Grande Curitiba

Suspeito de ser braço direito do ‘Pablo Escobar brasileiro’ é morto em São José dos Pinhais, diz polícia

Polícia Civil afirma que Rodrigo 'Xirú', como era conhecido, foi executado em um estacionamento. Ele era suspeito de atuar com o ex-PM 'Major Carvalho' em um mega-esquema de tráfico de drogas.
12 de dezembro de 2023 às 14:08
(Foto: Reprodução)

Rodrigo Rodrigues Boeira, conhecido como “Xirú”, foi morto a tiros nesta terça-feira (12) dentro de um estacionamento de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. As informações são da Polícia Civil.

Xirú era suspeito de atuar como “braço direito” do ex-PM de Mato Grosso do Sul Sérgio Roberto de Carvalho, conhecido como “Major Carvalho” ou “Pablo Escobar brasileiro”, em uma mega-esquema de tráfico de drogas. Saiba mais abaixo.

Segundo a polícia, Xirú foi baleado por um motociclista quando estava entrando no estacionamento, que fica na Rua Mendes Leitão, nas proximidades de um shopping center.

O atirador fugiu na sequência e, até a publicação desta reportagem, não havia sido identificado.

Xirú usava tornozeleira eletrônica e dirigia um veículo alugado no momento do crime, diz a polícia. Havia um passageiro junto a ele, que fugiu após o ataque e não foi identificado, explica a polícia.

Pablo Escobar brasileiro

Conhecido como “Major Carvalho”, o ex-PM de Mato Grosso do Sul Sérgio Roberto de Carvalho está preso na Hungria desde o ano passado. Segundo a Polícia Federal, até ser detido, ele tinha enviado para a Europa 50 toneladas de cocaína ao longo de cinco anos.

Além de aviões, o esquema do Pablo Escobar brasileiro também usava navios. Em um telefonema monitorado pelos investigadores, Major Carvalho fala sobre o risco de a carga de cocaína ser descoberta.

Quem conversa com Major Carvalho ao telefone é Rodrigo Rodrigues Boeira, o “Xiru”, morto nesta terça-feira (12) no Paraná.

“Vai daí direto pra Europa, são 13 dias. E o outro vai demorar 30 dias, ainda vai ficar parado no Rio de Janeiro, um tempão pros cachorros ficar cheirando lá”.

Em outubro de 2021, a Polícia Civil do Espírito Santo apreendeu um caminhão, em Cachoeiro do Itapemirim, no sul do estado, que transportava 350 quilos de cocaína.

A Polícia Federal assumiu a investigação e descobriu que o plano da quadrilha era esconder a droga em placas de granito. A carga seria colocada em contêineres e seguiria do Porto de Guarapari para o porto de Le Havre, na França.

“Chamou atenção, no decorrer das investigações, foi uma nota fiscal que nós encontramos da aquisição de um fuzil calibre 762. Essa arma, ela foi comprada por um dos integrantes do grupo, o integrante que tinha contato direto com o Major Carvalho, que era a liderança do grupo no Brasil”, explicou Victor dos Santos Baptista, chefe da delegacia de repressão a drogas – PF/ES.

Quem tinha contato direto com o Major Carvalho era Xiru, o homem do telefonema. Ele e mais quatro traficantes foram presos em fevereiro na operação Chapa Branca.

A Polícia Federal descobriu 18 armas com os acusados, 17 delas compradas legalmente. Seis, inclusive um fuzil, estavam com Xiru.

São armas que normalmente são usadas pelas Forças Armadas e por unidades especializadas das polícias civil, militar e federal. Um fuzil como esse pode atingir um alvo a mais de um quilômetro de distância.

Fonte: G1