Grande Curitiba

Primeiras famílias acolhedoras são habilitadas em Pinhais

Após período de entrevistas e capacitações, Secretaria de Assistência Social habilita duas famílias no Serviço de Família Acolhedora, lançado em março deste ano
3 de julho de 2024 às 10:23
(Foto: Divulgação/PMP)

COM ASSESSORIAS – As primeiras famílias acolhedoras do município de Pinhais foram habilitadas na última sexta-feira (28). Elas cumpriram todas as exigências previstas pelo programa da prefeitura, lançado em março deste ano, por meio da Secretaria de Assistência Social (Semas), e finalizaram a última capacitação, realizada no Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas).

As famílias habilitadas no Serviço de Família Acolhedora (SFA) serão acompanhadas por equipe técnica da Semas, composta por, no mínimo, um ou mais profissionais para cada uma das seguintes funções: coordenador, psicólogo, assistente social, pedagogo, educador social e servidor administrativo.

“Essas pessoas tiveram muita coragem, disposição, passaram por todo esse processo de entrevista, de capacitação, de visita domiciliar, enfim, todos os processos que necessitavam, que a lei exige, eles cumpriram. Agora, eles têm o desafio de acolher as nossas crianças e adolescentes. Uma coisa é certa: a vida deles será impactada depois de passaram por esse acolhimento, porque vocês vão trazer muito amor, muito cuidado, muito carinho num momento que está sendo tão difícil na vida deles. E isso eles vão levar para a vida toda”, disse a coordenadora do SFA, Roselene Martins, no evento de habilitação.

“Podemos dizer que a nossa capacitação está tendo um final feliz. Porque nós estudamos, nós tiramos as dúvidas e encerramos esse momento. Queremos reafirmar aqui, enquanto Serviço de Família Acolhedora, enquanto Secretaria de Assistência Social, Prefeitura de Pinhais, Conselho Tutelar, Promotoria de Justiça, todo o poder público, nós estamos juntos com vocês, nos bons e nos momentos difíceis, porque eles virão com certeza, mas nós estamos juntos para resolver tudo isso”, completou Roselene.

A prefeita Rosa Maria declarou ser um momento muito significativo para Pinhais, e agradeceu às famílias e profissionais envolvidos. “É realmente um avanço para a nossa cidade, um passo que foi muito bem pensado, foi amadurecendo e chegou a este momento. Temos pessoas com disposição e sensibilidade, com a capacidade de dizer ‘eu estou pronta, eu sou uma família acolhedora’. Realmente acolher é um ato de amor, é muito mais do que gerar, é aquele que se prepara para cuidar. Então a nossa Administração, ao tomar essa decisão, pensa realmente que as nossas crianças e adolescentes poderão sentir-se no lar, poderão verdadeiramente sentir isso em uma família. É uma decisão por amor, porque acolher de fato é deixar aflorar em nós a empatia necessária para que o outro se sinta bem, se sinta capaz de ser amado por nós”, finalizou.

Christine Helena Florêncio representa uma dessas famílias, que agora estão habilitadas para acolher. “Eu já faço trabalho voluntário aqui em Pinhais e sempre tive essa vontade de trabalhar com crianças de todas as maneiras. Então eu conheci o programa e me encantei, era tudo que eu imaginava mesmo. A expectativa é grande, a gente tem essa preparação para receber as crianças de qualquer maneira, mas é como se a gente tivesse gestando e vai nascer. Então estou esperando esse momento a partir de hoje, que é o último dia de capacitação, para poder receber essa criança com muito amor”, conta.

“Esse suporte é necessário para essas crianças, porque elas vão ter uma família, nesse período difícil para elas, então vão ter uma casa com rotinas. Isso é muito importante para crianças em qualquer fase da vida, então por isso eu acredito nesse programa, porque é bem melhor para ela ficar na casa de uma família que tem um cachorro, que tenha gato, que tenha um ambiente familiar e ela vai receber muito amor, mais atenção, mais carinho, é um gesto de amor mesmo”, reforçou Christine.

A Cleonice Gomes da Cruz, representante da outra família acolhedora, agora poderá cumprir essa missão que escolheu para dar continuidade à sua própria família natural. “Eu tenho certeza que vamos passar por uma grande jornada com as crianças, mas eu creio que tudo é uma questão de tempo, e eu acho que o tempo que eles passarem conosco vai ser um momento de felicidade, de alegria, de família, de poder estar vivendo isso. A gente pede a Deus para que eles voltem para a família de origem, que as famílias se recuperem, que fiquem bem e que consigam ter algo melhor para eles, mas enquanto eles tiverem com a gente, vamos fazer o nosso melhor”, comenta.

Além das pessoas já mencionadas, também estiveram presentes da habilitação das famílias acolhedoras a promotora de Justiça, Fábia Teixeira Fritegotto Gimenez; Heron Luis Oliveti, representando a juíza Márcia Regina Hernandes de Lima; a presidente do Conselho Tutelar de Pinhais, Rubia Madureira; a diretora do Departamento de Proteção Social Especial da Semas, Micheli Strapasson.

Sobre o Serviço de Família Acolhedora

Ao contrário das instituições tradicionais, conhecidas popularmente como abrigos ou casas-lares, o SFA ocorre em lares de famílias devidamente cadastradas e preparadas para receber temporariamente crianças e adolescentes afastados de suas famílias naturais. Essa visão humanizada proporciona uma atenção personalizada, focada nas necessidades específicas de cada indivíduo. A iniciativa encontra respaldo na legislação vigente, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais.

O principal objetivo do programa municipal é implementar um modelo de acolhimento que promova a convivência familiar e comunitária. Além disso, visa garantir o acesso à rede de políticas públicas, buscando o retorno oportuno das crianças e adolescentes à sua família de origem, família extensa (segundo o ECA, uma ampliação da família natural, incluindo parentes próximos que mantêm estreita convivência afetiva com a criança ou adolescente) ou, quando necessário, a colocação em família substituta (aquela que acolhe crianças ou adolescentes na ausência da família natural, exigindo cuidados específicos conforme o Direito à Convivência Familiar do ECA).

O SFA tem como documentos norteadores o Projeto Político Pedagógico (PPP) e o Regimento Interno, que devem prever as ações que orientam as práticas profissionais em relação às famílias e crianças atendidas, considerando a formação e a atuação sistemática da equipe profissional que desempenha papel fundamental para o trabalho com as Famílias Acolhedoras, no sentido de garantir suporte para que elas estabeleçam vínculos capazes de garantir a proteção e a segurança dos acolhidos.

Saiba mais

Para saber mais informações sobre o serviço de Família Acolhedora, entre em contato, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h: [email protected], telefone (41) 99179 – 8834 e site: https://pinhais.atende.net/cidadao/pagina/familia-acolhedora. Rua 25 de Dezembro, 363, bairro Estância Pinhais.