Grande Curitiba

COM ASSESSORIAS – “A religião é mãe da cultura e a cultura é a mãe da educação”. Esta frase faz parte do discurso da Ministra Jacqueline Botana Nunes, da Igreja Messiânica Mundial do Brasil, no 1º Encontro Inter-religioso de Campo Largo. O evento promovido pela Secretaria Municipal de Educação aconteceu nesta quarta-feira (30), no auditório da Casa da Cultura, com a participação de mais de 250 pessoas.

O encontro teve como objetivo apresentar a legislação do componente Ensino Religioso e o direito à liberdade de consciência e de crença aos estudantes do curso de formação de docentes, professores, diretores e pedagogos da rede municipal de ensino.

O professor doutor da Associação Inter-religiosa de Educação (Assintec) e da Secretaria Estadual de Educação (SEED), Elói Correa, apresentou a palestra Ensino Religioso Escolar: Currículo e Aspectos Legais. Além dele, representantes e líderes de diversas religiões e igrejas, como Candomblé, Católica, Espírita, Hinduísmo, Luterana, Messiânica, Presbiteriana Independente, Santo Daime e Umbanda apresentaram um pouco sobre suas crenças, símbolos e credos.

Elói Correa falou sobre os desafios do Ensino Religioso, destacando três principais: compreender a diversidade religiosa entre os alunos, superar as tradicionais aulas de religião que buscam converter estudantes e a efetivação do conhecimento religioso como objeto de estudo.

A secretária municipal de Educação, Dorotéa Stoco, ressaltou o objetivo do evento que trouxe a diversidade de crenças e credos para o palco da Casa da Cultura pela primeira vez.

“Estamos aqui não apenas para atender uma normativa curricular. É para a vida, é para que nós e nossos professores tenham uma outra visão, outra escuta”, disse a secretária.

O Ensino Religioso no Brasil leva em consideração quatro matrizes que formam a religiosidade brasileira: a indígena, a ocidental, a africana e a oriental. “Os benefícios da disciplina vão muito além das crenças. Ela é capaz de diminuir a violência nas escolas, o bullying, a segregação e a discriminação”, reforçou o professor Elói Correa.

Apesar de ser um componente curricular para estudantes do 1º ao 9º ano, muitas diretoras e professoras da Educação Infantil (CMEIs) também assistiram à palestra. “Desde os bebês e crianças bem pequenas a gente pode trabalhar e promover a diversidade religiosa”, disse, após o término do evento, a diretora do CMEI Curumim (Ferraria), Jessica Hoee. Assim como a diretora do CMEI Alessandre Rettman, que fica no Jardim Florestal, Patrícia Lima: “Esta palestra abriu muito mais o leque de possibilidades de trabalho com as crianças, respeitando a cultura e aquilo que elas trazem de casa como referência”, disse.

Formação continuada – A coordenadora pedagógica do componente curricular de Ensino Religioso da Secretaria de Educação de Campo Largo, Ana Keli Castro, explica que a pasta promove capacitações e formações continuadas aos profissionais. “Nós já passamos muitos dos conceitos abordados na palestra nas formações continuadas, mas a gente tem que conhecer também para poder respeitar. Esse foi o momento de os professores ouvirem os líderes de várias religiões e saber um pouco sobre elas também”, explica.

Diversidade – Participaram do 1º Encontro Inter-religioso, a Monja Kalyanii, da Associação de Ciências Intuitivas Ananda Marga e Yoga (Hinduísmo); o Padre Volnei Carlos de Campos (Igreja Católica Romana); Ministra Jacqueline Botana Nunes (Igreja Messiânica do Brasil); o Pastor Jorge Schieferdecker (Igreja Luterana Bom Pastor), que é também presidente da Assintec; Hernan Lopreiato, do Templo Espiritual Luz Sagrada de Aruanda (Umbanda); Iya Jaguaracy Santos do Terreiro Odé Kassu: Mameto N’Kisse Lembagemim (Candomblé); Anito de Paula, do Centro Eclético Universal Renascer (Santo Daime); João Edson Alves, da Federação Espírita do Paraná e Telmo Flores, do Centro Espírita João Ghignone.

Municípios vizinhos também vieram ao encontro, como a representante da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Balsa Nova, Eroni Garret, e representantes de Araucária.