Grande Curitiba

História da produção de louça foi um dos destaques da Semana Nacional dos Museus realizada em Campo Largo

Programação do evento que exalta espaços e arquivos históricos teve dois dias de rodas de conversa com historiadores
22 de maio de 2024 às 11:37
(Foto: Divulgação)

COM ASSESSORIAS – A Prefeitura de Campo Largo, por meio da Secretaria de Esporte, Lazer e Cultura, em parceria com o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) – uma autarquia vinculada ao Ministério do Turismo -, promoveu atividades locais durante a 22ª edição da Semana Nacional dos Museus, realizada entre 14 e 17 de maio. Neste ano o tema foi “Educação e Pesquisa”, para homenagear o Dia Internacional dos Museus, que foi em 18 de maio.

Marcada por discussões e exposições que reforçaram a importância dos arquivos históricos e dos elementos que marcam a trajetória do Município, a ação teve diálogos direcionados aos alunos do Ensino Fundamental e Médio de colégios locais, bem como do CEEBJA, tratando da memória viva e das origens da civilização de Campo Largo, iniciando pela louça e porcelana. As rodas de conversa foram na área no Museu Histórico de Campo Largo, a fim de aprofundar e compartilhar informações.

“As ações foram de grande valia para o conhecimento da história da nossa cidade, por meio da pesquisa e exploração efetuadas pelos convidados, trazendo um momento de enriquecimento cultural e educacional. E, prova mais uma vez, que os Museus são importantes guardadores da nossa memória e cultura”, destaca a diretora de Patrimônio Cultural e Fomento à Cultura de Campo Largo, professora Lindamir Ivanoski.

Já o prefeito Maurício Rivabem, que também esteve presente, reforçou como a cerâmica conta a história da cidade, assim como os museus. “Saber do passado não é só um aprendizado, é uma motivação para levar para frente essa história que não depende só dos nossos profissionais, mas dos jovens também. É importante que essas experiências aconteçam e, assim, mantenham a vida da nossa cidade”.

Produção de louça – Durante a roda de conversa na tarde da última quinta-feira (16), o foco foi a importância da cerâmica e porcelana para Campo Largo, para além da “fama” do município que já está estabelecida. O encontro teve alunos do Colégio Estadual Dr. Clotário Portugal, de convidados/pesquisadores na área da Cultura e membros da equipe da Secretaria Municipal para uma interação sobre Museu, Cultura e Sociedade.

Heloisa Sabim, uma das convidadas, é formada em História e partilhou as suas experiências como autora e produtora do documentário “E do Barro fez-se uma Cidade: Campo Largo, Capital da Louça”. E contou que durante a pesquisa se deparou não apenas com uma versão dessa história. “Quando passei pelo processo de descobrir como foi a introdução da cerâmica em Campo Largo, cada pessoa contava do seu jeito. Porque, no início, a preocupação era com a produção. Nós temos arquivos sobre maquinários e ferramentas, mas não há registros de história”.

Luciana Milcarek, diretora de Ensino, Pesquisa e Extensão do Instituto Federal do Paraná (IFPR), também contribuiu trazendo a história do curso de cerâmica realizado no Centro de Estudos de Ciências e Tecnologias Cerâmicas do Paraná (Cestec), no campus de Campo Largo. Tal capacitação conquistou a demanda de profissionalizar os trabalhadores da área do Município e ainda acontece na atual sede do IFPR que, antes, era a fábrica Cerâmica Iguaçu.

Outro convidado foi Edson Ribeiro, empresário campo-larguense que trabalha na área e comentou sobre a parte mais técnica. Ele iniciou suas atividades empresariais na cidade em 1988 e, hoje, desenvolve mais de 400 itens em louça, porcelana e equipamentos para a produção. Sua fala trouxe, do ponto de vista geológico, o fato de Campo Largo ter muita argila e como isso influenciou nas produções de cerâmica e no desenvolvimento de maquinários de qualidade.

Na sexta-feira, dia 17 de maio, foi realizada a outra sessão da roda de conversa. Dentre os convidados estava Bárbara Fonseca, que atuou como residente técnica de História no Museu Paranaense e atualmente está desenvolvendo um trabalho audiovisual sobre os principais grupos integrantes da população campo-larguense: Imigrantes Portugueses, italianos, poloneses e afro-brasileiros. Também Jaciel Rossa Valente, mestre em História pela UFPR, que aprofundou sobre as suas pesquisas sobre o distrito de Bateias, contando tudo sobre a história, fundação e desenvolvimento da região. E José Renato de Oliveira, autor do livro “Campo Largo suas ruas… sua história”, abordou a origem dos nomes de muitos logradouros e a história de cada protagonista da colonização e civilização do Município.

E você, já visitou os museus de Campo Largo? Compartilhe seus conhecimentos com a família e os amigos, leve as crianças em espaços históricos e perpetue as boas histórias campo-larguenses.