Câncer de mama: atenção individualizada e avanços na genética podem garantir futuro promissor no combate à doença
COM ASSESSORIAS – Com altas taxas de cura, quando descoberto no início, os tumores de mama ainda ocupam a primeira colocação em mortalidade de mulheres por câncer – com risco de 61,61 casos de letalidade a cada 100 mil pacientes. As razões para essa realidade são multifatoriais e incluem, entre outras questões, a falta de informação, dificuldade de acesso aos exames de rotina e diagnóstico e desigualdades socioeconômicas que diminuem o acesso aos tratamentos mais avançados.
O tema faz parte da programação de painéis da 11ª edição do Congresso Internacional do Grupo Oncoclínicas e Dana-Farber Cancer Institute, que acontece entre os dias 14 e 16 de setembro em formato presencial no WTC Events Center São Paulo e tem transmissão virtual ao vivo.
“A programação voltada para o câncer de mama do Congresso foi pensada exatamente para abordar todas essas questões: dos desafios da sociedade, mas também da importância dessa abordagem multifatorial e dos avanços em exames de imagem e diagnóstico, entre outros. Nós teremos, inclusive, uma área voltada exatamente para esse tipo de tumor, com especialistas de diversas áreas de conhecimento oncológico e que vão abordar, debater e comentar a doença de forma completa: para pacientes que têm tumores em estágios iniciais até aqueles mais avançados”, comenta Aline Gonçalves, oncologista do Grupo Oncoclínicas e coordenadora do módulo de mama do Congresso.
Vale lembrar que o câncer de mama figura entre as mais incidentes no Brasil, atingindo 10,5% das pessoas diagnosticadas com tumores malignos. Para este ano o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que dos 704 mil novos casos de câncer esperados para este ano, destes, 74 mil são de mama, o que o torna líder do ranking dos que mais afetam a população feminina.
“É diante desse cenário que precisamos estimular o conhecimento vasto e aprofundado sobre a doença, tendo como principal objetivo estimular e fortalecer as linhas de cuidado multidisciplinares, com olhar para a qualidade de vida de cada paciente e buscando caminhos para que a população tenha acesso às alternativas mais avançadas de combate à doença”, explica a médica, que também é uma das autoras do livro “Câncer de mama: a visão do mastologista para residentes de oncologia”, que está sendo lançado durante o evento.
Jornada individualizada, inovações na genética e novas drogas são palavras de ordem
Durante o evento serão ainda debatidos diversos estudos e estratégias que asseguram o acompanhamento de toda a jornada dos pacientes de forma cada vez mais precisa e individualizada. Essa abordagem é considerada, hoje, a melhor estratégia no combate à doença e também na melhoria da qualidade de vida durante e após o tratamento.
“As novas terapias estão revolucionando o tratamento na oncologia como um todo e eu destaco, nesse caso, os Anticorpos Drogas Conjugados (ADCs), que estão mudando a prática clínica no tratamento de muitos pacientes com câncer de mama”, explica a médica.
A genética e genômica também vem revolucionando o diagnóstico e tratamento da paciente com câncer de mama, o que a especialista chama de “nova era da oncologia”: “Hoje há formas para identificação das alterações genéticas das células cancerígenas, sejam elas hereditárias ou adquiridas que nos auxiliam na individualização do tratamento de cada paciente. O câncer de mama, de fato, começa a mergulhar na era genômica, ou seja, de tratamentos individualizados e direcionados por alguns biomarcadores”, enfatiza Aline Gonçalves.