Performance “Hiperfabulária Tropical” abre a Mostra Solar 2025 na Casa Hoffmann e ocupa a Biblioteca Pública do Paraná

COM ASSESSORIAS – A performer e diretora artística Carmen Jorge apresenta “Hiperfabulária Tropical”, seu novo solo de dança, em duas temporadas gratuitas neste mês de maio. O trabalho faz as últimas sessões na Biblioteca Pública do Paraná nos dias 13 e 14 (terça e quarta), às 16h, e, na sequência, abre a Mostra Solar 2025 da Casa Hoffmann, com apresentações nos dias 16 e 17 de maio (sexta e sábado), às 19h30.
Criadora da PIP Pesquisa em Dança (Curitiba, 2002), Carmen traz à cena uma performance intensa, política e experimental, inspirada no romance PanAmérica (1967), obra de José Agrippino de Paula, considerada precursora do movimento Tropicália. A proposta construída a partir do universo explosivo de Agrippino e da bailarina e coreógrafa Maria Esther Stockler funde dança, palavra e som num corpo em colapso — tropical, apocalíptico e insurgente.
Corpo tropical como resistência poética
Em “Hiperfabulária Tropical”, o palco é invadido por um corpo em estado de “corpocaos”, onde técnica de Popping (dança urbana ligada ao Hip Hop) se mistura a textos emitidos de forma fragmentada, criando um fluxo antinarrativo. A artista mergulha em estados físicos extremos com improvisação e contrações musculares como Pop, Strobing e Hitting, rejeitando a forma tradicional do espetáculo e performando o caos como sintoma contemporâneo.
A dramaturgia é construída a partir de fragmentos de textos de Agrippino e incorpora pensamentos de resistência indígena, especialmente do pensador Ailton Krenak, com a citação: “A vida é, independente dos homens.”.
Colaboração artística e proposta estética
A performance conta com a colaboração da designer sonora Edith de Camargo, figurino de Luan Valloto e iluminação de Wagner Corrêa. A obra propõe uma experiência sensorial e crítica, rompendo com estruturas narrativas convencionais e tensionando mitos culturais e discursos hegemônicos.
“É um rito de colapso e reinvenção, onde o corpo se torna território de confronto e imaginação radical”, afirma Carmen.