Violência doméstica? Procure ajuda ou denuncie em caso de suspeita
COM ASSESSORIAS – Com tanta mudança na rotina durante a pandemia, incertezas e convívio familiar mais intenso, a Patrulha Maria da Penha de Araucária (Departamento da Secretaria Municipal de Segurança Pública, composto por Guardas Municipais) percebeu que há mais denúncias e atendimentos de situações envolvendo violência doméstica. E as mulheres podem aproveitar para se desvincilhar de abusos e aos poucos irem resgatando a autoestima, amor-próprio e independência, através de empoderamento. Por isso, recomenda-se que as vítimas busquem auxílio sempre que necessário e que pessoas que suspeitem desse tipo de violação de direitos denunciem aos serviços responsáveis.
Desde 2018, cerca de 1500 mulheres já foram acompanhadas pela Patrulha Maria da Penha em Araucária. De acordo com estimativa da equipe, em 2019 o setor atendia em média 5 casos novos por semana, e agora em 2021, a média começa em 5 ocorrências e chega a umas 20 no mesmo período. Ou seja, há uma procura muito maior do serviço. “Isso não significa necessariamente que antes tinha menos casos, indica que mais pessoas estão procurando ajuda. Hoje discute-se questões que vão além da violência física, entra violência patrimonial, psicológica, moral e sexual; o que pode ser mais sutil para a própria pessoa identificar ou até considerado constrangedor pela pessoa”, explica o diretor do departamento, Jackson Leoni.
São basicamente duas situações a se analisar: SE FOR FLAGRANTE (a situação estiver ocorrendo no momento da denúncia), tanto a vítima quanto terceiros podem fazer esse registro (a pessoa não precisa nem se identificar). A orientação é ligar para a Guarda Municipal (telefone 153) ou para a Polícia Militar (telefone 190). SE O ABUSO JÁ TIVER OCORRIDO, a vítima pode denunciar na Delegacia da Mulher (3614-0500 – Rua Cel. João Antônio Xavier, 906 – Centro).
Outro serviço que deve ser levado em conta envolve as ações do CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência – telefone/whatsapp 41 3901-5162). Se por acaso alguma vítima quer orientações sobre seus direitos e ainda não está preparada para fazer a denúncia aos órgãos policiais, pode buscar amparo neste serviço destinado a prestar acolhimento e atendimento humanizado às mulheres em situação de violência, proporcionando atendimento psicológico e social e orientação e encaminhamentos jurídicos necessários à superação da situação de violência, contribuindo para o fortalecimento da mulher.
Além do acompanhamento de vítimas amparadas por medida protetiva (designadas pela justiça), atender ocorrências de violência doméstica, a Patrulha Maria da Penha de Araucária também atua preventivamente, organizando rodas de conversa sobre a problemática, envolvendo homens e mulheres no projeto. “As falas para os homens visam criar reflexões sobre o que é masculinidade, abordar o entendimento do sofrimento alheio e como romper ciclos de agressividade e de violência. Já as explanações para o público feminino visam informar sobre direitos, maneiras de empoderamento e divulgação de serviços de apoio à mulher”, comenta Leoni.
Rede
As ações em apoio e à proteção da mulher atuam em rede, envolvendo equipamentos de esferas variadas, como Assistência Social, Educação, Saúde, Segurança e Justiça, além de estarem alinhadas com políticas nacionais e diretrizes de conselhos municipais. Para manter-se atualizados, os agentes envolvidos buscam exemplos de outros municípios e trocam experiências para ganhar mais eficiência e facilitar os atendimentos e compilação de dados. Além de Araucária, outros municípios também contam com este mesmo tipo de Patrulha e em junho aconteceu o 1° encontro online entre as equipes neste sentido (o evento ainda está disponível e pode ser acessado gratuitamente pelo link https://www.facebook.com/CamaraAraucaria/videos/223453326137072).
