Após sofrer infarto e parada cardíaca, paciente de Curitiba faz homenagem à equipe que o salvou
COM ASSESSORIAS – A tarde da última terça-feira (17/10) teve um gosto especial para o aposentado Jacinto Gonçalves Santana, de 64 anos. Ele pode finalmente reencontrar a equipe de saúde que o ajudou a “renascer” no último dia 5 de setembro.
“Eu tenho duas datas de nascimento agora”, revela ele. “Agradeço a Deus e aos profissionais. Deus se manifestou através deles. Eu fui e voltei. Eles salvaram a minha vida”, emociona-se ao relembrar dos detalhes do ocorrido no fatídico dia.
Ele estava sozinho no apartamento em que vive com a esposa quando começou a sentir uma dor fulminante no peito. Pediu carona ao primeiro carro que passou em frente a sua casa. O motorista, um ilustre desconhecido, atuou naquele momento como um verdadeiro anjo da guarda, enviado pelos céus.
Ao chegar rapidamente à Unidade de Saúde Maria Angélica, Jacinto foi atendido imediatamente pela equipe. “Cheguei falando o que eu estava sentindo e já veio todo mundo correndo me atender”, lembra.
A médica da unidade Rosane Marczuk conta que a equipe trabalhou em sincronia e muito unida. “As meninas fizeram o acolhimento e passaram ele direto para a minha sala. Vi que era uma dor súbita e iminente, que seria um infarto. Levamos ele até a sala de emergência, pedi acesso venoso, fizemos medicação para dor, colocamos oxigênio, medimos saturação, pressão e fizemos um eletrocardiograma até o Samu chegar”, descreve.
“Enquanto um entrava em contato com o Samu, outro falava com os familiares e outros ficavam no atendimento”, lembra a médica, referindo-se às demais colegas: a enfermeira Elaria Hulek e as técnicas em enfermagem Geovana Facchi e Aline Meirelles Ferreira.
Em poucos minutos, a ambulância conduzida pelo socorrista Sivaldo João Wrosnki estacionava na unidade de saúde, com a médica Schaola Bárbara Duarte e o enfermeiro Joares da Silva a bordo. Jacinto foi rapidamente transferido para a ambulância e, dentro da viatura, a dor se intensificou.
Nesta hora, foi a vez de a equipe do Samu mostrar toda a sincronia de seu trabalho. Enquanto o motorista levava todos o mais rápido possível ao hospital, o enfermeiro, além do suporte técnico, apoiava também emocionalmente Jacinto naquele momento de extrema fragilidade. “Ele pedia para segurar a mão dele. Parece que ele estava pressentindo que algo ia acontecer”, conta Joares.
Foi então que seu Jacinto teve uma parada cardiorrespiratória. “Ele teve uma parada cardiorrespiratória e uma fibrilação ventricular, ou seja, o coração dele parou num ritmo específico em que o tratamento é o choque. Na hora, assim que notamos que houve essa alteração, nós “chocamos” ele, cardiovertemos e ele retornou conversando normalmente, dizendo que havia morrido. E, de fato, ele morreu e sobreviveu”, relembra a médica Schaola.
De acordo com a médica, o fato de o paciente estar numa ambulância que conta com todo o suporte de vida, uma verdadeira UTI móvel, com todos os aparatos de urgência e emergência, fez a diferença entre ele viver, ao invés de morrer.
Jacinto corrobora: “Se eu não estivesse na ambulância, naquele momento, eu não teria voltado.”
A cicatriz do choque que Jacinto carrega no peito hoje é motivo de orgulho. Ele a exibe como prova de tudo que passou e superou.
Depois de se recuperar no hospital da Cruz Vermelha, Jacinto retornou à unidade de saúde para agradecer aos seus heróis.
A chefe da unidade Maria Angélica, a enfermeira Alexandra Dal Prá Luz, atendendo ao pedido do paciente, conseguiu reunir nesta terça-feira (17/10) todos os sete profissionais que atuaram diretamente no atendimento.
No encontro, muitas emoções vieram à tona. “Vocês são preparados por Deus”, disse Jacinto à equipe. “Que Deus abençoe todos vocês”, completou.
“A sensação que dá é a de dever cumprido”, falou a médica Rosane.