Queijaria artesanal campo-larguense é a primeira da região a receber o Selo SIM
COM ASSESSORIAS – A última edição da Festa do Agricultor realizada em 2024 rendeu para a agroindústria de Campo Largo. Os produtores rurais Márcia Regina Soek Fior e Alessandro Fior, moradores da Colônia Balbino Cunha (Campina), queriam participar da 3ª edição da festa promovida pela Prefeitura Municipal, pois já produziam queijo artesanal, mas não puderam porque não estava regularizada a sua queijaria.
Sendo assim, quando terminou a festa eles procuraram a Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária (SMAP), buscando o caminho para a regularização do seu produto. E o resultado é que cinco meses depois, no dia 10 de dezembro do ano passado, receberam o certificado SIM/POA pelo Serviço de Inspeção Municipal de Produtos de Origem Animal,com relação aos procedimentos de inspeção e fiscalização sanitária. Isso significa que a Queijaria Campo de Fiori, do casal, está apta para vendas no comércio local, sendo a primeira queijaria de Campo Largo a ter o selo ativo do SIM/POA.
Vale lembrar que os produtos de origem animal – carnes, leite, ovos, mel, pescados e seus derivados – exigem normas e procedimentos rígidos, e que os agroindustriários com o selo SIM só podem comercializar seus produtos dentro do município. O registro SIM de Campo Largo abre novas possibilidades como, futuramente, nova regularização para ampliar o comércio para os municípios da Região Metropolitana de Curitiba (saiba mais aqui), conforme este exemplo.
Tal feito é motivo de orgulho para a produtora rural Márcia Fior, sua família, e também para a equipe técnica da SMAP. Ela conta que, quando começou, foi desafiador – e ainda é. Incentivada pelo marido, ela começou a fazer queijo e a vender. Então, cada vez mais foi aumentando a produção e, consequentemente, viu a necessidade de regularizar os queijos. “Procuramos a Secretaria de Agricultura e Pecuária, onde fomos bem recebidos, e começamos o processo de regularização. Hoje vemos que valeu a pena o esforço e como é gratificante ver nossos queijos sendo vendidos no comércio da cidade. Na vida você sempre terá um desafio, é você quem decide até onde está disposto a chegar”.
O caminho – Márcia Fior participou de uma série de capacitações em agroindústria chamada “Vamos vender mais e melhor?”, realizada dentro do evento “Agroindústria: da produção à prateleira”. Organizada pela SMAP, a série promoveu encontros Responsáveis Técnicos (RTs) como médicos veterinários, zootecnistas, nutricionistas, engenheiros agrônomos, químicos, engenheiros de alimentos, tecnólogos em agroecologia, entre outros.
Mudanças na rotina da empresa – Ao mesmo tempo em que buscou capacitação, junto com o seu RT a produtora deu entrada na solicitação do Registro no Serviço de Inspeção Municipal. Seu investimento foi de cerca de 50 mil reais, para a compra de utensílios, equipamentos e ajustes na planta, já que tinha uma área construída que precisou passar por readequação. Agora concluída a sua queijaria familiar, ela avisa que ficou um pouco mais demorado embalar os queijos, pois os rótulos têm a anotação da validade e a embalagem é à vácuo, mas já estão “pegando o jeito”. Mais do que um mero detalhe, rotulagem é a comprovação da origem e da qualidade do produto de origem animal – padronizada dentro do selo SIM/POA.
A Queijaria Campo de Fiori irá produzir queijos frescal e obteve o registro número 072.
Orientações da SMAP – Amanda Hervis, médica veterinária da SMAP, acompanhou todas as etapas do processo de regularização da queijaria. “Nós do SIM ajudamos nas plantas, auxiliamos na documentação para a obtenção do Registro, e levamos a interessada para conhecer o Projeto Queijarias de Araucária que rendeu uma troca de experiências,” destaca ela que também é fiscal do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Campo Largo.
Bohdan Metchko Filho, secretário municipal da pasta, está confiante, pois outros produtores rurais interessados já procuraram a SMAP para se regularizarem. “Trata-se de uma ótima oportunidade. Ao obter o Registro eles podem comercializar o seu produto em mercados, feiras e demais estabelecimentos do comércio. Um trabalho que beneficia não só os produtores rurais, mas também a população, já que com o selo do SIM, existe uma garantia de controle de qualidade dos alimentos”, conclui.
Entenda a importância da segurança alimentar dos produtos de origem animal nesta matéria.