Grande Curitiba

Aposentadoria: reinventar-se pode ser o caminho para a nova fase da vida

24 de janeiro de 2024 às 15:41
(Foto: José Fernando Ogura/SMCS)

COM ASSESSORIAS – A servidora aposentada da Secretaria da Educação, Márcia Valéria Secco, 56 anos, integra o grupo de 17,2 mil aposentados da Prefeitura de Curitiba. Eles estão vinculados ao IPMC (Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba), responsável pela gestão dos benefícios de todos, incluindo os dos pensionistas.

As mulheres, como Márcia, são a maioria: elas representam quase 80% do total, com 13.744 pessoas.

Considerando a faixa etária, o grupo de aposentados da Prefeitura entre 60 e 80 anos reúne mais de 12,6 mil pessoas, ou 73% do total. Cerca de 3.500 têm até 60 anos, como a professora aposentada, e aproximadamente 1,1 mil têm mais de 80 anos. Os mais velhos nasceram entre 1925 e 1928.

Nesta quarta-feira (24/1) é comemorado o Dia Nacional do Aposentado.

Amigos para uma vida boa

Os seis anos de aposentadoria mostraram a Márcia que planejamento é uma etapa fundamental nessa fase da vida. “E deve começar o quanto antes, esse é meu conselho para quem está se aposentando. Monte um objetivo de vida para aproveitar bem os próximos 30, 40 anos. E principalmente, faça amigos! Chame-os nem que seja para tomar chá, mas mantenha os elos sociais, eles são essenciais para uma vida boa”, conclui.

A assistente social do IPMC, Danieli Kiefer, concorda com Márcia sobre a importância da manutenção dos vínculos: amizades, vizinhos, família. Danieli integra o grupo de assistentes sociais do Instituto. Ela observa que um dos maiores desafios dessa fase de vida, que compreende a aposentadoria e, paralelamente, o envelhecimento, é o isolamento, que vai acontecendo com o passar dos anos, aos poucos.

“A fase da aposentadoria pode durar anos, décadas. Com o tempo, alguns começam a sair menos, têm menos vontade de ir a lugares que antes gostavam. Vai acontecendo uma quietude enquanto eles se tornam mais vulneráveis. Ainda que tenham netos, as crianças crescem. A saúde mental no envelhecimento é um ponto fundamental”, resume Kiefer, que além do IPMC, trabalhou na área na Fundação de Ação Social e na Cohab.

A assistente social defende ainda o senso de utilidade. “É importante que cada um perceba como se sente útil na fase da aposentadoria. Encontrar algo para se engajar é um fator de motivação, seja uma atividade profissional, uma atividade física, a fé ou outra coisa que interesse ao aposentado”, completa.

Aposentadoria não tem férias

A servidora aposentada Márcia Secco colocou um pouco de tudo na sua rotina. Um dia por semana é dedicado ao trabalho como psicóloga clínica. Os outros são reservados para atividades pessoais com os amigos.

“Na aposentadoria, não temos férias. Agora eu faço meu próprio horário, aproveito para fazer tudo que sempre quis e não tinha tempo. Durante as manhãs faço exercícios físicos e as tardes são para outras atividades, participo de grupos de artesanato, faço aulas de línguas e não deixo de viajar”, destaca ela que gosta de fazer tudo na companhia de outras amigas, a maioria também aposentadas.

Um dos momentos de alegria na semana são as aulas de dança da professora Débora Evelyn Albuquerque, que explora ritmos variados, como axé, pagode, latinas, sertanejo, samba, jazz, flamenco, funk, pop, flashback, músicas indianas e árabes. “Dançamos sem preconceito, de tudo um pouco. Trabalhamos o resgate do sagrado feminino, da autoestima com o corpo”, conta.

Segundo Márcia, ela e seus grupos se reúnem para organizar as agendas de atividades do ano para garantir que o tempo seja aproveitado ao máximo.

“Eu me aposentei para ver o sol. Nos libertamos das obrigações de horário e de produtividade, mas ser inativo é ruim, ficar em casa é ser esquecido, até por si mesmo”, reflete.

Por onde começar

Acompanhar as inúmeras atividades esportivas e culturais oferecidas pela Prefeitura de Curitiba pode ser o primeiro passo para descobrir o que há para fazer em Curitiba.

A Prefeitura oferece a oportunidade da prática – regular e gratuita – de esportes e atividades físicas em dezenas de modalidades. Neste ano, as inscrições começam dia 7 de fevereiro. Nesta data será possível acessar a “Área do Aluno” do portal Curitiba em Movimento, escolher a atividade do seu interesse e o centro esportivo que quer frequentar. Se houver vaga disponível, basta fazer a inscrição e agendar a data para a avaliação física.

Por meio da Fundação Cultural de Curitiba é possível conferir as atividades que acontecem o ano todo, muitas delas gratuitas. Uma das primeiras programações de 2024 será a Oficina de Música de Curitiba, de 25 de janeiro a 5 de fevereiro.

A Associação dos Aposentados da Prefeitura de Curitiba (AAPC) é também um local que pode ser o ponto de partida para muitas possibilidades. A unidade do São Francisco (Rua Nilo Peçanha, 300) oferece oficinas variadas, desde atividades físicas ao aprendizado de idiomas. Eles também organizam passeios e viagens.

Dentre as atividades, são ofertadas aulas de yoga, pilates, tai chi chuan, oficinas de memória, tecnologia, artesanato, inglês, espanhol, francês e italiano. A professora de dança e de pilates Débora Albuquerque é uma das que ensinam na AAPC.

Para participar, basta entrar em contato com a Associação pelo telefone (41) 3323-1044 ou pelo whatsapp (41) 98522-9158. O atendimento é de segunda a quinta-feira das 13h às 17h.