“Inclusão Já!”: nova temporada debate acessibilidade para neurodivergentes

Inspirado pela Comissão de Acessibilidade e Direitos da Pessoa com Deficiência da Câmara Municipal de Curitiba, o CMC Podcasts acaba de lançar novos episódios do programa Inclusão Já!. A nova temporada, disponível na íntegra no canal do Youtube da instituição a partir de hoje (9), é intitulada “Vozes Atípicas” e busca trabalhar a acessibilidade para pessoas neurodivergentes e suas famílias em Curitiba.
O debate dos três episódios contou com a presença de pessoas neuroatípicas e especialistas em Psicologia e Educação Inclusiva, além de representantes de entidades e do poder público que atuam com esta causa. Mediados pela jornalista da Diretoria de Comunicação Social da CMC, Pedritta Marihá Garcia, os convidados trouxeram demandas e propostas para a inclusão efetiva de membros dessa comunidade na sociedade.
Vozes Atípicas: as várias esferas da inclusão (T2E1)
O primeiro episódio da temporada tem como foco debater as diferentes formas de inclusão de crianças e jovens atípicos, juntamente com seus familiares, nas comunidades. Para isso, a bancada contou com a presença da pedagoga, professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e doutora na área de educação inclusiva, Marta Filietaz, da psicóloga e mãe atípica, Bruna Massa, e do presidente do Onda Autismo, ativista e palestrante, Fábio Cordeiro, que é uma pessoa com autismo.
Marta Filietaz aponta a força da mobilização social para se discutir ainda mais a temática, além de enfatizar a importância do trabalho de multiprofissionais para a inclusão de crianças neurodivergentes nas escolas. Bruna Massa, por sua vez, discorre sobre como o processo de acompanhamento psicológico pode trazer mais qualidade de vida para esses indivíduos e aborda a necessidade de acolhimento dos pais de pessoas atípicas na sociedade.
Como uma pessoa que recebeu o diagnóstico tardio de transtorno do espectro autista (TEA), Fábio Cordeiro critica o consenso atual de que apenas um laudo médico consegue trazer acolhimento para quem é neurodivergente – visto que muitas vezes ele demora para ser concluído – e traz o Plano de Ensino Individualizado (PEI) como uma alternativa para a educação e inclusão de crianças atípicas nas escolas. O episódio inaugural conta com a visita ao Centro de Ensino Estruturado para o Transtorno do Espectro Autista (CEETEA), um exemplo de centro de assistência para jovens atípicos de Curitiba.
Vozes Atípicas: políticas públicas para pessoas atípicas (T2E2)
O que o poder público e outras entidades fazem e podem fazer para ampliar a inclusão em Curitiba? Para continuar a discussão, a secretária de Desenvolvimento Humano do município de Curitiba, Amália Tortato, a atriz e influencer, Pietra Silvestri – acompanhada de sua mãe, Noemi Silvestri –, e a coordenadora de serviços de saúde da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Laura Tilly, foram as convidadas do segundo episódio da temporada “Vozes Atípicas”.
Na mesa do CMC Podcasts, Amália Tortato fala das ações que a Secretaria de Desenvolvimento Humano realiza na cidade para combater o capacitismo e realizar apoio psicossocial para deficientes e seus familiares. Já Tilly discute sobre a atuação histórica da APAE na inclusão de pessoas atípicas, assim como destaca a importância da oportunidade de experiências diversas e da desmistificação das deficiências na sociedade.
Sendo a primeira mulher brasileira com Síndrome de Down e autismo a conquistar o DRT de atriz por escola pública regular, Pietra Silvestri comenta sobre o papel da inclusão nas escolas e trabalhos que fez parte. Junto de sua mãe, Noemi Silvestri, ressalta que “a inclusão é atitude de amor, e amor é tudo”. O episódio também contou com relatos de mães atípicas e suas lutas diárias.
Vozes Atípicas: acessibilidade deve ser pauta primária (T2E3)
No terceiro e último episódio de “Vozes Atípicas”, os vereadores Pier Petruzziello (PP), presidente da Comissão de Acessibilidade e Direitos da Pessoa com Deficiência, Renan Ceschin (Republicanos), vice, e Marcos Vieira (PDT) comentam sugestões dos convidados anteriores e discutem medidas futuras para uma Curitiba mais inclusiva.
Para Pier Petruzziello, o poder público deve acatar questões de acessibilidade e inclusão como pautas primárias dos governos. Além disso, promove ideias para agilizar o atendimento de pessoas atípicas nos centros especializados e valorizar a intervenção efetiva desde os primeiros anos de idade.
Na visão de Renan Ceschin, a formação continuada e capacitação especializada de profissionais da educação é um caminho essencial para a inclusão nas escolas. Ele também defende medidas para aumentar a conscientização parental sobre deficiências e neuroatipicidades.
Marcos Vieira, por sua vez, ressalta a importância de políticas públicas que abracem familiares de pessoas com neurodivergências mais invisibilizadas. O vereador também traz a urgência do acesso ao laudo médico de qualidade como uma medida para aumentar a acessibilidade em Curitiba.
Inclusão Já!: um produto do CMC Podcasts
Na segunda temporada, a acessibilidade para crianças, jovens e adultos atípicos é o tema central do programa Inclusão Já!. O CMC Podcasts conta também com outros nove programas temáticos produzidos pela Diretoria de Comunicação Social (DCS) da Câmara de Curitiba e que são inspirados na atuação de outras nove comissões permanentes da Casa. Há também o Curitibou?, programa de entretenimento para falar de curiosidades e de curitibanices, e o Tribuna Livre, espaço para que vereadoras e vereadores tragam convidados para debaterem assuntos relacionados às suas respectivas atuações de mandato. Por último, o Você Me Representa é um programa que mostra o perfil dos representantes eleitos e suas principais bandeiras. Os episódios podem ser acompanhados no YouTube ou no Spotify.
Fonte: Câmara Municipal de Curitiba