Grande Curitiba

Patrulha Maria da Penha completa 6 anos de atuação em Araucária

Grupo da Guarda Municipal atende medidas protetivas em casos de violência contra a mulher
26 de abril de 2024 às 16:37
(Foto: Carlos Poly/SMCS)

COM ASSESSORIAS – A Patrulha Maria da Penha de Araucária (PMP) completará 6 anos de atuação agora em maio e desde sua criação foram 3300 medidas protetivas de urgência atendidas pela patrulha. O grupo Maria da Penha, da Guarda Municipal, atende os casos de mulheres acompanhadas por medida protetiva – definidos pelo judiciário, referentes à violência contra mulher. Atualmente há 834 processos de medida protetiva que seguem em acompanhamento pela equipe.

O grande número de casos em acompanhamento atualmente é visto como positivo pelo comando da PMP, guarda municipal Colaço. “Acredito que o aumento da procura dessa ferramenta é devido à disseminação da informação e não necessariamente significa que os casos de violência tenham aumentado. Além das próprias mulheres buscarem informações a respeito, alguns conhecidos podem incentivar a procura de ajuda para sair do ciclo de violência, pois ficam sabendo da nossa atuação. Outro motivo do número seria porque alguns acompanhamentos da PMP podem durar anos, até que o judiciário entenda que não há mais perigo iminente e possa ser retirada a medida protetiva. O intuito é garantir a segurança”, comenta.

A título de curiosidade, A Patrulha Maria da Penha iniciou as atividades em Araucária em maio de 2018, com aproximadamente 27 Medidas Protetivas de Urgência (MPU) para acompanhamento – nesse início, enviadas por e-mail pelo judiciário. O ano de 2018 encerrou-se com cerca de 100 processos acompanhados pela Patrulha Maria da Penha, com visitas periódicas e orientações constantes. Logo foi fornecido acesso ao sistema PROJUDI para receber, acompanhar e comunicar os relatórios das visitas realizadas.

Alguns casos marcaram a memória dos guardas que atenderam determinadas ocorrências, ou pelas condições muito sérias ou pela superação da situação. A guarda Ana Paula lembra de um caso que acompanhou por 5 anos, que a vítima chegou a achar que a única opção de vida aceitar todos os maus tratos que sofria. E no final decidiu denunciar e se afastar da violência. Ela vivia em constante medo e hoje vive sem MPU.

“No início ela deixava o jantar pronto no fogão, tudo organizado, tomava banho junto com as filhas para manter a vigilância e iam todas para a cama juntas antes do marido chegar em casa, porque as agressões eram recorrentes e havia muito medo. Quando as filhas cresceram, a auxiliaram a fazer as denúncias e com todo o acompanhamento e orientações ela conseguiu libertar-se daquele agressor. Ela conquistou autonomia para voltar a trabalhar e ter uma vida independente. Acompanhar essa evolução é gratificante para nós”, relata a guarda.

Os guardas relatam na maioria dos casos o homem exerce poder/controle sobre as mulheres, como se a mulher fosse posse ou empregada dele, seguindo o viés de “machismo histórico”, onde a mulher não pode trabalhar e a companheira é tratada como submissa, precisando romper laços com a família e amigos.

Botão do pânico

Nos casos de medida protetiva de urgência, o acesso ao “Botão do Pânico” é fornecido para as mulheres vítimas de violência doméstica. A ferramenta é fornecida, mediante avaliação da Justiça, visando assegurar que o agressor mantenha a distância da vítima, conforme determinação judicial. O botão do pânico pode ser acessado no celular via aplicativo da Guarda Municipal.

DENÚNCIAS – Qualquer pessoa pode (e deve) denunciar situações de violência doméstica que coloquem a vida da vítima em perigo. Basta acionar a Guarda Municipal via telefone 153 e 3614-1798 ou via app “153 Araucária”. O atendimento da GMA ocorre 24 horas, todos os dias da semana. Na denúncia não é necessário se identificar, mas é preciso fornecer informações que ajudem a equipe de segurança a chegar o mais rápido possível ao local.