Guardas municipais participam de palestra sobre bem-estar emocional e prevenção ao suicídio

COM ASSESSORIAS – A Guarda Municipal de Campo Largo participou de uma palestra na Casa da Cultura, na tarde da segunda-feira (25/09), sobre prevenção ao suicídio, a importância de cuidar do bem-estar e sinais que o corpo informa quando é necessário parar e se cuidar com mais atenção.
Promovida pelo Consórcio das Guardas Municipais da RMC (COIN-GM), a ação foi realizada aqui, em Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais e está programada para ocorrer em Curitiba, Campina Grande do Sul, Araucária e Mandirituba. O objetivo é alertar a classe que atua com situações que exigem força e equilíbrio emocional mais que outras profissões.
Com duração de aproximadamente duas horas, a palestra, que é dividida em dois momentos, inicialmente trata da questão do suicídio, abordando mitos, verdades, estatísticas e o perfil e comportamento das pessoas que cometem este ato. Na sequência, são tratadas as questões de valorização e práticas para o sentido da vida.
A apresentação é feita pelo psicólogo e mestre em Psicologia, Hugo Resende, servidor da Prefeitura de São José dos Pinhais, que também tira dúvidas e esclarece questões do público.
Na opinião de Hugo Resende, ações como essa são valorosas e o principal fator deste tema é levar a mensagem de valorização da vida. “Encontros como esse são fundamentais porque dão a oportunidade aos participantes de entenderem não só como fazer o manejo em situações de tentativa de suicídio ou pessoas que estão com pensamentos e até ações, mas também levar uma mensagem para a vida deles. Que possamos olhar para nossa vida e ver o quanto já conquistamos, conseguimos, e que podemos ressignificar nossos sentimentos, pensamentos e valorizar a vida”, afirmou.
O comandante da GM Campo Largo, Marcos Leitão, destaca a relevância do tema que traz uma avaliação do meio ambiente de trabalho dos guardas e os possíveis impactos causados pela falta de cuidados com a saúde mental desses trabalhadores.
Pela vida – Suicídio já é mensurado como uma epidemia entre a classe das Forças de Segurança Pública, no mundo. Estatisticamente, policiais cometem até cinco vezes mais suicídio que a população em geral. Somente no Brasil, a taxa média de suicídio entre a população geral é de cerca de seis casos para cada 100 mil habitantes, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
A OMS diz que quando a taxa atinge 10 casos para cada 100 mil habitantes a situação já é considerada epidêmica, o que é o caso dos policiais no Brasil. Este tipo de morte é a segunda maior causa entre agentes de segurança pública em todo o país, perdendo somente para morte em confrontos fora de serviço.
Durante o final da pandemia da Covid-19, o número de suicídios entre a classe quase dobrou no país, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022.
As principais causas apontadas para o suicídio da classe são: risco da profissão, salários baixos, rotina exaustiva, assédio dentro da corporação, desvalorização profissional e má gestão.