Grande Curitiba

Casa Irmã Dulce completa um ano de atividades com marca de 1.000 pacientes

22 de julho de 2021 às 11:39
(Foto: Levy Ferreira/SMCS)

COM ASSESSORIAS – A Unidade de Estabilização Psiquiátrica (UEP) Casa Irmã Dulce, no Tatuquara, completa um ano em funcionamento nesta quinta-feira (22/7) com a marca de 1.000 pacientes atendidos.0

“Santa Dulce dos Pobres sempre estendeu a mão para os doentes e necessitados. É este legado que a Casa Irmã Dulce perpetua no coração dos curitibanos”, disse o prefeito Rafael Greca.

O nome da unidade é uma homenagem à religiosa brasileira canonizada em 2019 pelo papa Francisco. Desde sua abertura, em 22 de julho de 2020, a UEP passou por mudanças no perfil de atendimento devido à pandemia de covid-19.

“A Casa Irmã Dulce não só tem cumprido sua missão no atendimento a pacientes psiquiátricos, como nos ajuda na retaguarda clínica do enfrentamento à pandemia pela covid-19”, lembrou a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak.

No ano passado, a Casa Irmã Dulce atendeu a casos clínicos de julho a setembro; daí até março deste ano, psiquiátricos; de março a maio, no agravamento da pandemia, covid e pós-covid.

“Agora, com a queda do número de casos de covid-19, estamos atendendo a casos clínicos e psiquiátricos”, informou a gerente assistencial Marla Santiago.

Com 26 leitos de enfermaria, a unidade tem uma equipe de mais de 90 profissionais, entre médicos clínicos e psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos e assistentes administrativos.

A unidade foi inaugurada como parte das ações para ampliação da assistência hospitalar, o que destinou o maior número possível de leitos ao tratamento de casos de coronavírus.

As medidas que determinaram sua abertura seguiram o Plano de Contingência para Respostas às Emergências em Saúde Pública do Município de Curitiba.

Atendimento humanizado

Administrada pela Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas), vinculada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a unidade funciona para atendimento de urgências e emergências psiquiátricas referenciadas, ou seja: não é uma unidade de “porta aberta”, para as pessoas procurarem diretamente. Os pacientes são encaminhados pela rede.

A Casa Irmã Dulce busca oferecer um tratamento mais humanizado em saúde mental aos pacientes em crise. A rotina diária tem programação recreativa, com horário definido, durante o dia e à noite, e profissionais responsáveis. As atividades incluem jogos, música, leitura, roda de conversa e filmes, sempre com distanciamento entre os participantes e uso de máscara.

Esta rotina evita que os pacientes fiquem ociosos, o que poderia gerar ansiedade e irritabilidade. A equipe percebeu que a introdução de atividades fazia com que os internos se organizassem melhor e mais rapidamente no dia a dia.

Segundo o psicólogo Maicon da Silva Pereira, um atendimento mais humanizado requer uma abordagem multidisciplinar e integral para estabelecer um ambiente mais saudável para pacientes e profissionais.

“O tratamento em saúde mental, mesmo na crise, abrange mais do que o uso de medicações e intervenções em leito, mas considerando seus múltiplos aspectos e necessidades”, pondera Maicon.

Os resultados têm impactado outras áreas, além do tratamento psiquiátrico. Segundo Maicon, as ações também permitiram eliminar o tabagismo na UEP e diminuir um desejo relativamente comum entre pacientes nessas condições: o da fuga.