Você sabe por que algumas árvores exóticas invasoras precisam ser substituídas por espécies nativas?

COM ASSESSORIAS – Você já se perguntou por que algumas árvores exóticas invasoras precisam ser substituídas por espécies nativas? Realizar o manejo de árvores em áreas públicas, como praças, parques e calçamentos, é uma prática necessária. No entanto, esse processo não é aleatório; ele envolve uma análise cuidadosa conduzida por técnicos, seguindo fluxos e critérios específicos.
O engenheiro florestal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Thomas Gustavo Rau, esclarece que esse procedimento segue diretrizes estabelecidas na Portaria do IAP n° 059/2015. Esse documento identifica espécies exóticas, tanto animais quanto vegetais, e estabelece normas de controle conforme estudos do Instituto Ambiental do Paraná.
Na região de Araucária, por exemplo, algumas espécies vegetais, como uva-do-japão, alfeneiro e santa-bárbara, foram identificadas como danosas. Para essas espécies, a Portaria 059/2015 proíbe transporte, cultivo, propagação ou aquisição. Além disso, árvores como pinus, limoeiro, ameixeira-amarela, amoreira-preta, goiabeira e grevilha são avaliadas como espécies exóticas invasoras, permitidas apenas em condições controladas e sujeitas à regulamentação.
Rau destaca que, ao serem introduzidas em ambientes diferentes de seus habitats naturais, as espécies exóticas não enfrentam inimigos naturais, favorecendo seu desenvolvimento desimpedido. Isso representa uma ameaça às espécies locais, prejudicando toda a biota do ambiente, incluindo animais dependentes de seus recursos, folhas, flores e frutos e consequentemente, todos os seres vivos presentes.
“Quando uma espécie exótica começa a prejudicar o ambiente local, alterando seu equilíbrio, a intervenção é necessária. Cada espécie evoluiu ao longo de milhares ou até milhões de anos para se adaptar às condições de seus ambientes, e uma mudança abrupta pode ter impactos significativos. Nosso cuidado visa proteger o ecossistema, e a remoção de uma árvore exótica é seguida pelo plantio de uma muda nativa como medida de compensação”, explica o engenheiro florestal. Em 2023, ocorreu a substituição de 37 árvores em áreas públicas de Araucária, sendo 23 exemplares de alfeneiro, 11 de santa-bárbara, 2 de ameixeira-amarela e 1 de uva-do-japão.
Toxidade
Algumas espécies de árvores exóticas podem ser inclusive venenosas. Um exemplo é a flor da árvore Espatódea, que pode matar abelhas, insetos e beija-flores. A espécie Spathodea Campanulata, também é conhecida como Bisnagueira, Tulipeira-do-Gabão, Xixide-Macaco ou Chama-da-Floresta.
Em casa
O plantio de árvores exige cuidados especiais e planejamento, devendo-se considerar a escolha das espécies adequadas. Na escolha da árvore é fundamental verificar se o espaço da calçada é suficiente para plantá-la, se as espécies escolhidas possuem o porte adequado ao local escolhido e recomenda-se preferência às espécies nativas (brasileiras).