Grande Curitiba

Mulher vítima de violência doméstica pede ajuda em instituição de ensino em Ponta Grossa

Vítima buscou Cmei onde estudam os filhos em Ponta Grossa e foi acolhida por funcionária; autoridades foram chamadas. Quase 23 mil casos do crime foram registrados no estado no 1º semestre de 2022, aponta TJ.
23 de agosto de 2022 às 09:15
(Foto: Ilustração/ Pixabay)

Uma mulher vítima de violência doméstica pediu socorro em um Centro Municipal de Educação Infantil de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Ela foi atendida por uma funcionária que então acionou a Patrulha Maria da Penha.

“Descalça, com roupa de casa assim, bem descabelada. Bem assustada. E ela começou a relatar as situações de violência que ela estava sofrendo. Que o companheiro estava se mostrando muito agressivo, que havia agredido ela, que não deixava ela sair de casa nem para trabalhar”, contou a funcionária.

Ela preferiu não se identificar.

À mulher, a vítima contou que tinha medo de onde as agressões poderiam parar e que queria ir para longe do companheiro.

“Ela falou que queria muito sair de casa, um lugar pra ir com as crianças e ficar longe dele. Que ela tinha muito medo do que ele poderia ser capaz”, frisou.

Depois do acolhimento, ela foi atendida pelas autoridades.

Ciclo da violência

De acordo com a promotora Mariana Bazzo, do MP-PR, a base da violência de gênero está no machismo e ocorre em um ciclo de violência contra a mulher que pode começar com sinais silenciosos, mas terminar em feminicídio.

O Instituto Maria da Penha elenca três fases desse ciclo, que foram identificados pela psicóloga norte-americana Lenore Walker. Confira a seguir:

  • Aumento da tensão: O primeiro passo do ciclo de violência começa quando o agressor se irrita com coisas pequenas, podendo ter acessos de raiva e humilhar a vítima;
  • Ato de violência: Depois, vem a violência contra a vítima, que pode ser física, moral, psicológica ou financeira;
  • Arrependimento: Na fase, que também é conhecida como lua de mel, o agressor se arrepende e passa a tratar a vítima com carinho. Nesta fase, a vítima costuma ficar confusa, pensando que o agressor pode mudar. Após isso, o ciclo se reinicia, com o aumento da tensão.

No Paraná, até junho deste ano, o Tribunal de Justiça do estado (TJ-PR), teve conhecimento de 96 novos casos de feminicídio. Quando os números tratam de violência doméstica, o número chega a quase 23 mil no primeiro semestre de 2022.

Dados do Tribunal ainda mostram que mais de 20 mil medidas protetivas de urgência foram solicitadas no mesmo período do ano no estado.

Fonte: G1