Linha de frente do combate à pandemia vai das UTIs até a recepção
COM ASSESSORIAS – Os hospitais foram parar no centro das atenções na pandemia. UTIs que presenciaram histórias de luta, laboratórios que abrigaram pesquisas inéditas, corredores que acompanharam altas emocionantes. Porém, mais do que nunca, a pandemia deixou claro que esses são espaços feitos de gente para cuidar de gente. E, além de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, ao olhar o “invisível”, o ambiente é repleto de muitos outros colaboradores e equipes de trabalho que contribuem para transformar a assistência aos pacientes.
Eli Otavio Nunes Filho é supervisor de segurança nos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, em Curitiba (PR). Para ele, a sensação de segurança que o seu trabalho traz é fundamental para que o serviço médico ocorra sem preocupações. Com a pandemia, Eli conta que sentiu que a importância do papel que ocupa ficou ainda mais evidente. “Acho que as áreas que estão por trás se tornaram ainda mais essenciais na pandemia. Com os processos sendo aprimorados, o vigilante, a manutenção, a higienização e outros profissionais precisam garantir que aquele ambiente esteja adequado. Houve uma valorização na pandemia, por ser um serviço essencial e fazermos parte dessa linha de frente”, ressalta.
Motorista, jardineiro, técnico de laboratório, manutenção, lavanderia. A importância de cada um se mostrou mais presente para que a “engrenagem” do hospital funcione. A limpeza do ambiente, tão necessária na pandemia, é reflexo de uma equipe de higiene qualificada; a alimentação e recuperação de peso do paciente exige a atenção diária de uma equipe da copa acompanhada de nutricionistas, dentre tantos outros serviços essenciais.
Lilian Terezinha Vieira dos Santos é copeira nos hospitais e prepara as refeições com muito carinho, pois sabe bem do potencial da comida em confortar em situações difíceis. “Não temos contato com pacientes com Covid-19, mas sabemos que toda refeição que trazemos eles comem e isso nos deixa felizes. Com os pacientes que temos contato, a gente deixa a bandeja e quer saber como o paciente está, se está melhorando, se está comendo a comida e, claro, se gostou do que preparamos”, conta. “Os profissionais que atuam nos bastidores fazem grande diferença porque nos dão condições de prestar um atendimento de excelência. A humanização com os pacientes é fundamental, mas a humanização com quem trabalha aqui também”, diz José Octávio Leme, diretor do Hospital Marcelino Champagnat.
Pesquisa e formação
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o hospital é uma espécie de organizador que contempla o lado médico e social e que garante assistência médica tanto curativa como preventiva para a população. No caso dos hospitais universitários, que representam 2,8% no país, são ainda responsáveis pela formação e especialização dos novos profissionais de saúde e são locais de ampla pesquisa e desenvolvimento do estudo médico. “Durante a pandemia, é importante ressaltarmos o papel do hospital universitário para a sociedade, sua contribuição. Toda equipe de atendimento, apoio, manutenção nos ajudam nesse momento mais difícil da área da saúde. A gente não teria conseguido manter o nosso nível de serviço, o nosso carinho e o nosso cuidado com os pacientes se não fosse esse apoio que é essencial”, comenta o diretor do Hospital Universitário Cajuru, Juliano Gasparetto.
Historicamente, em momentos de epidemias ou pandemias, é enfatizado ainda mais a importância dos hospitais. Hoje, são inúmeros os desafios diários de manter o atendimento e trabalho em um cenário de tensão e alta carga emocional. “As pessoas que mantêm essa operação funcionando, todos que trabalham nessas posições são heróis de verdade”, comenta o diretor de serviços corporativos do Grupo Marista, responsável pelos dois hospitais, Alexandre de Olim Cardoso. O segurança Eli sente que a pandemia trouxe empatia. “Independente da sua função, seja médico, enfermeiro, segurança, você tem valor, você é importante”, finaliza.