Produtores campo-larguenses receberam mudas de maracujá para cultivo e pesquisas

COM ASSESSORIAS – A prefeitura de Campo Largo, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária (SMAP), reuniu mais de 30 produtores locais (muitos do interior) para dar início ao projeto que apresenta a cultura do maracujá em Campo Largo, ainda inédita no município. O evento aconteceu na semana passada (12), no Centro de Transferência de Tecnologia Agropecuária localizado no Horto Municipal, e serviu também como lançamento deste novo espaço da Secretaria Municipal.
Conhecida como uma cultura de regiões mais quentes por não sobreviver à geada, o maracujá é a “estrela” do projeto realizado em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR). O intuito da pasta foi trazer orientações sobre o cultivo e realizar a distribuição de mil mudas da nova cultivar de maracujá amarelo que foi desenvolvida pelo IDR-PR, chamada IPR Luz da Manhã, e já aclimatada ao nosso estado.
“Uma muda desta espécie de maracujá amarelo pode render de 10 a 15 quilos da fruta. Ela tem uma qualidade superior e a produção pode ser destinada para o mercado de frutas frescas ou para a indústria de polpa congelada, pois fica no meio termo do sabor, entre doce e azedo”, destacou Vanderlei Sergio Perez, extensionista rural do IDR-PR. Foi ele quem conversou com os produtores locais, trazendo indicações sobre como plantar e cuidar da cultivar, desde a feitura da cova até o direcionamento e a formação da cortina da fruta.
“Agradecemos o interesse e a oportunidade de tomar a frente deste projeto. Se não fossem os produtores campo-larguenses, de todos os portes, nosso trabalho não seria completo. Esperamos que a nova cultivar traga bons resultados, renda novas possibilidades para todos que estão participando deste projeto”, disse o secretário da Agricultura e Pecuária, Celso Vedam. Os produtores interessados foram previamente contatados e, após receberem as informações, escolheram as mudas. Foram cerca de 10 para cada pequeno produtor, e 100 mudas para as propriedades que serão unidades de referência.
O projeto – O Centro de Transferência de Tecnologia Agropecuária será o local de desenvolvimento do projeto que “tem por base a instalação anual do cultivo, respeitando o vazio sanitário para que não ocorra a disseminação de viroses. Desse modo, uma cultura antes tida como perene, de regiões quentes, se torna anual e com possibilidade de cultivo em climas amenos”, explicou Edson Blattmann, engenheiro agrônomo da Prefeitura Municipal.
Este projeto conta com sete unidades de referência no município de Campo Largo, sendo uma delas no próprio Horto e que contribuirá com a transferência de tecnologia agropecuária, garantindo ao produtor um local aberto a indagações e apoio na tomada de decisão, sem custo. As unidades de referência servirão para os produtores entenderem como o cultivo se comporta na região, bem como aprenderem as melhores formas de manejo. Dois exemplos destas unidades são a Comunidade Doze Tribos e a Vinícola Legado. Esta última possui um local para cultivo de orgânicos e fará testes com a espécie no método agro-florestal, ou seja, sem uso de químicos e em conjunção com a floresta, através do cultivo em clareiras, sem a necessidade de desmatamento.
A agricultora Lindamir Marques da Silva Camargo, líder do Clube de Mães em uma das regiões no interior do município, estava com uma parte do grupo no evento e comentou que elas estão animadas para testar a nova espécie. “Ficamos muito felizes em poder fazer parte. Vai ser muito útil aqui para o nosso clube do Bela Vista Cahiva, pois nosso objetivo é gerar renda para as nossas mães que, muitas vezes, só sobrevivem da lavoura”.
A oportunidade dará a elas a possibilidade de plantar uma fruta diferente para consumo próprio, e também para comercializar. Justamente essa é a finalidade do projeto da Prefeitura Municipal, auxiliar a todos, especialmente os de pequeno porte, agregando mais uma fonte de renda ao produtor e ampliando as possibilidades dentro das propriedades campo-larguenses.
Diversidade no pomar – Edson destacou ainda o passo a passo básico para o cultivo desta espécie de maracujá: “Tudo se inicia em viveiros com proteção de telas anti-afídeos, as quais protegem as plantas semeadas do ataque de pulgões (insetos vetores de viroses nas plantas de maracujá). A cultura é semeada em março e permanece no viveiro até o fim do inverno, escapando das geadas por estar em cultivo protegido. A muda, apelidada de mudão, vai a campo com tamanho acima de 1,5m. Seu cultivo segue até os meses de abril e maio com as colheitas se iniciando em fevereiro”.
SERVIÇO:
Centro de Transferência de Tecnologia Agropecuária de Campo Largo
Horário: Segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h
Telefone SMAP: (41) 3292-6470
Endereço: Horto Municipal – Av. Cristina, 300, bairro Popular Nova