Grande Curitiba

OPORTUNIDADE: EJA de Araucária possui 142 estudantes atualmente

As matrículas para Educação de Jovens e Adultos podem ser realizadas em qualquer época do ano. Basta o interessado se dirigir à secretaria de uma escola que oferece essa modalidade de ensino e apresentar os documentos necessários: RG, CPF, histórico escolar e comprovante de endereço
26 de outubro de 2022 às 15:51
(Foto: Carlos Poly/SMCS)

COM ASSESSORIAS – A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma oportunidade de retomada (ou início) dos estudos para quem não pode concluir do 1º ao 5º ano do ensino fundamental no passado. Atualmente, a rede municipal de ensino de Araucária conta com 11 turmas de EJA localizadas em sete escolas municipais. São 142 estudantes adultos comprometidos em saber mais e buscar novas perspectivas de trabalho e de vida.

As turmas de EJA no período da noite estão nas escolas Arlindo Druszcz (Jardim Arvoredo), Ayrton Senna (Jardim Industrial), Ibraim Mansur (CSU), Terezinha Theobald (Cachoeira), Silda Sally (Iguaçu) e Sebastião Tavares (Jardim Planalto). Há ainda duas turmas no diurno, uma de manhã e outra à tarde na Escola Irmã Elizabeth Werka (Centro).

As matrículas para Educação de Jovens e Adultos podem ser realizadas em qualquer época do ano. Basta o interessado se dirigir à secretaria de uma escola que oferece essa modalidade de ensino e apresentar os documentos necessários: RG, CPF, histórico escolar e comprovante de endereço.

HISTÓRIAS DE VIDA – Na Escola Municipal Irmã Elizabeth Werka, vários estudantes da EJA têm histórias que mostram as dificuldades enfrentadas para quem desejava estudar há algumas décadas. Luiza Maria Santos, 71 anos, moradora do Jardim Ipês, voltou a estudar há três anos. Ela considera importante saber ler para não precisar depender da boa vontade das pessoas, inclusive de familiares. Quando criança, Luiza estudou apenas por um ano. Na ocasião, seu pai tirou os sete filhos da escola. Hoje, ela conta que o estudo “distrai a cabeça” e que saber ler a ajuda, por exemplo, quando viaja. Já Ane Sutil Fiorese, 70 anos, moradora da localidade de Lagoa Suja, tem o apoio da filha para frequentar as aulas, oportunidade que não teve quando era criança por morar em um local muito afastado da escola. “Essa oportunidade jamais poderia perder”, conta orgulhosa de suas conquistas. Antes, ela não sabia nem escrever o próprio nome. Agora, tem mais planos. “Quero escrever uma carta. Não sei para quem ainda. Vou achar uma pessoa bem especial”, afirmou sorrindo.

Para muitas mulheres, a falta de oportunidade de estudo quando criança, geralmente, é lembrada com frases desestimuladoras que elas ouviram e nunca esqueceram. A estudante Teresa Maria de Sá Valentim, 72 anos, moradora no Jardim Shangri-lá, ouvia do pai que “mulher não precisa estudar”. Hoje, ela sabe bem que o estudo pode transformar a vida das pessoas e valoriza cada dia de aula na EJA. “Se eu pudesse, não faltaria um único dia”, comentou. Sua colega de turma, Maria Aparecida Matos, 62 anos, do Jardim Milão, teve que trabalhar desde criança, lembra que seu pai também não a permitiu que estudasse e que ouvia do patrão que ela não sabia nada porque era analfabeta. “Meu sonho de criança era ser professora. Não tive essa oportunidade. Se meu pai tivesse dado a oportunidade de estudar eu teria ido, andaria quilômetros [se fosse preciso]”, disse. Com a possibilidade de estudar hoje, ela decidiu buscar saber sempre mais. “Hoje eu quero ir mais pra frente. Não quero parar”, revelou.