Grande Curitiba

Programa Agroindústria Queijeira Legal serviu de referência para regularização de fábrica rural de linguiças

Regularização é importante não apenas por possibilitar a venda legal do produto em estabelecimentos do município. É também uma segurança para o consumidor sobre a origem, composição e processos adequados na elaboração
1 de julho de 2024 às 14:55
(foto: Carlos Poly/SMCS)

COM ASSESSORIAS – Desde 2023, o trabalho de acompanhamento técnico e apoio à regularização de pequenas queijarias de Araucária, realizado por meio da Secretaria de Agricultura (SMAG), passou a contar com respaldo legal (lei nº 4.267/2023) do Programa Agroindústria Queijeira Legal. Recentemente, esse programa serviu de referência para o processo de regularização, com o apoio técnico da Prefeitura, de uma fábrica de linguiças na região do Rio Verde, área rural do município. O processo de regularização é importante não apenas por possibilitar a venda legal do produto rotulado em estabelecimentos comerciais do município. É também uma segurança para o consumidor sobre a origem, composição e processos adequados na elaboração dos produtos; sem falar na geração de renda no campo.

A lei 4.267/2023 é importante por incentivar a política pública de apoio às famílias do campo, além de possibilitar o apoio por meio de recursos da Prefeitura. Na localidade do Rio Verde, o casal Kátia Maria Durau Blaginski e Rodrigo Blaginski sonham alto em construir um amplo espaço para a agroindústria de linguiça colonial próximo à residência. No momento, há questões que ainda não permitiram que isso seja possível. Mas, por meio da lei citada, foi possível viabilizar a regularização da produção dessas linguiças e, hoje, vender o produto com rótulo, garantindo novos mercados.

O trabalho de orientação e acompanhamento realizado pelos profissionais da Secretaria Municipal de Agricultura (SMAG) possibilitou a adequação às normas necessárias por meio de ajustes na atual estrutura onde ocorre a produção dos embutidos. Parte de uma ampla garagem da família Blaginski foi isolada e adequada para se integrar à estrutura da fábrica. O casal contratou uma engenheira de alimentos que atua como responsável técnica pelo estabelecimento, apoio profissional que também ajudou a agilizar a regularização. “A gente viu que é possível um pequeno [produtor] se regularizar”, comentou Kátia, acrecentando que a regularização já está “abrindo muitos caminhos”. De origem italiana e polonesa, o casal morador do Rio Verde viu que é possível preservar a tradição de um produto produzido na família há muitos anos (com produtos naturais e defumação artesanal) e, ao mesmo tempo, garantir as condições necessárias e legais para a sua comercialização, incluindo em feiras e eventos. E a tradição familiar deve ganhar novos capítulos, já que os dois filhos do casal gostam de acompanhar de perto a rotina da fábrica.

Esses negócios rurais acompanhados pelos técnicos da SMAG recebem um Selo de Inspeção Municipal Provisório (SIM) antes do SIM “convencional” após a formalização. O SIM é a certificação municipal de que o produto de origem animal foi elaborado/preparado seguindo os critérios de qualidade sanitária necessários e que, por isso, pode ser comercializado em estabelecimentos do município. O SIM provisório foi uma solução implantada pela SMAG considerada fundamental para que essas pequenas atividades pudessem continuar ao longo desse período de acompanhamento técnico da SMAG e adaptações necessárias. É importante destacar que os produtos não deixam de ser ‘coloniais’ ao passarem por processo de regularização. Pelo contrário, a regularização pode confirmar e valorizar a origem, a tradição e a qualidade dos chamados ‘produtos coloniais’.

SELO DE INSPEÇÃO nº 002 – Se na localidade do Rio Verde o processo de regularização da produção de linguiça colonial é recente, no Campina da Barra, área urbana de Araucária, há um estabelecimento que tem muitos anos no mercado e pode ser exemplo de como estar dentro da legislação ajuda nos negócios. Silvana Rocha é a atual proprietária da fábrica que, além de linguiça, produz salame, bacon, costelinha defumada, entre outros produtos. Ela adquiriu o estabelecimento, há cerca de sete anos, já regularizado, sendo o número 002 do Selo de Inspeção Municipal de Araucária, algo que se orgulha e que exibe na placa que fica na fachada do estabelecimento, que comanda com o apoio da irmã Ilma Rocha. Mesmo com a regularização, o estabelecimento sempre conta com acompanhamento técnico da Prefeitura/SMAG, as fiscalizações de rotina e realiza os exames laboratoriais necessários nos produtos. O trabalho de orientação pela Prefeitura é contínuo e Silvana reconhece isso como um apoio importante ao negócio.

Os produtores citados neste texto, assim como representantes das queijarias regularizadas e outros produtores rurais, participam da Feira Livre ao sábados na Praça da Bíblia, na região do CSU.