Programa Envelhecer Saudável destacou importância do lazer e movimentação corporal

COM ASSESSORIAS – O Centro de Convivência da Pessoa Idosa Jerônimo Stoco “Momi” recebeu, na manhã de hoje (16), mais uma roda de conversa do programa Envelhecer Saudável. O segundo encontro deste ano reuniu 17 participantes de diversas regiões da cidade e contou com duas palestrantes que compartilharam muita informação e descontração.
Juntos há 41 anos, o casal Vanja Moreira (61 anos) e Carlos Moreira (77 anos) participa desde que o programa foi lançado, em outubro do ano passado. “A gente está vindo em todos os encontros que são promovidos aqui por assistência social, médicos, fisioterapeutas, e a gente acha maravilhoso, aprende muito, pode fazer perguntas. Está sendo muito bom porque a gente já está idoso, aposentado, não faz nada mais da vida, então precisa se exercitar. Caminhamos de casa para cá para aprender, para a mente trabalhar também, porque a mente fica ansiosa sem nada para pensar. Só na frente da televisão não dá certo”, conta Vanja.
Assuntos do dia – Abrindo com uma atividade de relaxamento do corpo – começando com a atenção à respiração e ao corpo -, a terapeuta ocupacional da equipe de saúde do município, Leticia Reinhardt, trouxe à tona a função da terapia ocupacional e como as práticas de lazer influenciam as funções cognitivas.
“Tais funções são aspectos do nosso cérebro que nos exigem atenção, e a verdade é que precisamos delas para tudo. Memória, coordenação motora, aprender, ensinar, absorver informações, raciocínio, organização e planejamento, é aquilo que faz a gente pensar. E as atividades de lazer nos ajudam a desenvolver essas funções, então quanto mais a gente faz o que gosta, melhor para nossa cognição e bem-estar, qualidade de vida”, explicou a profissional.
Os participantes citaram algumas atividades de lazer que gostam como fazer ginástica, ver novela, passear, ir na casa da irmã conversar, dançar em bailes, ir na igreja, papear com as vizinhas, ler, fazer caça-palavra. Todos são bons exemplo de ações que podem levar ao estado de “flow”, disse a terapeuta, citando um estado mental que acontece quando uma pessoa realiza uma atividade e se sente totalmente absorvida em uma sensação de energia, prazer e foco total no que está fazendo. É uma imersão completa no que se faz, estar presente de fato. Letícia também realizou uma atividade de comandos que divertiu e testou a atenção de todos os presentes, mostrando como é importante ter foco para realizar as mais diversas atividades.
Confira algumas dicas da especialista para conciliar o lazer com o estímulo das funções cognitivas:
– Intercale atividades para o cérebro não se acostumar com uma só;
– Para quem gosta, caça-palavras e quebra-cabeças ajudam na memória e, como cada um faz de um jeito, proporcionam a criação de estratégias de raciocínio;
– Se proponha a fazer algo novo, nunca feito antes, pois tanto a descoberta quanto a frustração são importantes;
– Se uma atividade não estiver fluindo, se trouxer irritação, dor de cabeça, então é melhor dar um tempo e tentar outra coisa, não force. É sempre bom parar e dar uma respirada, se acalmar. Ainda que uma atividade crie expectativa, se a intenção é ser lazer não pode virar sofrimento;
– Use artifícios no dia a dia para ajudar, especialmente a memória. Por exemplo: faça anotações, lista de afazeres, ou então busque associações (uma tarefa ao lado da outra, ir na farmácia que fica do lado do mercado);
– Crie memória visual. Por exemplo, ao fechar a porta, visualize o ato, olhe bem na hora que estiver fechando a maçaneta. Se surgir a dúvida posterior você lembrará do momento;
– Use despertador do celular ou timer do fogão na cozinha pra não esquecer panelas no fogo;
– Procure focar em uma atividade só por vez, para usufruir daquilo por completo e estar presente.
Já Luciane do Rocio F. Neumann, fisioterapeuta, abordou a importância do movimento do corpo e pediu para todos da roda de conversa imaginarem tudo que se movimenta como músculos e articulações. Voltado para pessoas com mais de 60 anos, a ocasião teve pequenos exercícios para todos se alongarem, e de respiração para fortalecer a capacidade pulmonar.
“Nosso corpo foi feito para se mexer, então faz bem. Toda vez que nos movimentamos, mesmo que de forma limitada, não deixamos o corpo ‘enferrujar’. Articulações, circulação sanguínea, oxigenação, tudo é estimulado em uma simples caminhada. E o ideal é fazer todo dia para não se limitar, pelo menos 15 minutos por dia de alongamento e caminhada. Sempre respeitando o corpo e seus limites”, destacou a fisioterapeuta.
Para alcançar esse objetivo ela indica encontrar o jeito que funciona na rotina de cada um. Pode ser inclusive ‘parcelado’, se exercitando por poucos minutos, três vezes no dia, por exemplo. Às vezes assim é até melhor assim do que fazer uma vez só e forçar. Ela ainda fez alguns alongamentos e recomendou exercícios que exigem coordenação motora, foco e melhorias nas articulações e no equilibrio corporal.
Jeane Medeiros Moreira, assistente social que conduz o programa, finalizou a manhã convidando cada um a olhar para si: “O que precisamos é nos observar, perceber o que precisamos lidar na nossa rotina, procurar ajuda para aquilo que não conseguimos sozinhos, reconhecendo os limites e as dificuldades que temos”.
O grupo de apoio é gratuito e aberto ao público, guiado por profissionais da Secretaria Municipal de Saúde. Para participar basta comparecer no dia e horário marcado, não é preciso realizar inscrição. O próximo encontro será no dia 15 de março.
Continue participando das rodas de conversa e compartilhe essa experiência com seus amigos para que eles também possam se beneficiar.