Grande Curitiba

COM ASSESSORIAS – O auditório Antônio Carlos Kraide, no Portão Cultural, foi palco de uma importante capacitação na noite desta terça-feira (27/6). Artistas e empreendedores dos bairros da região Sul de Curitiba se reuniram para a primeira oficina de formatação de projetos culturais para editais da Lei Paulo Gustavo, promovida pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC).

O objetivo das oficinas que acontecerão até a próxima quarta-feira (5/7) é mobilizar a economia criativa do setor artístico, além de democratizar o acesso aos recursos que serão disponibilizados pela lei para o fomento à arte e à cultura.

Aproximadamente 100 empreendedores de diferentes setores artísticos das regionais CIC, Portão, Tatuquara e Pinheirinho estiveram no local para aprender, na prática, como se cadastrar e inscrever um projeto cultural no sistema utilizado pela FCC.

A expectativa da FCC é lançar os editais até o final de julho, disponibilizando um montante de R$ 14,7 milhões para o setor cultural da cidade, sendo a maior parte destinada a projetos de audiovisual, conforme determina o Ministério da Cultura.

“A ideia é preparar artistas e agentes culturais, especialmente aqueles que nunca inscreveram projetos nas leis de incentivo, para concorrer aos editais da lei Paulo Gustavo e aos próximos que virão, como a Aldir Blanc 2. O caminho é quase o mesmo”, ressalta Loismary, representante da Fundação Cultural de Curitiba.

A cantora de funk Laritssa Valenga, participante da primeira oficina realizada no Portão Cultural, nunca havia tido contato anterior com uma lei de incentivo cultural e, embora ainda não se sinta totalmente preparada para inscrever seu projeto, aproveitou a oportunidade para estabelecer contato com o produtor cultural Bernardo Colleone Jory, que possui certa experiência na área.

“É uma grande oportunidade para artistas que como eu nunca inscreveu um projeto em lei de incentivo. Sinto que ainda vou precisar de mais, um pouco mais de experiência para fazer um projeto sozinha, mas vou aproveitar essa oficina para trocar contatos com pessoas e trabalhar em parceria com elas”, disse Laritssa.

A iniciativa da FCC, além de impulsionar a economia criativa do setor artístico na cidade, proporciona maior acesso e participação de comunidades mais afastadas aos recursos que serão disponibilizados pela Lei Paulo Gustavo, impactando também na diversidade de ações artísticas.

O produtor Rafael Albuquerque, morador do Pinheirinho, é um exemplo direto dos benefícios das leis de incentivo culturais em Curitiba. Embora nunca tenha inscrito um projeto próprio, ele acumula experiência trabalhando em eventos e colaborando com artistas que foram contemplados com recursos de editais. Agora, Rafael está determinado a inscrever seu próprio projeto musical, o Ravena Sump, para concorrer aos recursos disponibilizados pela lei.

“Achei muito importante essa série de oficinas, é uma forma de deixar as leis culturais mais acessíveis. Vou repassar esses conteúdos aqui para os artistas com quem eu trabalho”, destacou Albuquerque.

A continuidade das oficinas está programada para ocorrer nos próximos dias, contemplando outras regiões da cidade. Nesta quinta-feira (29/7), às 19h, os bairros da parte norte da cidade, Regional Boa Vista e Santa Felicidade, receberão a equipe da Lei de Incentivo à Cultura no Teatro Cleon Jaques, no Memorial Paranista. As oficinas de projetos culturais da Lei Paulo Gustavo se estenderão até a próxima quarta-feira (5/7).

Oficina para indígenas

Uma das novidades trazidas pela lei Paulo Gustavo são as reservas de vagas para projetos da população negra e indígena. Para garantir o acesso, especialmente de indígenas, a Fundação Cultural de Curitiba com o apoio da Assessoria da Igualdade Etnico Racial, da Prefeitura de Curitiba, fará nesta sexta-feira (30/7), às 10h, uma capacitação para lideranças da Aldeia Indígena Kakané Porã, no Tatuquara.

Oficinas regionais de formatação de projetos culturais