexta-feira, no horário das 8h às 18h. Para informações sobre os serviços, entre em contato pelos telefones (41) 3912-5382 – 3912-5394.